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Cimento de Ionômero de Vidro: Parceiro do Dentista

O cimento de ionômero de vidro é um produto odontológico versátil e amplamente utilizado na Odontologia. 

Parceiro de longa data dos cirurgiões-dentistas, o material é usado por profissionais de diferentes especialidades clínicas como odontopediatria, estética restauradora e prótese. 

Mas, você sabe quais as vantagens de utilizar esse produto? Como manipulá-lo e conservá-lo de maneira adequada? Ou quais os melhores modelos? 

A seguir, saiba mais sobre o cimento que é o “queridinho” de muitos dentistas, incluindo sua classificação, indicações e principais marcas disponíveis no mercado. 

Classificação do cimento de ionômero de vidro 

O primeiro cimento de ionômero de vidro foi introduzido no mercado odontológico no final da década de 70. 

Desde então, diversas modificações foram realizadas em sua fórmula, a fim de melhorar suas propriedades e atender as necessidades clínicas individuais dos cirurgiões-dentistas. 

Hoje, existem diferentes tipos de ionômeros de vidro, que trazem muitos benefícios à prática clínica e oferecem alta qualidade ao tratamento. 

Esses produtos são classificados de acordo com suas indicações de uso: 

  • Cimentos de ionômero de vidro Tipo I:  

Indicados para fixação e/ou cimentação de coroas, peças ortodônticas, próteses, entre outros. São mais fluidos, proporcionando melhor escoamento.  

  • Cimentos de ionômero de vidro Tipo II:  

Possuem propriedades mecânicas melhoradas e alta viscosidade, sendo indicados para restaurações.  

  • Cimentos de ionômero de vidro Tipo III: 

Materiais de baixa viscosidade, são utilizados para selamento de cicatrizes e fissuras e para forramento ou base de restaurações. 

  •  Cimentos de ionômero de vidro Tipo IV:  

Inclui os cimentos modificados com resina. São usados para restaurações, forramento, confecção de núcleos de reforço e selamentos.  Ou seja, possuem as mesmas indicações dos cimentos tipo I, II e III. 

Quais os benefícios do cimento de ionômero de vidro? 

Os ionômeros de vidro possuem propriedades consideradas muito importantes para a Odontologia.  

Dentre elas, podemos destacar: 

Biocompatibilidade  

Possui compatibilidade biológica com os tecidos dentários e pode ser usado em cavidades rasas e médias sem necessidade de forramento.  Já em cavidades julgadas profundas, pode ser irritante à polpa, logo recomenda-se forramento com Hidróxido de Cálcio. 

Liberação de flúor 

Exerce papel cariostático ou anticariogênico. Graças a sua capacidade de armazenamento e liberação de flúor, o material mantém o remanescente dentário protegido de cáries e um ambiente propício à remineralização. 

Aderência à estrutura dental 

Adere tanto à dentina quanto ao esmalte dental devido às ligações químicas de radicais carboxílicos ( COO ) aos íons de cálcio presentes na estrutura dental. O material também adere a metais como ouro e platina preparados, aço-inox e estanho. 

Indicações do cimento de ionômero de vidro 

Os ionômeros de vidro são produtos muito versáteis, isso significa que podem ser empregados nas mais variadas situações clínicas. 

É o caso de: 

  • Proteção pulpar; 
  • Restaurações temporárias; 
  • Restaurações de classe I, III, V; 
  • Restaurações de dentes decíduos; 
  • Restaurações mistas (sanduíche); 
  • Bases e forramentos de cavidades; 
  • Núcleos de preenchimento; 
  • Cimentação em endodontia; 
  • Colagem de acessórios ortodônticos; 
  • Cimentação de bandas ortodônticas; 
  • Cimentação de coroas parciais, totais ou próteses fixas; 
  • Selamento de fossúlas e fissuras dentais;
  • Selamento apical em cirurgias paraendodônticas;
  • Entre outros. 

Contraindicações do cimento de ionômero de vidro 

Embora o ionômero de vidro seja um produto com excelentes propriedades, os modelos atuais do produto ainda apresentam algumas desvantagens. É o caso de baixa resistência à tração e ao desgaste e limitações estéticas relacionadas à translucidez. 

Por isso, o uso de cimentos ionômero de vidro não é indicado em: 

  • Regiões que recebem grandes cargas oclusais; 
  • Regiões com perda de esmalte; 
  • Restaurações de classe II (com envolvimento da crista marginal) e de classe IV; 
  • Áreas de cúspides; 
  • Áreas com perda de esmalte vestibular; 
  • Locais submetidos a esforços mastigatórios; 
  • Restaurações mais estéticas, devido à translucidez insuficiente. 

Quais especialidades usam cimento de ionômero de vidro? 

Os cimentos de ionômero de vidro também são usados por profissionais de diferentes especialidades odontológicas.  Confira a aplicação em cada uma delas: 

Odontologia restauradora 

Em odontologia restauradora são usadas em restaurações temporárias, restaurações não temporárias (classe I, III e V), restaurações mistas e para selamentos de físsulas e cicatrículas. 

Endodontia 

Em endodontia, sua capacidade seladora apical permite atuar em cirurgias paraendodônticas ou como agente de cimentação. 

Ortodontia 

Em ortodontia, por sua vez, são indicados para cimentação de bandas e colagem de bráquetes ortodônticos. 

Prótese dentária 

Na área de prótese dentária são empregados para cimentação de peças protéticas, principalmente coroas totais, metalocerâmica, coroas em porcelana pura reforçadas e núcleos de preenchimento. 

Odontopediatria 

Já na especialidade de odontopediatria, o produto é um grande aliado do dentista, pois exerce importante função anticariogênica. É indicado para restaurações diversas de dentes decíduos. 

Quais os tipos de cimentos de ionômero de vidro? 

Os ionômeros de vidro possuem diferentes apresentações comerciais.  

No mercado, é possível encontrar modelos mais tradicionais, em frascos (pó e líquido), em forma de pasta, em seringas de pronto uso e, até mesmo, em capsulas. 

Veja, a seguir, quais as diferenças entre eles. 

Ionômero de vidro em pó + líquido 

É o modelo mais comumente encontrado, disponível em dois frascos, um contendo pó e outro contendo líquido.  

Para utilizar o produto, o cirurgião-dentista, deve misturar os componentes a fim de criar uma mistura homogênea e brilhante.  

É preciso tomar alguns cuidados como agitar ambos os frascos antes da homogeneização e posicionar o líquido na vertical para permitir a saída da gota. 

Além disso, é importante respeitar a proporção pó/líquido para que não ocorra alterações nas propriedades do cimento, por isso, sempre siga as orientações do fabricante. 

Principais modelos disponíveis no mercado:  

Ionômero de vidro em pasta 

Para facilitar a aglutinação do cimento, alguns fabricantes já têm comercializado o produto em forma de pasta. 

Essa apresentação promete menos desperdício de material, uma vez que a pasta base nunca termina antes da pasta catalisadora, além de ser mais prática que as versões em pó e líquido. 

Principais modelos disponíveis no mercado: 

Ionômero de vidro em seringa 

Na apresentação em seringa, o produto está pronto para o uso. Ou seja, não há necessidade de homogeneização.  

Os principais diferenciais são economia de tempo e praticidade, pois o ionômero de vidro será inserido diretamente na cavidade. 

É um produto excelente para procedimentos rápidos em crianças, pessoas com deficiência, idosos e pacientes com necessidades especiais, como gestantes e lactantes, pois reduz o tempo de cadeira. 

Além disso, o uso de seringa permite dosar a quantidade utilizada, evitando desperdício de material. 

Principais modelos disponíveis no mercado: 

Ionômero de vidro encapsulado 

De fácil ativação e manipulação, as versões de ionômero de vidro em capsulas vêm conquistando cada vez mais espaço no dia a dia clínico. 

Para realizar a mistura basta pressionar o clipe que reveste o reservatório do líquido por alguns segundos, garantindo a passagem de todo o líquido para o interior da cápsula. 

Além de ser mais práticos, a literatura aponta que ionômeros de vidro encapsulados proporcionam maior liberação de flúor se comparados a cimentos misturados manualmente. 

Principais modelos disponíveis no mercado: 

Cuidados ao manipular e armazenar o produto 

Em relação ao armazenamento de cimentos de ionômero de vidro, é importante respeitar as recomendações do fabricante para garantir a conservação do produto e obtenção de bons resultados. 

Algumas das principais orientações incluem: 

  • Vedar os frascos de líquido corretamente para evitar ganho ou perda de água durante o armazenamento; 
  • Não armazenar o líquido na geladeira, pois o produto pode perder suas propriedades; 
  • Manter placa ou bloco de mistura em ambientes refrigerados, a fim de estender o tempo de trabalho do material. 
  • Independentemente da apresentação do produto, somente utilizá-lo enquanto apresentar um aspecto brilhante; 
  • Para evitar contaminações por microrganismos, sempre desprezar porções retiradas das embalagens e que não foram utilizadas. 
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Neste blogspot você conferiu como os cimentos de ionômeros de vidro são classificados, suas principais vantagens e indicações para as mais variadas situações clínicas.  

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Referências:

2. Fook, ACBM, Azevedo VVC, Barbosa WPF, Fidéles TB, Fook MVL. Materiais odontológicos: Cimentos de ionômero de vidro. Rev Eletrônica Mat Processos. 2008;3:40-5. 

Silva, D.O., Silva, I.D., Rocha, A.D., Anjos, L.M., Lima, T.O., Santos, R.D., & Cruz, B.P. (2021). Cimento de ionômero de vidro e sua aplicabilidade na Odontologia: Uma revisão narrativa com ênfase em suas propriedades. Research, Society and Development, 10. 

1. BACCHI AC, et al. O Cimento de Ionômero de Vidro e sua utilização nas diferentes áreas odontológicas. Perspectiva, Erechim, 2013, 37(137), 103-114. 

MANDARINO, Dr. Fernando. Http://www.forp.usp.br/restauradora/dentistica/temas/cim_ion_vid/cim_ion_vid.pdf. FORP USP, 16 jul. 2003. Disponível em: http://www.forp.usp.br/restauradora/dentistica/temas/cim_ion_vid/cim_ion_vid.pdf. Acesso em: 7 mar. 2023. 
IONÔMERO de Vidro. SS WHITE, 16 jul. 2003. Disponível em: https://www.sswhite.com.br/dicas/dicas_tec03.htm. Acesso em: 7 mar. 2023. 

Publicado por
Gabrielli Nery Wandscheer

Formada em Administração pela Estácio, especialista em Marketing e redação técnica na área odontológica.

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