O bráquete é uma peça essencial do aparelho ortodôntico fixo, responsável pela movimentação e o reposicionamento dos dentes, o que garante o alinhamento e o resultado tão esperado pelo paciente.
Um bráquete do aparelho que se descola não só atrapalha o tratamento, travando os resultados, mas também envolve uma visita extra ao dentista. Ou seja, é frustrante para o profissional e para o paciente, além de custar muito dinheiro.
Se você, enquanto profissional, acredita que o valor de um bráquete quebrado é unicamente o preço de cada unidade, está enganado. O custo real desse objeto e os impactos da recolocação para o seu consultório é o que veremos a seguir.
Quanto custa um bráquete quebrado?
Muitas pessoas, dentistas e pacientes, devem pensar que o custo da recolocação de um bráquete perdido é o preço de um novo bráquete. E isso está longe de ser verdade.
O real custo de recolocar um bráquete de aparelho é o “custo de cadeira” ou o “tempo de cadeira”, caso prefira esse termo. Ou seja, é o tempo e a dedicação do profissional àquela atividade.
Para compreender melhor, é necessário dividir todos os custos fixos da sua clínica (renda, aluguel, eletricidade, funcionários, seguros, impostos, internet etc.) pelo tempo real de funcionamento da sala ou consultório para saber quanto custa cada minuto de trabalho.
Na sequência, multiplique esse resultado pelo tempo necessário para recolocar um bráquete (retirar o arco, preparar a superfície do dente para a colagem, posicionar, colar, polimerizar e recolocar o arco).
A sua surpresa vai ser grande! O valor será de 10 a 20 vezes o preço de um bráquete. Para muitos, pode parecer exagero ou até desnecessário pensar desta forma, mas não é.
O cirurgião-dentista, enquanto profissional autônomo, deve conhecer e aplicar técnicas eficientes de gestão do seu negócio. E isso envolve saber, de forma detalhada, o custo de cada procedimento que ele realiza no seu consultório, mesmo que seja uma tarefa curta, de poucos minutos.
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Por que calcular o custo de recolocação de um bráquete?
Quando você para o que está fazendo ou modifica a sua agenda para encaixar uma recolocação de bráquete, você está disponibilizando o seu tempo e os seus conhecimentos e deve ser reembolsado por aquilo.
Não dar a devida importância a essa atividade, muitas vezes corriqueira, é perder dinheiro, de verdade.
E, quando nos referimos à gestão financeira de um profissional que trabalha por conta própria, ter custos sem ganhos é algo que não pode acontecer, sob o risco de afetar diretamente os lucros do negócio e sua continuidade.
O custo final da reposição de um bráquete poderia ser evitado utilizando um produto de alta qualidade, mas quando só é levado em consideração o preço de um bráquete o barato pode sair caro no decorrer do tratamento.
Como escolher o melhor material para o aparelho ortodôntico?
Veja quais os aspectos que devemos considerar para saber se uma base de bráquete tem boa ou má qualidade.
Para a fixação de um bráquete, há dois fatores importantes a serem considerados:
- A anatomia da base;
- O tipo de retenção mecânica.
A anatomia da base (compound contour) é indispensável para que o bráquete se adapte à forma do dente de forma estável e não bascule. Uma boa anatomia ajuda também a posicionar o bráquete no lugar certo e assim transmitir as forças de rotação, angulação e torque de maneira adequada.
Como nem todas as anatomias dos dentes são iguais, é muito difícil conseguir uma base que sirva estatisticamente para a maioria deles.
Assumindo uma boa anatomia da base, entra em jogo a eficácia da retenção mecânica (pontos de ancoragem na base para a fixação da resina), uma vez que o adesivo deve “agarrar” de alguma forma à base para cumprir a sua função.
Os materiais mais utilizados na fabricação dos bráquetes são: o metal e a cerâmica. Mas, qual escolher? Bom, optar por um ou outro material depende de alguns fatores, como o custo, o tempo de uso e o resultado estético.
Dessa forma, vale a pena conferir junto ao paciente, mostrando todos os tipos de bráquetes disponíveis e avaliando o que pode ser o melhor custo-benefício para ele.
Bráquete Metálico
É o mais popular de todos, tendo sido bastante utilizado ao longo dos anos e sempre com ótimos resultados. É feito em aço inoxidável, com boa resistência metálica, inclusive à corrosão, apresentando o melhor custo-benefício para o paciente.
A desvantagem é a questão estética. Contudo, se não for uma exigência do paciente, é uma excelente alternativa. Por outro lado, há a opção de deixar o aparelho mais personalizado e divertido, com o uso de elástico bengalinha ou corrente, o que atrai muito o público jovem.
A linha Advanced Séries oferece bráquetes Orthometric Roth, MBT e Edgewise com excelente acabamento superficial, alta precisão dimensional e adaptação superior à anatomia do esmalte, garantindo colagens seguras e eficazes.
H3 Bráquete Cerâmico
O bráquete cerâmico possui uma mecânica de movimentação mais eficiente, reduzindo os atritos e, por consequência, o descolamento das peças. Tem ótima aderência e não mancha após o consumo de alimentos.
É o tipo de bráquete que oferece uma melhor aparência estética, uma vez que a sua cor é similar aos dentes do paciente, garantindo mais discrição. Essa é uma ótima alternativa para adultos que não querem chamar a atenção para o uso do aparelho ortodôntico.
O bráquete cerâmico Ice Clear da Orthometric, por exemplo, é feito de óxido de Alumínio policristalino em concentração superior a 99%. Isso permite uma maior translucência, promovendo um ótimo resultado estético.
Qualidade dos adesivos para bráquete
Outro ponto que influencia diretamente na colagem do bráquete e, consequentemente, na durabilidade das peças no dente tratado, é o tipo de adesivo ortodôntico utilizado. Ficar atento à qualidade deste produto é essencial.
O adesivo deve ser eficiente e cumprir o seu objetivo que é fixar o bráquete no dente de forma segura. Porém, não pode agredir o dente e nem prender a peça de forma definitiva, uma vez que deverá ser substituído em breve por outros itens.
Portanto, é necessário que o produto atenda a essas duas exigências, cruciais para o bom desempenho do aparelho, segurança do cliente e durabilidade do procedimento, até a consulta de manutenção ou troca dos itens.
Alguns dos adesivos ortodônticos mais populares do mercado são:
- Adesivo 3M™ Transbond™ XT – Solventum;
- Adesivo Orthocem – FGM;
- Adesivo Ortholink One Step – Orthometric;
- Adesivo Orthobond Plus – Morelli;
- Adesivo Fix – Maquira;
- Adesivo Fill Magic Ortho – Vigodent;
- Entre outros.
Incluir carrossel com imagens dos adesivos ortodônticos:
Como colar o bráquete do aparelho de maneira adequada?
Por ser uma peça essencial para o objetivo do aparelho ortodôntico, a aplicação do bráquete deve ser feita com cuidado e seguindo todas as orientações e etapas recomendadas. O procedimento pode ser realizado de modo direto ou indireto.
Colagem direta
A colagem de bráquetes diretamente na superfície dentária envolve os seguintes passos:
- Isolamento da área trabalhada, utilizando afastadores de borracha ou roletes de algodão;
- Sucção da saliva para não haver contaminação das peças usadas;
- Delimitação da área que receberá o bráquete, seguido da profilaxia, ou limpeza e preparação dos dentes para receber as peças. Essa etapa é essencial para eliminar qualquer risco de contaminação;
- Lavagem e secagem das áreas que serão manipuladas com jato de ar livre de agentes contaminantes;
- Aplicação da resina, fotopolimerização e fixação do bráquete na pinça;
- Aplicação de uma quantidade pequena de resina em toda a extensão do bráquete a ser colado, seguido do seu posicionamento no dente, sempre com o auxílio de uma pinça e fazendo uma leve pressão;
- Remoção do excesso de resina e, novamente, fotopolimerização por cerca de 3 segundos para cada bráquete.
É muito importante não manipular as peças fazendo uso dos dedos diretamente, pois o risco de contaminação aumenta bastante nessas situações.
Colagem indireta
A colagem indireta também é uma opção interessante, às vezes, realizada em um tempo menor do que a colagem direta. O procedimento evolve as seguintes etapas:
- Utilização de moldeira para identificar as características dos dentes, seguido da demarcação dos elementos dentários;
- Aplicação do isolante de gesso, deixando-o secar por 30 segundos.
- Aplicação dos bráquetes com um adesivo de boa qualidade, realização da fotopolimerização e, por fim, transferência dos bráquetes por meio de outra moldeira.
Veja as dicas da Dra. Laís para uma colagem ortodôntica perfeita!
Assim, o que deve ser levado em consideração antes e durante a aplicação dos bráquetes para impedir que eles se descolem é:
- a qualidade dos materiais utilizados, desde o próprio bráquete até o adesivo que fixará as peças, levando em conta não só o desempenho dos produtos, mas também a diminuição dos riscos de lesões nos tecidos moles da região bucal;
- Os protocolos de higiene para evitar a contaminação das peças utilizadas, o que também vai influenciar na duração do bráquete na boca.
Orientações para os pacientes
Os cuidados com o bráquete são simples, mas exigem do paciente uma certa atenção e seguimento real das orientações listadas pelo cirurgião-dentista, no que se refere à alimentação e tratamento de doenças que podem causar o descolamento das peças.
Normalmente, as causas mais comuns relacionadas à queda de um bráquete são:
Alimentos duros ou pegajosos
O consumo de alimentos que exigem uma mastigação mais vigorosa e que se fixam aos dentes podem fragilizar ou descolar o bráquete.
Bruxismo
O bruxismo é uma condição que faz com que adultos e crianças pressionem os dentes com força, causando desgaste dentário e quebrando ou descolando o bráquete do aparelho ortodôntico.
O bruxismo acontece, quase sempre, durante o sono. Por causa disso, na maioria das vezes, quem apresenta essa característica não sabe que tem essa condição.
Essa também é uma das razões pelas quais o paciente acredita que a queda ou descolamento do bráquete foi devido à má qualidade do adesivo e não pelo seu hábito noturno de pressionar os dentes uns contra os outros.
Portanto, é fundamental que o dentista fique atento a este detalhe, especialmente quando o paciente diz seguir certinho as dicas de alimentação e, ainda assim, continua perdendo os bráquetes.
Como o paciente pode preservar os bráquetes?
Confira orientações básicas que podem ser repassadas aos pacientes para manter os bráquetes intactos por muito mais tempo:
Evitar comer:
- Pipoca;
- Amendoim, castanhas e nozes;
- Torresmo;
- Pirulito;
- Chocolates;
- Doces muito rígidos e crocantes;
- Bombons pegajosos, que grudam no dente;
- Frutas duras, como maçã e pera.
O ideal é reduzir o consumo destes alimentos ou, no caso das frutas, cortá-las em pequenos pedaços para que elas possam ser apreciadas devagar, sem provocar danos aos dentes ou ao aparelho.
No caso do bruxismo:
Repassar ao paciente a desconfiança de que ele sofra com essa condição, o que pode ser confirmado após a avaliação de outros sintomas e sinais encontrados nos dentes, e solicitar o tratamento e acompanhamento com o cirurgião-dentista.
É importante alertar ao paciente que também é responsabilidade dele cuidar bem dos dentes e do seu aparelho ortodôntico. Por melhor que seja o material escolhido para o procedimento, sem o devido cuidado o risco de descolamento existe.
Cobrar consulta para colagem ou não?
Considerando que a recolocação de um bráquete exige tempo e trabalho do dentista, além do uso de material novo para a reposição, podemos dizer que, sim, o profissional não só pode, como deve cobrar para fazer uma nova colagem.
Isso não quer dizer que a culpa da queda do bráquete seja sempre do paciente. É possível que ele sofra de um problema que não saiba, como o bruxismo, e acredite que a peça caiu por causa da má fixação ou por ser um produto de má qualidade.
Aliado a isso, temos todos os custos, já listados no início deste artigo, que devem ser avaliados antes de realizar um procedimento gratuito.
Contudo, optar ou não por essa cobrança depende, exclusivamente, do cirurgião-dentista, que deve levar em conta outras características de cada paciente e do seu relacionamento profissional com ele, tudo de forma individualizada.
Uma alternativa é cobrar um valor que seja confortável para ambas as partes e jamais esquecer de reforçar os cuidados e as orientações em relação à manutenção diária do aparelho ortodôntico.
Quando é necessário repor o bráquete perdido?
Bom, a perda de um bráquete não é considerada uma urgência do ponto de vista odontológico, além de não invalidar todo o trabalho desenvolvido pelo aparelho completo. Mas, para o paciente pode ser desconfortável devido ao fator estético.
É importante que o dentista converse com seu paciente, deixando claro o que ele deve fazer nessa situação. Ele pode esperar até a data da próxima manutenção ou ir ao consultório para uma consulta mais rápida para a reposição da peça perdida.
Como vimos, o custo da recolocação de um bráquete que se descola não deve ser avaliado apenas com base na simplicidade, rapidez ou baixo custo do procedimento, mas sim após análise de todos os fatores envolvidos nessa tarefa e que influenciam diretamente nos ganhos finais do profissional.
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