Como parte fundamental de um consultório odontológico, a rotina de limpeza e manutenção de instrumentais deve ser seguida com rigor, a fim de manter a segurança da equipe no consultório e dos pacientes atendidos.
De fato, trata-se de um tema que não é explorado durante o ensino acadêmico. Logo, ao se deparar com tantas regras e cuidados a serem tomadas, surgem muitas dúvidas envolvendo a biossegurança e a forma mais correta de tratar os instrumentais.
Por que é necessário fazer a limpeza e manutenção de instrumentais odontológicos?
Cuidar dos instrumentais odontológicos da maneira correta ajuda a preservá-los e evita a necessidade de reposição. Se essa etapa não for realizada de forma correta, eles continuam contaminados e correndo o risco de formar o Biofilme.
Seguindo a indicação dos fabricantes você poderá evitar a contaminação destes materiais, além de prevenir que os seus instrumentais fiquem com uma aparência de envelhecidos e enferrujados.
Como fazer uma limpeza eficiente dos instrumentais?
Veja o passo a passo indicado pelos fabricantes:
1. Limpeza de instrumentais
Após você terminar o atendimento, coloque todos os instrumentais utilizados no procedimento em uma cuba fechada e borrife de 1 a 2 vezes o detergente enzimático com PH balanceado.
Ao final do dia, após finalizar todos os atendimentos, junte todos os instrumentais em um recipiente. Adicione junto à água o detergente enzimático concentrado, diluindo de acordo com as orientações do fabricante. Normalmente, 5 a 10 minutos são suficientes para a pré-limpeza.
Após a imersão, você pode prosseguir a limpeza de duas formas: lavagem manual ou lavagem ultrassônica.
Dica: Para a lavagem dos instrumentos que contém sangue, o segredo é não deixar o sangue “secar”. O ideal é sempre manter o instrumental umedecido com detergente enzimático até a lavagem final.
Lavagem Manual
Para a lavagem manual será necessário o uso de:
- Luvas de borracha próprias para limpeza;
- Escova de cabo longo;
- Detergente Enzimático;
- Cuba para imersão;
- Além, é claro, de todo os EPIs comumente utilizados no consultório, incluindo sapatos de borracha e óculos de proteção.
Usando as luvas de borracha, faça a limpeza dos instrumentos sob imersão na solução de detergente, utilizando escovas de cabo longo que evitam a proximidade da sua mão com a ponta cortante do instrumento.
Atenção: Não deverão ser utilizadas escovas de cozinha, nem escovas de unha, pois além de deixarem o instrumento muito próximo da sua mão, não farão a limpeza correta do material.
Lavagem em cuba ultrassônica
Primeiramente, realize a desgaseificação da cuba ultrassônica. Para isso, coloque a solução de detergente enzimático no equipamento e realize um primeiro ciclo sem os instrumentais.
Esse procedimento tem a finalidade de remover o gás incorporado na água, que dificulta a ação das ondas do ultrassom durante o processo de limpeza, e deve ser repetido sempre que houver a troca da solução, de acordo com a rotina do consultório e sempre que a solução apresentar depósito no fundo do equipamento e/ou estiver turva.
Para a lavagem dos instrumentos na lavadora ultrassônica, deposite os materiais e ative um ciclo. A princípio, 8 minutos já são suficientes para a limpeza da maioria dos instrumentos, mas é importante sempre realizar a inspeção visual dos materiais após o clico e, se necessário, aumentar o tempo.
Na sequência, a fim de promover uma limpeza completa, é necessário realizar uma limpeza manual. As principais vantagens de usar a cuba de ultrassom é que o equipamento possibilita uma limpeza das áreas de difícil acesso das cerdas da escova, garantindo uma maior biossegurança.
Preparação do detergente enzimático
Alguns cuidados são necessários ao realizar a preparação do detergente enzimático que será utilizado na cuba plástica ou cuba ultrassônica.
Para preparar a solução, utilize uma jarra para medir a água. Já o detergente enzimático deve ser medido em uma seringa, por ser mais precisa do que a própria tampa da embalagem, comumente utilizada.
2. Enxague, inspeção visual e secagem
Após todos os processos anteriores, o ideal é verificar um a um dos instrumentais, para se certificar que estão livres de qualquer sujidade.
Estando tudo certo com a etapa anterior, basta fazer o enxague com água de boa procedência, utilizando, preferencialmente, água filtrada.
Agora passamos para a segunda parte do processo: a secagem. Os instrumentais precisam ser secados com cuidado antes de serem embalados. Use toalha de papel ou não tecido, de preferência que não solte resíduos. Uma dica é colocá-los em uma secadora para instrumentais.
3. Montagem de Kits e Embalagem
Para embalagem dos instrumentais, pode-se ser utilizar envelopes para esterilização auto selantes, que podem ser adquiridos em tamanhos já pré-definidos. Ou utilizar um rolo para esterilização em conjunto com a seladora, e produzir as próprias embalagens de acordo com a quantidade de instrumentais a serem esterilizados.
Uma dica é preparar os envelopes de acordo com a especialidade e indicação de uso. Pode-se também criar modelos de “kits clínicos”, que já ficam prontos e são muito práticos na rotina do consultório.
Atenção: lembrando que os envelopes para esterilização são de uso único e uma vez que usados, devem ser descartados.
4. Esterilização
Para a esterilização dos materiais é importante posicionar os envelopes no suporte da autoclave odontológica, contudo, se utilizar sem o suporte, é importante que o envelope esteja com a parte plástica sempre voltada para baixo, nunca empilhados, permitindo a passagem do vapor da água destilada.
Após o término da esterilização, incluindo o ciclo da secagem, os envelopes precisam sair totalmente secos. Caso estejam úmidos, é aconselhável refazer o processo de esterilização.
Lubrificação, manutenção e conservação de instrumentais odontológicos
O dia a dia desgasta os instrumentais e isso interfere diretamente no processo de limpeza e esterilização. Logo, é importante incluir na rotina o uso de removedores de oxidação e lubrificantes.
A lubrificação deve ser feita após a limpeza dos instrumentos. No caso de instrumentais articulados, como alicates, pode-se utilizar lubrificantes cirúrgicos. Pingue algumas gotas do lubrificante nas áreas de movimentação, envolva a área com algodão ou gaze e siga normalmente com o empacotamento e esterilização do instrumento.
Para os materiais que já estão sem brilhos, existe no mercado um produto chamado desincrustante ácido! Assim, ele poderá revitalizar e dar brilho aos seus instrumentais.
Por fim, alguns desincrustastes podem ser utilizados também na limpeza da cuba da autoclave, porém é importante conferir no manual do seu equipamento se o uso deste tipo de produto é permitido.
Esperamos que tenham gostado das dicas! Colocando-as em prática, seus equipamentos e instrumentais terão uma maior vida útil.
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Até mais!
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