As lesões fundamentais em Odontologia são alterações morfológicas que aparecem na mucosa bucal ou na pele assumindo características clínicas padronizadas e individualizadas.
São denominadas lesões fundamentais ou elementares.
Quais são as causas de lesões na mucosa oral
As causas das lesões fundamentais na mucosa oral podem variar de acordo com a localização e estão geralmente associadas à um ou mais fatores, como veremos a seguir:
Trauma: Os traumas podem ser físicos, como por exemplo mordida, escovação com excesso de força, aparelhos ortodônticos, próteses que necessitam de ajustes, queimadura por alimentos ou traumas químicos, como por exemplo queimaduras causadas por medicamentos.
Hábitos prejudiciais: Alimentação inadequada, como por exemplo a ingestão de alimentos ácidos, tabagismo e o consumo excessivo de álcool.
Condições sistêmicas: doenças sistêmicas, como diabetes, anemias, deficiência de vitaminas e imunossupressão, entre outras.
Infecções: Infecções virais, bacterianas ou fúngicas.
Alergias: reações alérgicas à substâncias irritantes, ou componentes de produtos de higiene oral ou medicamentos.
Fatores genéticos: predisposição genética.
A identificação da causa específica exige uma anamnese e avaliação clínica detalhada.
Se necessário, o dentista pode solicitar exames complementares para fechar o diagnóstico.
Quais os tipos de lesões fundamentais na mucosa oral
A identificação das lesões fundamentais na mucosa bucal é fundamental no atendimento clínico.
Para diagnosticar essas lesões, é importante avaliar os sintomas, há quanto tempo o paciente identificou a lesão bucal, fatores de risco, doenças sistêmicas, uso de medicamentos, hábitos de higiene oral e histórico odontológico.
O exame clínico (visual e palpação) e exames complementares são de extrema importância para a conclusão do diagnóstico e prognóstico.
Em relação aos exames complementares, o dentista pode solicitar exames de imagem, exames laboratoriais, culturas e biópsia.
Saiba quais são as lesões fundamentais na Odontologia:
Mancha e mácula
São modificações da coloração normal da mucosa bucal que não é elevada ou deprimida em relação aos tecidos vizinhos. Exemplos: tatuagem por amálgama, pigmentação melânica, melanoma.
Placa
Lesões elevadas em relação ao tecido, sua altura é pequena em relação à extensão. São consistentes à palpação e a sua superfície pode ser rugosa, verrucosa, ondulada, lisa ou apresentar diversas combinações desses aspectos. Exemplos: queratose friccional, candidíase pseudomembranosa.
Erosão
Consiste na perda parcial do epitélio sem exposição do tecido conjuntivo subjacente. Exemplos: líquen plano erosivo, candidíase.
Úlcera/ulceração
Solução de continuidade do epitélio com exposição do tecido conjuntivo subjacente. Reservam a denominação de úlcera para lesões de caráter crônico (persistem por semanas ou meses), como decorrentes de tumores malignos, pênfigo vulgar, sífilis secundária, etc.
Ulcerações correspondem a lesões de curta duração, geralmente consequência de doenças autolimitantes, como a afta, herpes recorrente, lesões traumáticas e outras.
Exemplos: Carcinoma espinocelular, úlcera traumática.
Vesícula
São elevações do epitélio, contendo líquido no seu interior e, consideradas vesículas as lesões que não ultrapassem 3 mm no seu maior diâmetro, sendo as demais bolhas. Por outro lado, as bolhas são formadas por uma única cavidade, enquanto a vesícula por várias. Exemplos.: Herpes simples, mucocele.
Bolha
Lesão elevada com conteúdo líquido em seu interior com mais de 3 mm de diâmetro. Exemplos: rânula, pênfigo vulgar.
Pápulas
Pequenas lesões sólidas, circunscritas, elevadas, cujo diâmetro não ultrapassa 5 mm. Exemplos: grânulos de Fordyce, hiperplasia fibrosa inflamatória.
Nódulos
Lesões sólidas, circunscritas, de localização superficial ou profunda de até 3 cm. Podem ser pediculadas, quando seu maior diâmetro é superior ao da base de implantação, ou séssil, quando o da base é maior. Exemplos: Fibroma, fibroma ossificante periférico.
Classificação das lesões fundamentais na odontologia
Por meio das suas características e morfologia, as lesões orais fornecem informação sobre o diagnóstico e plano de tratamento.
O conhecimento sobre os aspectos das lesões bucais são essenciais para concluir se uma lesão é benigna, pré-cancerígena ou neoclássica.
Saiba mais sobre a classificação das lesões bucais:
- Número: lesão única ou múltiplas lesões;
- Tamanho: no maior diâmetro em mm;
- Implantação da lesão: séssil, pediculada, superficial, profunda, endofítica ou exofítica;
- Coloração: rosa, branca, amarela, vermelha, azul, roxa, parda, negra;
- Superfície: lisa, ceratótico, rugosa, filiforme, papilomatosa, verrucosa;
- Contorno: regular ou irregular;
- Limites: com ou sem limites bem definidos;
- Consistência: tecido normal, fibroso, borrachoide, duro, elástico, flácido, flutuante, mole;
- Conteúdo: ceroso, hemorrágico, purulento, gaseoso;
- Localização: base de língua, mucosa jugal, palato, etc;
- Tempo de evolução.
Como tratar as lesões bucais
Existem diferentes abordagens e técnicas para o tratamento das lesões na cavidade bucal.
A escolha do tratamento depende do tipo da lesão, gravidade, diagnóstico e prognóstico após o tratamento escolhido.
Saiba sobre as opções de tratamento mais comuns para lesões na Odontologia:
Tratamento tópico: Neste caso são indicados medicações tópicas, como pomada, creme ou gel contendo analgésicos, antimicrobianos e cicatrizantes. O tratamento tópico é comum em caso de ulcerações e feridas cavitadas.
Tratamento conservador: Nesta abordagem, são indicados somente cuidados locais, como higiene bucal adequada e frequente e uso de colutórios antibacterianos ou anti – inflamatórios. Geralmente o tratamento conservador é aplicado em máculas, manchas e erosões superficiais.
Tratamento cirúrgico: O tratamento cirúrgico é indicado quando existe a necessidade de remover a lesão. A cirurgia é realizada quando há suspeita de malignidade (a peça cirúrgica é enviada para biopsia) e para corrigir deformidades causadas pela lesão ou que a causaram.
Terapia a laser: O tratamento com laser de baixa potência é indicado como abordagem complementar para acelerar o processo de cicatrização, reduzir a inflamação e alívio da dor.
Medicação sistêmica: Em alguns casos, pode ser necessário tratar ou associar ao tratamento antibióticos, anti-inflamatórios, antifúngicos ou imunossupressores. O dentista pode utilizar uma única técnica ou associá-las, para um prognóstico positivo e proporcionar o alívio dos sintomas do paciente.
Leia também: Erosão dental: o que é, como diagnosticar e opções de tratamento
Não existe um tratamento específico para todas as lesões, cada lesão deve ser tratada de maneira individualizada, tendo em vista todos os aspectos que as descrevem (tamanho, superfície, limites etc.).
Em alguns casos pode-se realizar apenas acompanhamento da lesão (ex: tatuagem por amálgama), em outras situações se faz necessário o tratamento medicamentoso (ex: herpes, candidíase).
E também, pode-se realizar biópsias de algumas lesões (ex: mucocele, rânula, fibrosa).
A partir de um diagnóstico feito por exames clínicos e histopatológicos, é realizado o tratamento ideal de forma individual para cada paciente, visando sempre um bom prognóstico.
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