O intuito desta matéria é trazer para o leitor o conhecimento sobre a importância da fotografia em ortodontia, dicas de padronizações bem como algumas dicas de equipamentos e instrumentos que contribuem para boas tomadas fotográficas.
Sem dúvida os exames complementares são fundamentais para a elaboração do diagnóstico e planejamento dos casos clínicos, dentre esses exames se inserem as fotografias.
Sendo assim, as vantagens das fotografias vão além da documentação ortodôntica inicial, apresentando-se como uma excelente ferramenta para auxiliar na comunicação entre profissionais, bem como com os pacientes. Servem para publicações científicas, conferências e cursos, levando informações a um grande número de profissionais com riqueza de detalhe, e por fim, do ponto de vista legal, as fotografias têm grande valor, pois constituem provas materiais das condições bucais dos pacientes.
Mas como podemos registrar boas tomadas radiográficas? Quais equipamentos e instrumentos utilizar?
Para realização de um exame fotográfico, existe a necessidade do conhecimento de como posicionar o paciente frente à câmera, padronizar as tomadas, bem como utilizar instrumentos auxiliares para ter maior fidelidade da realidade no registro (cor, posição).
Orientações para uma fotografia em Ortodontia
Classificamos as fotografias em ortodontia em extra e intra bucais. As fotografias extra bucais padrões em ortodontia são tomadas de frente, perfil e sorriso.
Logo, para realização dessas fotografias, com intuito de diagnóstico e análise facial, o paciente deve estar em posição natural de cabeça, cabelos presos, sem acessórios volumosos nas orelhas e pescoço. Para auxílio nessas fotografias recomendamos utilizar um prumo paralelo a margem lateral assim teremos mais fidelidade em posicionar o paciente paralelo a ele.
O ideal é que o registro da posição natural de cabeça seja realizado da seguinte maneira: Fotografar o paciente de perfil com os lábios relaxados, em pé e olhando em seus próprios olhos refletidos num espelho a 1,5m de distância e ao seu lado e à frente deve haver um prumo que representa a vertical verdadeira.
Quanto ao enquadramento, temos algumas dicas fundamentais para fidelidade da imagem à realidade. Indica-se centralizar a câmera perpendicular e mais paralelo possível do paciente. As fotografias intrabucais, têm o intuito de registrar mudanças durante o tratamento ortodôntico, intercorrências e contribuir para avaliação dos detalhes.
Normalmente as tomadas são: frontais, laterais, oclusais e funcionais. Para as duas primeiras formas, necessitamos de instrumentos auxiliares, nesse caso, afastadores de bochecha e lábio. Eles devem ser confortáveis ao paciente, abertura triangular para acessar a região posterior e autoclaváveis. Atualmente encontramos no mercado afastadores pretos para aumentar o contraste: fotografia – imagem. Uma dica clínica é umidificar os lábios previamente à sua inserção, hoje em dia encontramos também pomadas específicas para o afastamento labial. Sempre devemos inseri-lo bilateralmente.
Para a foto frontal, o paciente ou nosso auxiliar afasta ambos os afastadores para fotografia. Para as fotografias laterais, mantemos um afastador relaxado e o outro afastando, assim conseguimos alcançar o máximo da região contra lateral. Com o paciente em máxima intercuspidação habitual e/ou em relação cêntrica realizamos as tomadas estáticas e quando registramos os movimentos de lateralidade e protrusiva, essas tomadas são classificadas como funcionais.
Já para as fotografias oclusais os afastadores utilzados são afastadores para fotografia juntamente com um espelho metálico. Insira o espelho até alcançar toda a extensão do arco no sentido longitudinal e transversal. Com a ajuda do auxiliar resfriando o espelho e segurando o afastador realize a tomada. Procedimento igual em ambos os arcos. Uma dica para melhor procedimento é pedir ao paciente prender a respiração para evitar possíveis enjoos e explicar que esse é um procedimento rápido.
Para avaliação do corredor bucal, detalhes em coroas, análise da curvatura do sorriso, trespasse horizontal e vertical utilizamos também o contraste na fotografia. O contraste é muito utilizado em odontologia estética.
Equipamentos de fotografia
Primeiramente, as principais características a serem observadas no momento da aquisição de um equipamento fotográfico digital se referem ao tipo de câmera, à resolução, à objetiva e ao tipo de iluminação proporcionado pelo mesmo. O ideal é começar a relação com a fotografia odontológica pelas câmeras compactas, de preferência aquela que já possuiu para uso diário. Ao passo que quando o interesse pelo assunto aumentar e você perceber que é necessário melhorar a qualidade das imagens, uma Reflex será inevitável.
Com isso, para não gerar distorções nas fotos e conseguir focar as imagens recomenda-se a uma lente macro 100 ou 105 mm. Além disso, como a boca é uma cavidade escura, será necessário uma fonte de luz artificial. Flash para macro fotografia ou flash circular (existe um outro flash, o Twin que é indicado para profissionais que trabalham com estética e basicamente vai fotografar a região anterior, mas aos iniciante o flash circular vai atender plenamente).
Por fim, não podemos esquecer também dos indispensáveis programas de edição de imagens para padronizar recorte, ajustes de enquadramento, resolução e pequenas correções.
Esta matéria teve o intuito de trazer um breve conhecimento para os leitores sobre a importância, dicas clínicas e técnicas da fotografia em ortodontia. Finalmente, para os profissionais de odontologia que tiverem mais interesse em tirar boas fotografias, recomenda-se fazer cursos de fotografias. E para os acadêmicos e/ou interessados em cursos de especialização, normalmente na especialização de Ortodontia essa aula consta no conteúdo programático da grade.
Consulta bibliográfica: Azenha CR, Macluf Filho E. Protocolos em Ortodontia – diagnóstico, planejamento e mecânica. Ed. Napoleão, 1ª ed., cap. 14, p. 392 -394, 2008. Machado AW, Leite EB, Souki BQ. Fotografia digital em ortodontia – Parte III – o equipamento digital. J Bras Ortodon Ortop Facial 2004; 9(51):219-24. Evangelista O. Posicionamento para tomadas fotográficas intra-orais. Blog Odonto Design. 2010
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