O ato parafuncional conhecido como bruxismo, realizado de forma consciente e inconsciente, voltou a aparecer com frequência na cadeira do dentista, principalmente em tempos de distanciamento social e pandemia.
A OMS reconhece o ranger de dentes (bruxismo) em sua CID-10 e a descreve como um “transtorno somatoforme” sob o aspecto mental e subclassificação dos transtornos comportamentais.
Causas
A etiologia do bruxismo ainda é bastante discutida entre os profissionais da área médica e odontológica. Atualmente, uma das explicações mais aceitas é que suas causas são multifatoriais, e podem envolver fatores genéticos, psicológicos e sociais como o uso de drogas, álcool, tabaco e alguns medicamentos psiquiátricos.
Sintomas
Os sintomas são dor na atm, dor nos músculos mastigatórios e cervicais, dores de cabeça, hipersensibilidade dentinária, desgaste e/ou mobilidade excessiva dos dentes, pobre qualidade do sono, cansaço.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado através de exame clínico intraoral, exame físico, questionário, relatos do paciente, palpação dos músculos envolvidos, e exame como eletromiografia.
Nesse sentido as musculaturas envolvidas são: os músculos da mastigação, dentre eles o músculo masseter e o músculo temporal, que desempenham papel importante na força oclusal que a estrutura dental recebe.
Tratamentos
Contudo, a odontologia costuma realizar seu tratamento de forma multidisciplinar, através de placas miorrelazantes, alteração dos contatos dentários, acupuntura, fármacos para dor como anti-inflamatórios, analgésicos e miorrelaxantes. Em casos de envolvimento emocional podem ser utilizados ansiolítico, antidepressivos, fisioterapia e toxina botulínica.
Ação da toxina botulínica no bruxismo
Antes de tudo, a aplicação de toxina botulínica nos músculos da mastigação, masseter e temporal, é uma opção de manejo para controlar a intensidade da musculatura mastigatória durante o bruxismo e proteger as estruturas orofaciais das forças excessivas. Nesse sentido, ela é considerada bastante segura para uso em humanos.
Indicações
Ainda assim, a dose máxima preconizada para uso, por sessão, é de 80-100U. No entanto, seria necessário a aplicação de uma dose 30 vezes maior para uma potencial reação letal.
Mesmo assim, seus efeitos colaterais sistêmicos e/ou locais são raramente citados. Mas quando se manifestam, apresentam intensidade moderada e são de curta duração, entre 1 a 2 dias, sendo eles:
- Fraqueza muscular transitória;
- Náusea;
- Palpitações;
- Formigamento;
- Dores de cabeça;
- Equimoses;
- Edema;
- Xerostomia;
- Prurido.
Por fim, a duração do relaxamento da musculatura, geralmente, é de cerca de 3 meses, e após esse período o terminal nervoso inicia o brotamento e a unidade motora nervosa se reestabelece. Há também a regeneração das proteínas de acoplamento das vesículas de acetilcolina, o que resulta em gradual retorno à função muscular, sem qualquer efeito residual ou colateral.
1 Comentário