Se tem um material versátil dentro do consultório odontológico é o cimento de ionômero de vidro, cujas utilizações são variadas e de grande importância na prática diária, em especial para o método de restauração atraumática, já mencionado aqui neste blog, que contribui de maneira significativa na Saúde Pública.
Em 1972, Wilson e Kent, na Inglaterra, observaram que o comento de silicato e o policarbonato de zinco possuíam características importantes: no primeiro, presença de flúor e baixa alteração dimensional; no segundo, adesividade à estrutura dental produzida pelo ácido poliacrílico.
Sua comercialização se iniciou na Europa, em 1975 e difundiu-se pelo mundo, sendo este um dos materiais mais importantes em Odontologia. Os materiais ionoméricos se tornaram interessantes para os profissionais e para as empresas fabricantes devido às suas características e, por isso, são materiais com significativa evolução ao longo do tempo.
São classificados de acordo com sua:
Composição
Convencional / anidro
Reforçado por metais
Modificado por resina
Indicação
Tipo I – cimentação
Tipo II – restauração
Tipo III – forramento ou base e selamento de fóssulas e fissuras
Em Odontologia, são utilizados em:
– restauração de lesões cervicais não cariosas
– restaurações de lesões cariosas classe III, V e de superfície radicular.
– restaurações classe I sem envolvimento de cúspide e classe II sem comprometimento de crista marginal
– restaurações temporárias
– restauração de dentes decíduos
– técnica sanduíche de restauração
– selamento de fóssulas e fissuras
– ART/TRA
– base de restaurações diretas
– preenchimento para restaurações de amálgama e restaurações indiretas
– cimentação de restaurações indiretas, braquetes e bandas ortodônticas e pinos intra-radiculares.
O CIV possui vantagens que faz dele o material escolhido para diversas técnicas. São elas: biocompatibilidade, coeficiente de expansão térmica semelhante ao da estrutura dental, liberação de flúor e adesividade. Suas desvantagens são: baixa resistência à tração e compressão, estética inferior ao de resinas compostas e baixa resistência ao desgaste.
Alguns cuidados devem ser tomados para obtenção de bons resultados.
Os frascos devem estar bem fechados para evitar ganho ou perda de água e o líquido não deve ser acondicionado em geladeira. Para aumentar o tempo de trabalho do material, o pó e a placa de vidro podem ser refrigerados. Deve-se sempre respeitar a proporção pó/líquido, pois se utilizarmos pouco pó, o material resultante é mais solúvel e menor resistente à abrasão. Em contrapartida, muito pó na mistura diminui a adesividade do material, diminui a translucides e menor tempo de trabalho e presa. Pó e líquido devem ser agitados antes do uso e o líquido deve ser sempre posicionado na vertical para a saída da gota.
Respeitem sempre as orientações dos fabricantes. Leiam as bulas dos produtos que adquirirem e usufruam as vantagens deste material cuja eficiência é mais que provada e aprovada por nós!
*Juliana Lemes é graduada pela UNESP-SJC, atua em clínica geral e estética dental. Dentista 10h por dia, “escritora” nas horas vagas e “maquiadora” de vez em quando – das resinas, dos clareamentos, dos sorrisos e dos pincéis!
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