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Emergências e Urgências Odontológicas: Saiba a diferença!

Emergências e urgências odontológicas: saiba a diferença

Emergências e Urgências Odontológicas

Urgências e emergências odontológicas podem ser acometidas a qualquer pessoa a qualquer hora. Principalmente se levarmos em consideração, por exemplo, em se tratar de situações que acontecem por causa de acidentes, ou seja, em ambientes onde não temos controle. 

Por isso, estes termos são muito confundidos entre a maioria dos pacientes, e muitas vezes falamos ambas como se fossem sinônimos, quando na verdade não são.

Através deste texto, vamos te explicar tudo o que você precisa saber para nunca mais confundir os termos e saber como tratá-los individualmente.

Siga a leitura e saiba mais sobre Emergência e Urgências Odontológicas.

Emergências e Urgências odontológicas: como saber diferenciar?

Situações de urgência e emergência sempre existiram e são comuns nos consultórios odontológicos. No entanto, profissionais da área têm observado uma maior recorrência nos casos de emergência em seus estabelecimentos. 

A causa para isso pode estar relacionada ao aumento da população idosa no país todo. Classe da sociedade que precisa de um acompanhamento maior e está mais suscetível às situações de acidentes que citamos há pouco.

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Outro fator para este aumento, é a maior concentração de pacientes com deficiência que se tornam regulares. Há também a negligência em relação ao exame clínico ou até mesmo a falta de preparo de alguns profissionais da saúde.

Seja qual for a causa, você deve estar preparado para todo tipo de situação adversa. Dessa forma, tratando todos os pacientes com igualdade, a diferença estará sendo feita. 

Agora, como saber diferenciar de uma vez por todas a emergência da urgência?

Definimos as duas situações abaixo para nunca mais errar. Confira!

Emergência Odontológica

A emergência odontológica acontece quando há uma situação extremamente crítica, que potencializa o risco de morte do paciente.

Portanto, aqui, é necessário que o cirurgião-dentista tenha capacidade para lidar de forma imediata com o caso.

As emergências odontológicas são definidas de acordo com o CFO, o Conselho Federal de Odontologia, como os seguintes: 

  • sangramentos não controlados;
  • celulite ou infecções bacterianas difusas, com aumento de volume, ou seja, edema, de localização intra ou extra-oral. Com isso, há o potencial risco de comprometimento de via aérea dos pacientes;
  • traumatismo envolvendo os ossos da face. Neste cenário, também há risco de comprometimento das vias aéreas do paciente. 

Urgência Oodontológica

A urgência odontológica é definida, por sua vez, como uma situação com menos criticidade, no qual o paciente não corre risco de morte. Porém, necessita mesmo assim de atendimento prioritário

.Neste caso, o cirurgião-dentista tem tempo de estudar e diagnosticar o problema antes de iniciar qualquer procedimento. 

Ainda de acordo com o CFO, as situações de urgência odontológica são as seguintes: 

  • dor aguda, decorrente de inflamações na polpa;
  • pericoronarite, ou seja, dor relacionada a processos infecciosos envolvendo os terceiros molares retidos;
  • alveolite pós-operatória, controle ou aplicação de medicamentos no local;
  • remoção de suturas;
  • abscessos, dentário ou periodontal, ou infecção bacteriana que resulta em dor localizada; 
  • fratura de dente, resultando em dor ou causando trauma do tecido mole bucal;
  • tratamento odontológico necessário e prévio a um procedimento médico crítico;
  • cimentação ou fixação de coroas ou próteses fixas se a restauração estiver solta, sendo provisória ou fixa. Ela pode estar perdida, quebrada ou causando dor e inflamação gengival;
  • biópsia de alterações anormais dos tecidos bucais;
  • ajuste ou reparo de próteses removíveis que estejam causando dor ou com a função mastigatória comprometida;
  • finalização ou troca para medicação intracanal com hidróxido de cálcio e selamento eficaz com material resistente à mastigação para tratamentos endodônticos já iniciados. Evita-se, desta forma, que o prognóstico seja desfavorável;
  • cáries extensas ou restaurações com problemas que estejam causando dor;
  • necroses orais com dor e presença de secreção purulenta;
  • ajuste, troca ou remoção do arco ou dispositivo ortodôntico que estiver causando ulceração da mucosa bucal; 
  • mucosites orais com indicação de tratamento com laserterapia;
  • trauma dentário com avulsão ou luxação. 

Esses são os casos de urgência odontológica de acordo com o Conselho Federal de Odontologia que necessitam de prioridade no atendimento, porém sem comprometimento da vida do paciente.

Com certeza a lista é grande e requer atenção dos cirurgiões-dentistas. Porém, com a ajuda dela você será capaz de prestar o melhor serviço de acordo com o caso apresentado. 

E como podemos ver através desta lista, a dor é a principal causa e sintoma que faz com que a procura por atendimento 24 horas seja alta.

As doenças agudas do periodonto também podem determinar a grande procura pelo pronto-socorro. Assim como os casos mais comuns são de pericoronarite e pelos abscessos da gengiva.

Como classificar e identificar as urgências e emergências odontológicas?

Abaixo, iremos listar os principais casos que geram essas situações e as doenças resultantes de cada uma delas. Portanto, as emergências odontológicas são classificadas e divididas nos seguintes grupos: 

  1. Alteração ou perda da consciência: através da lipotímia e síncope, hipoglicemia aguda, hipotensão ortostática, acidente vascular encefálico, insuficiência adrenal aguda;
  2. Dificuldade respiratória: síndrome de hiperventilação, crise aguda de asma, edema pulmonar agudo, obstrução aguda das vias aéreas por corpos estranhos;
  3. Dor no peito: angina no peito e infarto agudo do miocárdio;
  4. Arritmia cardíaca: batimentos ectópicos isolados, bradicardias e taquicardias;
  5. Crise hipertensiva arterial;
  6. Reações alérgicas: reações cutâneas, reações respiratórias e choque anafilático;
  7. Reações à superdosagens das soluções anestésicas locais: superdosagem do sal anestésico ou do vasoconstritor;
  8. Convulsões

Sem sombra de dúvida, os procedimentos cirúrgicos se destacam no quesito associação a quadros emergenciais. Uma vez que podem ser responsáveis por desencadear muitos casos de lipotimia, síncope, dor no peito, entre outras doenças.

Além disso, é preciso muita atenção nos anestésicos, pois eles estão constantemente envolvidos nestas situações críticas. 

Lembrando que nestes casos, o potencial risco de morte do paciente é acentuado. Por isso, são chamados de emergências odontológicas

As urgências odontológicas, por sua vez, são geralmente relacionadas a pacientes com quadros de ansiedade e desmaio. Hipertensão, hipoglicemia e hemorragias também são os principais sintomas de doenças que afetam a polpa dos dentes, causando assim, dores muito intensas e agudas, muito difíceis de suportar. 

Mesmo assim, são quadros, ainda que prioritários, que não representam grande risco de morte ao paciente. Por isso, devem ser tratados como urgências e não emergências

Como pode ver, alguns sintomas são os mesmos em ambas as situações, apenas diferenciando-se entre si, o nível de gravidade. Fator determinante na hora de diagnosticar o caso e decidir o melhor tratamento. 

Biossegurança no consultório odontológico

Emergências odontológicas: como atender? 

Você sabe diferenciar uma emergência da outra? Ainda, sabe como agir diante de uma situação emergencial? Agora, vamos falar um pouco sobre as emergências mais comuns em consultórios odontológicos. Assim como defini-las, observando os sinais e sintomas. 

Além disso, vamos mostrar qual é a conduta ideal para cada tipo de situação. Acompanhe.

Síncope

A síncope, mais conhecida como desmaio, é quando o paciente tem perda súbita da consciência. Causada pela perda do fluxo sanguíneo e oxigenação cerebral. A melhor conduta que você pode aplicar é analisar a responsividade da vítima. Ou seja, falar com ela, estimulá-la verbal e fisicamente. E mais: 

  • incline a cabeça para liberação das vias aéreas;
  • monitore a respiração e o pulso. 

Se a vítima não apresentar sinais de melhora em cinco minutos, solicite socorro. 

Hipoglicemia

A hipoglicemia tem a ver com a diabetes. Isto é, quando os níveis de glicose no sangue encontram-se abaixo do valor mínimo que é 60 mg/dl.

Para identificá-lo, o paciente deve apresentar ansiedade, nervosismo, taquicardia, sensação de fome, náuseas, vômitos, entre outros sintomas gástricos. 

Se o paciente responde aos estímulos e está consciente, você pode colocá-lo em uma posição confortável e administrar alimentos doces, como tabletes de açúcar, refrigerantes ou simplesmente água com açúcar. 

Agora, se o paciente não estiver responsivo: 

  • chame o socorro local;
  • mantenha a vítima deitada com os pés elevados; 
  • libere as vias aéreas e avalie a pulsação;
  • coloque um sachê de açúcar líquido debaixo da língua. 

Hipotensão Ortostática

A hipotensão ortostática está entre as emergências médicas em odontologia. Ela é representada pela queda brusca de pressão arterial que pode acontecer quando o paciente deitado, se levanta rapidamente.

A ingestão de fármacos como, diuréticos, vasodilatadores e antidepressivos estão entre as causas da hipotensão ortostática. 

A conduta a ser feita é: 

  • avalie a consciência do paciente, através de estímulos físicos e verbais;
  • coloque-o deitado com os pés elevados e a cabeça levemente inclinada;
  • monitore a frequência cardíaca e respiratória;
  • pode ser necessário fazer suplementação de oxigênio. 

Acidente Vascular Encefálico (AVE)

O AVE é uma alteração neurológica causada pela destruição de substância encefálica devido à interrupção do fluxo sanguíneo e consequentemente de glicose e oxigênio. Dentre os fatores que aumentam o risco de AVE, a hipertensão é o mais importante. 

A conduta a ser realizada neste caso é deixá-lo em posição confortável na cadeira e: 

  • manter as vias aéreas livres;
  • monitorar a pressão arterial, frequência respiratória, bem como a cardíaca;
  • os sinais de fraqueza ou dormência nas extremidades devem desaparecer em um intervalo entre 5 a 10 minutos;
  • após o episódio, deve-se orientar o paciente a realizar uma avaliação médica. 

Crise hipertensiva

Aumento da pressão arterial sistólica isolada ou associada ao aumento da diastólica. Acontece quando há o estresse em resposta ao tratamento dentário; à dor súbita e inesperada; à injeção acidental de anestésicos locais com epinefrina em pacientes com histórico de hipertensão ou ainda, a injeção em pacientes em tratamento de hipertensivos sem fazer o uso devido. 

Os sinais apresentados pelo paciente são de dor de cabeça, alterações visuais ou dificuldade respiratória. Quando houver essa reclamação, o que se deve fazer:

  • interrompa o atendimento;
  • Coloque o paciente em posição semi-inclinada;
  • solicite socorro;
  • monitore seu P.A., pulso e respiração.  

Infarto agudo do Miocárdio

O infarto acontece quando com a ausência de sangue nas artérias coronárias em uma área do miocárdio, provocando morte celular por necrose. O paciente sentirá dor na região do coração similar a angina, porém, mais intensa e duradoura. Assim como ansiedade e dor irradiada. 

Novamente, a conduta é colocar o paciente em posição confortável e solicitar socorro. Administre de dois a três comprimidos de aspirina 100 mg amassados ou para mastigar. Após isso, oxigênio (3L/minuto), monitore os sinais vitais e em caso de parada cardiorrespiratória, inicie a manobra RCP. 

Reações alérgicas

É uma reação imunológica a um determinado alérgeno que, na odontologia, pode estar presente em materiais, além de substâncias ou medicamentos utilizados pelo dentista no dia a dia.

Os sinais são urticárias, rinite e conjuntivite, nos casos mais graves podem vir com broncoespasmos, edema da laringe e choque anafilático. 

Condutas a serem realizadas de acordo com a gravidade da situação:

  1. Reações cutâneas imediatas: interrompa o atendimento, deixe o paciente em posição confortável, avalie a frequência cardíaca e respiratória, administre prometazina 50 mg. Assim que estabilizado, receite anti-histamínico. 
  2. Dificuldade respiratória: posicione-o deitado com os pés elevados, solicite socorro, administre oxigênio e epinefrina. Caso seja necessário, repita a dose de 5 a 10 minutos. Assim que estabilizado, administre uma ampola de prometazina 50 mg. 
  3. Broncoespasmo: interrompa o atendimento a fim de acalmar o paciente. Administre uma ou duas doses de broncodilatador assim como oxigênio. Caso não haja melhora, administre 0,5 ml de solução de epinefrina, após a crise, dê hidrocortisona 100 mg, prometazina 50 mg e deixe o paciente em observação.  
  4. Choque anafilático: o paciente deve estar deitado com os pés elevados, administre oxigênio, a mesma solução de 0,5 ml de epinefrina. Caso necessário, repita a dose de 5 a 10 minutos. Após a estabilização, administre hidrocortisona 100 mg e prometazina 50 mg. 

Convulsão

Entre as emergências médicas mais tensas, a convulsão é uma atividade elétrica anormal do cérebro. Se apresenta como uma crise de ausência ou perda de consciência dos músculos esqueléticos.

A conduta deve ser atenta: 

  • remova objetos da boca, mas não coloque a mão dentro dela;
  • coloque o paciente deitado de lado para evitar aspiração;
  • segure e proteja a cabeça;
  • cronometre a duração da crise;
  • chame socorro caso a crise dure mais que 3 minutos;
  • cessada a crise, mantenha o paciente em repouso e administre oxigênio 6-8L/min.
  • monitore os sinais vitais;
  • não oferecer nenhum tipo de alimento;
  • avalie o grau de consciência do paciente antes de liberá-lo. 

Por fim, estar preparado para as mais diversas situações é primordial para o sucesso no atendimento aos seus pacientes. Saber como atuar em situações de emergência e urgência em consultórios odontológicos será seu diferencial no mercado.

Gostou do texto? Continue acompanhando o blog da Dental Speed para mais informações úteis para o seu consultório.

Publicado por
Profª Dra. Natália Galvão Garcia

Cirurgiã-dentista pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG), Mestre, Doutora e Pós-Doutora pela Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB/USP), Professora Dra. do curso de Odontologia do Centro Universitário de Lavras (UNILAVRAS – MG). Atua no consultório nas áreas de Diagnóstico Oral, Cirurgia Oral Menor, Pacientes Especiais e Laserterapia. CROMG: 56425

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