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Odontopediatria

Saiba como fazer o diagnóstico em Odontopediatria e ter sucesso no tratamento clínico

A Odontopediatria desempenha um papel fundamental na saúde oral e sistêmica do paciente infantil e adolescente.

Para o sucesso do tratamento clínico, além das técnicas de manejo, um diagnóstico preciso é essencial para o sucesso do tratamento odontológico.

Neste artigo, vamos abordar sobre como estabelecer uma comunicação eficaz com os pacientes e seus responsáveis, orientar sobre os problemas comuns de desenvolvimento infantil que podem influenciar na saúde bucal, além de dicas sobre diagnóstico e plano de tratamento em Odontopediatria.

Manejo comportamental em Odontopediatria

As técnicas de manejo em Odontopediatria são fundamentais para a criança ou adolescente confiar no profissional e permitir o tratamento odontológico, promovendo a cooperação do paciente.

Para ter sucesso na abordagem, o dentista deve avaliar alguns fatores, como por exemplo se é o primeiro atendimento odontológico, idade e cognição do paciente, estabelecer uma comunicação adequada e proporcionar um ambiente acolhedor.

Conheça as principais técnicas de manejo:

  • Técnica “dizer – mostrar – fazer”: explicar o procedimento, apresentar os instrumentais/materiais/equipamentos, demonstrar como será feito e conversar com o paciente durante o procedimento;
  • Distração: utilizar recursos como música ambiente, televisão/vídeos e conversar sobre assuntos de interesse facilitam o relacionamento.
  • Comunicação verbal: explicar os procedimentos antes, durante e após o atendimento. O contato visual é fundamental para passar confiança. É importante também ter uma comunicação acolhedora, controlando o tom de voz;
  • Comunicação não verbal: passar acolhimento e confiança por meio da postura, linguagem corporal, olhar e expressão facial;
  • Reforço positivo: de acordo com a idade, elogiar cada atitude positiva. Em crianças pequenas, brindes e brinquedos funcionam como uma excelente estratégia de reforço comportamental.

Além dessas dicas, para auxiliar na criação de vínculo com o paciente odontopediátrico e seu responsável, é importante estabelecer uma comunicação adequada de acordo com a idade, procurar saber os gostos pessoais, avisar sobre barulhos e situações que podem acontecer durante o atendimento clínico.

Um relacionamento de confiança entre o paciente e o dentista é fundamental para a realização de um diagnóstico adequado e o sucesso do atendimento em Odontopediatria.

Diagnóstico em Odontopediatria

A anamnese, o exame clínico e o exame físico são fundamentais um diagnóstico preciso. Por isso é importante a criação de vínculo por meio das técnicas de manejo.

Por meio da anamnese odontológica, o dentista irá avaliar os seguintes fatores:

  • Histórico médico;
  • Doenças sistêmicas;
  • Histórico odontológico;
  • Hábitos que pode influenciar na saúde oral e na oclusão, como mamadeira, chupeta, respiração bucal, roer unhas, sucção digital, etc;
  • Qualidade da alimentação;
  • Frequência de higiene bucal.

Ao realizar a anamnese, o dentista deve fazer perguntas abertas, que permitam que os pais e a criança expressem suas preocupações e forneçam informações detalhadas.

É importante evitar perguntas que possam levar a respostas breves ou vagas, dificultando o diagnóstico odontológico.

Após realizar os questionamentos, o profissional irá realizar a avaliação clínica e o exame oral ,que são fundamentais no diagnóstico em Odontopediatria.

Nessa etapa, o dentista deve realizar as seguintes avaliações:

  • Exame físico: avaliar o aspecto geral do paciente e realizar o exame intraoral. Avaliar se há presença de biofilme, cálculo dental, cáries, abcessos, sangramento gengival, saúde periodontal e se há anormalidades em tecidos moles;
  • Palpação: é indicada para identificar anormalidades na região de cabeça, pescoço e tecidos moles;
  • Avaliação da oclusão: é importante para identificar problemas de oclusão. O dentista deve avaliar a sequência eruptiva, classificação de Baume, espaço primata, relação canina e se há maloclusão;
  • Avaliação da dentição: se há alteração de número, de forma e alterações em esmalte e dentina.

Durante a anamnese e a avaliação clínica, o dentista deve avaliar os seguintes características que podem indicar comprometimento da saúde oral e/ou sistêmica:

  • Dor, edema ou desconforto na região oral;
  • Sangramento gengival;
  • Alteração de coloração de pele e/ou mucosas;
  • Pigmentação ou descoloração nos dentes;
  • Trinca e/ou fratura dental;
  • Desgaste em esmalte e dentina;
  • Dificuldade em comer ou mastigar alimentos;
  • Mau hálito;
  • Respiração bucal;
  • Dificuldade de fonação.

Além do exame clínico, também podem ser realizados exames complementares, como a radiografia panorâmica, radiografias intraorais, tomografia e exames laboratoriais.

O uso de recursos tecnológicos, como o scanner intraoral e a radiografia odontológica digital, auxiliam no diagnóstico e otimizam o tempo de atendimento clínico.

Após a anamnese e exame clínico, é o momento de realizar o plano de tratamento.

Plano de Tratamento em Odontopediatria

Um plano de tratamento deve ser baseado em uma anamnese odontológica detalhada e um diagnóstico preciso, para oferecer um atendimento clínico adequado para a necessidade da criança/adolescente.

Ao planejar o tratamento odontológico, o profissional deve analisar as seguintes informações:

  • Priorizar a prevenção: Um plano de tratamento deve incluir medidas preventivas, como aplicação de flúor, avaliar a necessidade de aplicação de selante dental e orientações sobre hábitos saudáveis e higiene oral adequada;
  • Considerar a idade da criança: alguns procedimentos e abordagens podem ser mais adequados para crianças mais velhas, enquanto outros podem ser realizados em crianças mais novas;
  • Utilizar materiais odontológicos específicos para Odontopediatria, como capa para seringa carpule, instrumentais coloridos e produtos com sabor agradável;
  • Levar em conta a saúde geral da criança: algumas condições médicas podem afetar o tratamento odontológico e exigir precauções adicionais;
  • Envolvimento dos responsáveis: É importante informar sobre o diagnóstico, as opções de tratamento e a importância de cuidados contínuos em casa.

Para executar o atendimento clínico, é importante que o dentista realize o tratamento em fases, para promover a saúde bucal com excelência. Segundo a literatura, o profissional deve realizar as seguintes etapas:

  • Fase sistêmica: conjunto de medidas para solucionar e/ou controlar problemas sistêmicos;
  • Fase Preparatória (prevenção): procedimentos preventivos, como por exemplo, profilaxia odontológica, aplicação tópica de flúor e adequação do meio (preparar a cavidade bucal para o procedimento restaurador), facilitam as fases adequo-restauradora e restauradora (se houve necessidade de restauração do elemento dental);
  • Fase Restauradora: reestabelecer estética e função;
  • Fase de Manutenção: estabelecer a periodicidades das consultas para acompanhamento clínico.

Além de todas essas etapas, no plano de tratamento deve estar incluso a avaliação ortodôntica e de desenvolvimento craniofacial, para saber se há necessidade de encaminhar o paciente para tratamento ortodôntico e/ou ortopédico.

O sucesso do tratamento odontopediátrico é formado por um conjunto de medidas que irão proporcionar um diagnóstico preciso, como por exemplo o manejo adequado, anamnese detalhada, exame físico minucioso, um plano de tratamento direcionado às necessidades do paciente e acompanhamento clínico.

Além disso, a criação de vínculo, bem como os cuidados preventivos e a formação de novos hábitos são fundamentais para a promoção da saúde bucal desde a infância até a vida adulta.

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Publicado por
Dra. Fernanda Skupien

Cirurgiã-dentista pela Universidade Paulista (UNIP), especialista em endodontia pelo Hospital Geral do Exército de São Paulo (HGESP) e especialista em marketing pela Universidade Mackenzie.

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