Você já se informou sobre os riscos de transmissão da hepatite viral na Odontologia?
O dentista é apontado como um profissional de saúde com alto risco de contaminação devido ao contato direto com sangue e saliva.
Por isso, é fundamental compreender sobre os tipos de hepatite, as formas de transmissão, riscos no consultório odontológico e quais são as medidas de biossegurança na Odontologia para evitar a contaminação cruzada, garantindo a saúde do paciente e do profissional.
Por isso, confira mais informações sobre essa doença e como minimizar os riscos de transmissão no consultório odontológico.
Hepatite e Odontologia
A hepatite é uma inflamação degenerativa do fígado causada por diversos fatores, incluindo infecção viral, doença autoimune, uso excessivo de álcool, drogas e medicamentos. A doença pode ser aguda ou crônica.
Segundo o Ministério da Saúde, a hepatite é um grave problema de saúde pública no mundo todo, e pode causar alterações leves, moderadas ou graves.
Em muitos casos os infectados são assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas, descobrindo a doença somente em estágio avançado.
Em relação à Odontologia, o risco de transmissão ocorre nos casos de hepatite viral. Saiba mais sobre os principais tipos de hepatite:
- Hepatite medicamentosa: causada pelo consumo excessivo de certos tipos de medicamentos, resultando em o processo inflamatório;
- Esteato-hepatite: causada pelo acúmulo de gordura no fígado;
- Hepatite alcoólica: causada pelo uso excessivo de álcool;
- Hepatite autoimune: ocorre quando o organismo produz anticorpos contra as células do próprio fígado;
- Hepatite viral: causada por vírus e apresentam diversas formas de transmissão. Conheça os tipos de hepatite viral:
- Hepatite A (HAV): a transmissão ocorre geralmente pelo consumo de água ou alimentos contaminados;
- Hepatite B (HBV): transmitida pelo contato com sangue e fluidos corporais (contato direto com a secreção ou por meio de instrumentos perfurocortantes contaminados);
- Hepatite C (HCV): transmitida pelas mesmas vias da hepatite B;
- Hepatite D (HDV): Ocorre apenas em pessoas que já têm hepatite B, agravando o quadro clínico e aumentando os riscos de complicações hepáticas;
- Hepatite E (HEV): transmissão é semelhante à hepatite A, devido ao saneamento precário.
Na Odontologia, a hepatite B e hepatite C apresentam maior risco de contaminação cruzada, devido à via de transmissão. Atualmente só existe vacina para as hepatites A e B.
Conheça os principais sintomas da hepatite:
- Cansaço;
- Febre;
- Mal-estar;
- Enjoo;
- Dor abdominal;
- Pele e olhos amarelados;
- Urina escurecida;
- Fezes claras;
- Entre outros.
O tratamento da hepatite varia conforme a causa da inflamação no fígado. Como exemplo de tratamento temos o uso de retrovirais, prescrição de medicamentos que tratem os sintomas, remoção da causa, mudança de alimentação e estilo de vida.
A conhecimento sobre sinais, sintomas e variações da doença é fundamental para o dentista implementar as medidas de biossegurança adequadas na prevenção da contaminação cruzada.
Transmissão da Hepatite na Odontologia
O tratamento odontológico apresenta riscos devido ao contato direto com fluidos corporais.
Na Odontologia, a transmissão pode ocorrer de duas formas, sendo elas o contato direto (paciente para profissional e vice-versa) ou contato indireto (paciente para paciente por material contaminado).
A hepatite B é apontada como a maior causa de mortalidade em consultórios odontológicos. Por isso, devemos levar em conta a presença do VHB (Vírus da Hepatite B) também na saliva e fluido gengival. Segundo a literatura, “o risco de aquisição do VHB por meio de acidente perfurocortante com sangue sabidamente contaminado varia de 6 a 30% Sendo que uma quantidade ínfima de sangue contaminado (0,0001 ml) é suficiente para a transmissão do vírus.
Em acidente perfuro cortante envolvendo sangue de fonte desconhecida, o risco de aquisição do VHB é 57 vezes superior. Quando comparado ao HIV, e o risco de vir a óbito é 1,7 vezes superior para o VHB, apesar da característica letal do HIV. O VHB resiste até uma semana em superfície seca.”
Conheça as principais formas de transmissão de hepatite na Odontologia:
- Contato direto com sangue e saliva;
- Acidentes com instrumentos perfurocortantes (agulhas, lima endodôntica, cureta periodontal, sonda exploradora, lâmina de bisturi, etc);
- Falhas na desinfecção e esterilização de instrumentais;
- Ausência ou uso inadequado de EPIs (equipamento de proteção individual);
- Assepsia inadequada das mãos;
- Assepsia e desinfecção inadequada do consultório odontológico.
Por causa de todos os fatores envolvidos, é fundamental que o dentista e sua equipa siga todas as medidas de biossegurança odontológica recomendadas pela ANVISA, para minimizar os riscos e preservar a saúde do paciente e do profissional.
Hepatite e biossegurança na Odontologia
Devido à todos os riscos de contaminação durante o tratamento odontológico, é necessário seguir com rigidez as medidas de biossegurança.
Além da utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), sugere-se o cuidado reforçado no uso de instrumentos pontiagudos ou perfurocortantes.
Apesar do assunto ser popular, é sempre bom relembrar as formas de proteção, afim de prevenir a contaminação :
- Vacinação contra o VHB;
- Manutenção de autoclaves;
- Instrumentais perfeitamente higienizados;
- Descarte adequado de materiais perfurocortantes descartáveis;
- Realizar sempre anamnese questionando histórico de doenças;
- Desinfecção constante das superfícies do consultório.
As medidas de biossegurança em relação à paramentação, desinfecção e esterilização são fundamentais para evitar a transmissão de hepatite e demais doenças infectocontagiosas.
Além dos cuidados em relação aos instrumentais odontológicos, todos os equipamentos que entram em contato com o paciente devem ser protegidos e o profissional deve realizar a desinfecção após o uso, incluindo a cadeira odontológica e demais superfícies.
Em caso de atendimento à pacientes com Hepatite, é importante o dentista realizar uma anamnese com foco na doença e avaliar se o paciente é sintomático ou assintomático, bem como a suscetibilidade à hemorragia, solicitar testes de coagulação e avaliar os medicamentos de uso contínuo.
É importante lembrar que pacientes com necessidades especiais, gestantes, idosos, gastroplastizados, diabéticos, cardiopatas e pacientes que apresentam o diagnóstico de hepatite, câncer, anemia ou qualquer condição sistêmica que possa interferir durante o tratamento odontológico, devem ser tratados com atenção e o dentista deve trabalhar em parceria com a equipe multidisciplinar que atende o paciente.
Para minimizar os riscos de transmissão de hepatite na Odontologia, é fundamental o dentista conhecer os sinais e sintomas da hepatite, bem como seus tipos, formas de transmissão e realizar as medidas de biossegurança para a prevenção de contaminação cruzada.
Além disso, o profissional deve -se manter atualizados sobre as diretrizes e recomendações de saúde pública relacionadas ao tratamento de pacientes com hepatite, incluindo a vacinação dos profissionais de saúde.
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