Pulpite reversível e pulpite irreversível

O dente é composto por esmalte, cemento, dentina e polpa. Sendo a polpa dentária é um tecido conjuntivo frouxo localizado na cavidade pulpar e contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos, células e fibras nervosas.

A polpa apresenta boa capacidade de reparo e um metabolismo intenso.  Contudo podem ocorrer alterações pulpares, sendo elas causadas por traumas, tecido cariado, lesões periodontais e lesões endo-perio. 

Para diagnosticar uma alteração pulpar, é necessário entender a condição que o tecido pulpar se encontra. Dependo do grau de inflamação da polpa, a pulpite pode ser classificada como pulpite reversível ou pulpite irreversível. 

Desse modo, para fechar o diagnóstico correto das alterações da polpa dentária é necessário fazer uma boa anamnese, realização de exame clínico, testes térmicos e exame radiográfico. 

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O que é pulpite?

Em resumo, a pulpite é a inflamação da polpa.

A polpa é formada por feixes vasculares nervosos e quando ocorre um estímulo causado por trauma ou agente agressor, ocorre a inflamação da polpa dental, resultando no quadro clínico da pulpite. 

Nesse sentido, para diagnosticar a pulpite, além de exames radiográficos, é necessário realizar testes de sensibilidade pulpar, para saber se a pulpite é aguda (reversível) ou crônica (irreversível). 

Ainda assim, a pulpite também pode estar em fase de transição, ou seja, está entre as fases reversível e irreversível, podendo ter características dos dois quadros clínicos. 

As pulpites crônica, aguda e a fase de transição são chamadas de pulpites sintomáticas. 

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Qual a diferença entre a pulpite reversível e a pulpite irreversível?

A pulpite reversível é causada pela evolução da cárie, mas nos casos em que a inflamação não necrosou vasos e nervos; portanto é possível reverter o quadro. 

Apesar disso, a pulpite reversível apresenta dor localizada, de curta duração e que se manifesta com estímulos da mastigação. A dor começa quando há um estímulo e cessa quando o estímulo é retirado. 

No exame clínico, há restauração ou cárie extensa que ainda não atingiu a polpa, ao  realizar teste térmico do calor, o paciente acusa uma dor tardia à aplicação inicial do estímulo. 

Logo, o tratamento consiste na remoção da causa, já que, a manutenção do fator etiológico da inflamação pulpar pode causar uma pulpite irreversível. 

Ao atingir a polpa, os microrganismos produzem toxinas que aumentam a inflamação, resultando em um processo imunológico e inflamatório para impedir o avanço da infecção e eliminar o agente agressor. 

Ou seja, o tecido pulpar entra processo inflamatório irreversível, devido à vascularização restrita, podendo resultar em necrose pulpar. 

A pulpite irreversível também é causada pela evolução da cárie, mas há danos maiores na polpa dental. A dor é espontânea, latejante, geralmente noturna e não cessa com analgésicos. 

Em suma, a diferença entre as pulpites está na intensidade da dor e a resposta da polpa aos testes de vitalidade realizados em consultório para fechamento de diagnóstico. 

Quais são as características da pulpite reversível: 

  • dor intensa e localizada; 
  • dor de curta duração; 
  • dor causada por estímulo mastigatório; 
  • hiperemia; 
  • alivio da dor com medicação 

Quando o dentista realiza testes térmicos, a dor desaparece rapidamente após a remoção do estímulo.  O dente responde normalmente à percussão ou com leve aumento da dor à palpação. 

Portando, o teste de percussão vertical é um valioso auxiliar para verificação clínica da extensão apical do processo.

Quais são características da frase de transição: 

  • dor intensa e provocada; 
  • dor intermitente e localizada.

Sendo assim , quando o dentista realiza testes térmicos, a dor intensa desaparece lentamente com a remoção do estímulo. Bem como, há sintomatologia dolorosa nos testes de percussão.

Quais são as características da pulpite irreversível: 

  • dor intensa e espontânea; 
  • dor pulsátil e difusa; 
  • dor de longa duração; 
  • alívio da dor com o frio; 
  • vascularização restrita; 
  • infecção pulpar que pode levar à necrose pulpar

Portando, quando o dentista realiza o teste térmico, a dor demora a passar mesmo após a remoção do estímulo.

Como tratar em caso de dente inflamado?

Quando temos o caso de dente inflamado, é importante entender que, geralmente, quando identificada no início, a inflamação é mais fácil de ser tratada. 

O procedimento indicado é eliminar a causa do problema: remoção de tecido cariado nos casos reversíveis e remoção do tecido pulpar nos casos irreversíveis. Lembrando que a inflamação desaparece quando a causa é tratada. 

Pulpite reversível

Na pulpite reversível, a dor e a inflamação desaparecem após o dentista remover o tecido cariado e restaurar o elemento dental. Ao passo que pode ser necessário o uso de restaurações provisórias para alívio de sintomatologia e observação do quadro clínico. 

Além disso, dependendo da profundidade da cárie, alguns casos recebem um tratamento endodôntico conservador: proteção pulpar indireta ou mesmo proteção pulpar direta, através de capeamento pulpar direto. 

Em relação à radiografia periapical, ela não revela alterações pulpares, todavia pode indicar a presença de um processo carioso, restaurações profundas ou restaurações sem proteção do complexo dentino pulpar. 

O que é pulpite irreversível?

No caso da pulpite irreversível, os danos à polpa são extensos e não podem ser revertidos.

Nesse sentido, podem ocorrer alterações radiográficas, aumento no espaço do ligamento periodontal (inflamação incipiente geralmente causada pela influência das toxinas microbianas) ou aparência de lesão radiolúcida periapical  sugerindo necrose pulpar.

Portanto o tratamento indicado é a pulpectomia ou necropulpectomia, preparo químico mecânico do canal, medicação intracanal se necessário e obturação do conduto radicular. 

Você tem alguma dúvida sobre como diagnosticar e tratar pulpites? Quer saber mais sobre endodontia? 

Escreva aqui nos comentários! 

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Cirurgiã-dentista em Blog Dental Speed
Cirurgiã-dentista pela Universidade Paulista (UNIP), especialista em endodontia pelo Hospital Geral do Exército de São Paulo (HGESP) e especialista em marketing pela Universidade Mackenzie.
Dra. Fernanda Skupien

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