A lidocaína é o anestésico mais utilizado em todo o mundo e o mais empregado na área odontológica.
Esse fármaco foi sintetizado em 1943 pelo químico sueco Nils Löfgren, sendo o primeiro anestésico local pertencente ao grupo das amidas a ser comercializado.
Desde então, vários outros anestésicos do grupo das amidas foram desenvolvidos, incluindo a mepivacaína, prilocaína, articaína, bupivacaína, ropivacaína e etidocaína.
Até hoje, eles continuam sendo muito utilizados em procedimentos para controle da dor, já que raramente causam reações alérgicas aos pacientes.
Apresentações da Lidocaína
Na odontologia, a lidocaína pode ser encontrada em forma de tubete injetável, creme de uso tópico e spray, em diferentes concentrações.
Além disso, pode apresentar ou não substâncias vasoconstritoras, como epinefrina norepinefrina e fenilefrina, em sua composição, responsáveis por minimizar o efeito vasodilatador aumentando o tempo de duração da anestesia e reduzindo a toxicidade do medicamento.
É importante salientar que, caso a epinefrina seja contraindicada para o paciente, o uso da lidocaína sem esse vasoconstritor será insuficiente na maioria dos casos. Portanto, a solução é utilizar outro anestésico local, como a prilocaína ou a mepivacaína.
As principais apresentações comerciais da lidocaína para uso odontológico incluem:
- Anestésico Injetável SS White 100® da fabricante SS White, contendo lidocaína 2% com vasoconstritor fenilefrina 1:2.500;
- Anestésico Injetável Lidostesim AD® da DLA, contendo lidocaína 2% com vasoconstritor norepinefrina 1:50.000;
- Anestésico Injetável Alphacaine® da DFL, contendo lidocaína 2% com vasoconstritor epinefrina 1:100.000;
- Anestésico Injetável Xylestesin® da Cristália, contendo lidocaína 2% com vasoconstritor norepinefrina 1:50.000;
- Anestésico Spray Nebulizador Xylestesin ® da Cristália, contendo lidocaína 100mg/ml. É indicado para uso prévio a injeções, moldagens, remoção de tártaro, entre outros;
- Anestésico Creme Medicaína® contendo 25 mg de lidocaína e 25mg de prilocaína. É indicado para uso tópico antes da anestesia infiltrativa.
Ação do anestésico Lidocaína
A Lidocaína possui uma toxicidade baixa se comparada aos demais anestésicos odontológicos disponíveis.
Apresenta ação rápida, iniciada entre 3 e 5 minutos, sendo que seu efeito tem duração média de 1 hora em polpa e de 3 a 5 horas em tecidos moles.
Também é importante compreender onde o anestésico será metabolizado. A Lidocaína, por exemplo, sofre metabolização no fígado e sua excreção é realizada pelos rins.
Portanto, seu uso não é indicado para pacientes que já possuam algum comprometimento hepático, pois há risco de toxicidade.
Indicações de uso da Lidocaína
A indicação do anestésico local dependerá de características clínicas e sistêmicas de cada paciente.
Pacientes gestantes
A lidocaína 2% com adrenalina a 1:100.000 é o anestésico mais seguro para gestantes, incluindo as diabéticas e as hipertensas controladas. No entanto, deve ser respeitado a dose máxima de 2 tubetes e realizar a aplicação de forma lenta.
No caso de pacientes gestantes hipertensas não controladas, a lidocaína deixa de ser o anestésico de escolha e a Prilocaína 3% com felipressina 0,03 Ul/mL (máximo 2 tubetes) passa a ser a opção mais segura.
Pacientes odontopediátricos
Para uso pediátrico, indica-se a Lidocaína a 2% com adrenalina 1:200.000, considerando como dose máxima um tubete de anestésico, com ou sem vasoconstritor, para cada 9,09 kg.
Pacientes idosos
Em idosos, é recomendado usar a lidocaína a 2% com adrenalina na diluição de 1:200.000 ou 1:100.000. É importante não ultrapassar a dose de 0,04mg de adrenalina, já que esse tipo de paciente costuma ser mais sensível aos vasoconstritores.
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Como calcular a dosagem de lidocaína?
Para realizar o cálculo de dose máxima do anestésico, precisamos saber quantos miligramas da substância contém em um único tubete.
No caso da Lidocaína 2%, em 100ml teremos 2g do anestésico ou 2000mg de anestésico. Cortando dois zeros, chegamos ao valor de 1ml para 20mg de anestésico.
Um tubete de anestésico de lidocaína possui 1,8ml. Logo, se em 1ml temos 20mg de anestésico, é necessário fazer uma regra de três para chegar ao resultado:
Agora, precisamos identificar qual a dosagem máxima da lidocaína por peso corpóreo. Essas informações podem variar conforme a literatura consultada ou a bula do medicamento.
Segundo o livro “Manual de Anestesia Local” de Stanley Malamed, 5ª edição, a dose máxima de lidocaína, com ou sem vaso constritor, é de 4,4mg/kg, sem exceder 300mg.
Desse modo, para aplicação de anestésico em um paciente de 65kg, podemos realizar o seguinte cálculo:
Identificamos que a dose máxima que o paciente pode receber do anestésico lidocaína é de 286mg.
Com essa informação, precisamos calcular quantos tubetes serão utilizados nesse paciente fazendo novamente uma regra de 3.
Logo, poderão ser administrados 7,94 tubetes.
É importante salientar que o uso de anestésicos, sobretudo a lidocaína, é muito seguro. Contudo, o cirurgião-dentista deve ficar atento a dosagem e aos sintomas apresentados pelo paciente e estar preparado para agir em caso de urgências e emergências odontológicas.
A superdosagens das soluções anestésicas incluem sintomas como sonolência, perda de consciência e, em casos mais graves, parada cardiorrespiratória.
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Referências
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