Reforço positivo na Odontopediatria
Para muitos adultos a consulta com o dentista é motivo de grande desconforto e apreensão. A causa desse sentimento desagradável, na maioria das vezes, é oriundo de “traumas” que esses adultos tiveram com um dentista na infância.
Estudos mostram que a experiência e o primeiro conceito que formamos diante de uma determinada situação, é o que predomina. Logo, as experiências que as crianças têm na ida ao dentista, podem afetar a relação dela com os cuidados com a saúde bucal até a vida adulta.
Cabe ao Odontopediatria estar preparado para colocar em prática a técnica mais correta de acordo com o caso clínico e perfil de paciente. Promovendo um atendimento eficiente e fazendo da consulta da criança um momento de descontração e segurança.
Para isso, o profissional deverá levar em conta:
- As experiências passadas da criança ao ir ao dentista, se for o caso.
- A idade da criança;
- O gênero da criança;
- A cognição da criança;
- Os hábitos de higiene bucal que a família possui;
- A relação com os pais.
Os dois últimos ponto são bem importantes, pois é comum que os pais posterguem o tratamento das crianças, com medo de que elas venham a passar por experiências desagradáveis e, na boa intenção de mantê-las sem a experiência odontológica desde cedo, acabam contribuindo para uma evolução negativa de saúde bucal.
Essa análise precisa ser feita já na anamnese do paciente, e é a partir dela que o profissional definirá quais técnicas de manejo serão mais apropriadas.
A origem do reforço positivo
O termo reforço positivo surgiu no séc. XX e faz parte de uma teoria psicológica chamada Behaviorismo. Em suma, ele estuda o comportamento humano e defende que todos os comportamentos são resultados de um estímulo, seja ele positivo ou negativo.
Técnica de reforço positivo na odontopediatria
Na Odontopediatria, prezamos muito pelo conforto da criança, sua satisfação e segurança. A qualidade da relação entre a criança e o Odontopediatra é considerada uma condição essencial e eficaz para o tratamento odontológico. Além do carinho, paciência e psicologia que o Odontopediatra possui, lançamos mão do reforço positivo.
Na odontopediatria, o reforço positivo é uma das mais famosas técnicas de abordagem infantil. Utilizada como auxílio no comportamento e cooperação da criança durante os procedimentos odontológicos, ela consiste no reforço da colaboração da criança e redução da ansiedade por meio de uma recompensa.
A criança tende a se sentir “impotente” durante a consulta. Logo, quando o profissional consegue deixá-la sentir que “venceu” o tratamento proposto e ser merecedora de um prêmio, faz ela se sentir capaz e importante, melhorando a autoestima e motivando-a cooperar novamente na próxima consulta.
É importante não associar o reforço positivo a uma “chantagem”, por isso, o mais indicado é que o profissional só ofereça a recompensa ao final do atendimento.
Do mesmo modo, o reforço positivo não se limita apenas a uma recompensa física. Como Odontopediatra, sempre uso muito o reforço positivo verbal, elogiando meus pacientes ao ver que estão colaborando com o atendimento!
Ideias de brindes para reforço positivo na odontopediatria
No mercado, existem diversas opções de brindes divertidos para os pacientes de odontopediatria.
Dentre eles os mais comuns são:
- Tatuagens fake;
- Medalhas de coragem;
- Borracha de dentinho;
- Adesivos temáticos;
- Kits de saúde bucal;
- Balões/bexigas;
O uso da criatividade também ajuda a proporcionar uma experiência mais lúdica. Você pode criar uma “caixinha das recompensas” ou encher uma gaveta do consultório com mimos e deixar as crianças escolherem o brinde favorito.
Outras técnicas de manejo na odontopediatria
Além do reforço positivo, outras técnicas de manejo comportamental podem ser usadas. Veja a seguir quais são elas!
Falar -Mostrar-fazer
Técnica que pode ser usada para ambientação da criança aos materiais e aos procedimentos odontológicos, muito indicada para crianças que estão indo pela primeira vez ao dentista.
Nessa técnica, a odontopediatra primeiramente fala o que irá fazer durante o procedimento, seguido pela demonstração, que pode ser feita na mão da criança ou na própria cavidade bucal, com o auxílio de um espelho. E após falar e mostrar, o profissional realiza o procedimento na criança.
Também podem ser utilizados bonecos com macro arcadas, onde a criança, junto ao profissional, faz o procedimento primeiramente no boneco familiarizando-se com os instrumentais e o procedimento que será realizado.
Controle da voz
Consiste em controlar o ritmo e tom da voz ao se comunicar com a criança. Instruindo-a sobre suas ações durante o procedimento, de forma dócil e clara. Essa técnica é indicada para crianças a partir dos 3 anos, pois já possuem desenvolvimento cognitivo para compreensão da mensagem.
Uso de modelo
Um modelo a ser seguido também é uma ótima opção de técnica de manejo. Crianças tendem a seguir comportamentos, logo, ao assistir outra criança já condicionada sendo tratada, ela se espelha no comportando, colaborando com o profissional. Essa técnica costuma ser indicada para crianças maiores de 03 anos.
Distração
Uso de recursos para tirar a atenção da criança, disponibilizando livros, gibis, desenhos em uma TV ou tablet, etc. Vários profissionais também conseguem utilizar a técnica da distração criando uma história ou cantando uma música, fazendo a criança usar a imaginação e não focar no procedimento. Ela é principalmente utilizada durante a aplicação de anestesia.
Contenção física como técnica de manejo
O ideal é que profissional de odontopediatria priorize as técnicas de manejo citadas anteriormente. Contudo, certos pacientes não respondem às técnicas comumente utilizadas, sendo necessário o uso de contenção física e evitando assim danos à criança e à equipe.
Estabilização protetora
A estabilização protetora é uma forma de restringir os movimentos da criança durante o atendimento. Ela pode ser feita de forma ATIVA, onde os pais e/ou profissionais da equipe mobilizam a criança, usando posições como joelho a joelho, colo em decúbito dorsal, imobilização corpo a corpo, entre outras.
Ou de forma PASSIVA, usando acessórios como roupa estabilizadora, pacote pediátrico ou “casulo”. Abridores de boca, como o Abridor de boca Molt, também são grandes aliado dos profissionais, promovendo maior segurança durante o procedimento.
É fundamental que os pais ou responsáveis pelo paciente entendam e cooperam com a utilização de técnicas de estabilização protetora, visando sempre o bem-estar e segurança da criança. Indica-se também que o dentista solicite aos pais a assinatura de um termo de consentimento para estabilização protetora da criança.
Uso de sedação consciente
A sedação consciente por oxigênio e óxido nitroso é uma opção nos atendimentos mais complicados, pois mantém o paciente relaxado e confortável. Porém, é necessário utilizá-la com cautela, mesmo sendo super segura, nem todas as crianças estão aptas a usar essa técnica. Há contraindicações do uso em crianças muito pequenas, crianças que choram muito durante o atendimento, pacientes com doenças crônicas pulmonares, dentre outros. Leia a matéria completa sobre Sedação consciente na Odontopediatria.
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Fontes:
Behaviorismo: Definição, punição e reforço positivo e negativo
Odontopediatria Brasil
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