Qual a relação do estresse na saúde bucal?
A pandemia do COVID-19 trouxe mudanças drásticas no estilo de vida e rotina diária. Aqueles que estavam tão ocupados e nem conseguiam pensar em ficar trancados em uma sala por pelo menos cinco minutos agora são forçados a passar dias e semanas dentro de casa.
Contudo, os períodos de bloqueio devem ser abordados positivamente, caso contrário, podem desencadear um imenso estresse mental, agonia e depressão.
O estresse afeta todos os sistemas do nosso corpo, e o sistema estomatognático ou a cavidade oral, não é uma exceção. Nesse sentido, é importante estarmos bem atentos durante a anamnese e exame clínico, para que possamos compreender e solucionar possíveis problemas que podem ocorrer na cavidade oral relacionados ao estresse.
Quais são os principais distúrbios e problemas bucais desencadeados pelo estresse:
Bruxismo ou ranger parafuncional dos dentes
É geralmente encontrado em pessoas com distúrbios do sono (bruxismo do sono), podendo também está associado com estresse, ansiedade e concentração (bruxismo em vigília), assim como, com fatores psicossociais, é importante tratá-lo pois possui fator de risco para articulações da mandíbula.
Xerostomia
A Xerostomia ou Boca Seca pode ocorrer devido à produção reduzida de saliva durante períodos estressantes. Esse distúrbio pode dificultar a fala e mastigação de alimentos, além disso pode gerar mau hálito e se não tratada corretamente pode desencadear em infecções por vírus e fungos.
Úlceras aftosas:
Frequentemente, aftas orais ou úlceras aftosas são um produto do excesso de estresse. Pode afetar a mucosa oral, como o interior da bochecha, língua, superfície interna do lábio e assim por diante, como uma única identidade ou como múltiplas lesões. São doloridas e podem durar de 10-14 dias.
Pulpite (inflamação da polpa dentária):
A pulpite, inflamação da polpa dentária, também pode ser desencadeada por apertamento dentário, o qual está relacionado ao estresse.
Dores nas articulações da mandíbula
Outro problema que os pacientes podem se queixar é de sentir dores nas articulações da mandíbula e estalo e em casos extremos, impossibilidade de abrir ou fechar a boca. Logo, Isso está diretamente relacionado a estresse e tensão.
Doenças periodontais ou gengivite:
O estresse baixa a imunidade e consequentemente torna o corpo vulnerável a infecções. Tal fato, já foi comprovado por vários estudos da Universidade da Carolina do Norte e Michigan, por isso, podem aumentar os casos de gengivite e doenças periodontais no consultório.
Separamos algumas dicas que podem ajudar os pacientes a evitar o estresse:
- Gastar mais tempo realizando hobbies favoritos como ler ou ouvir músicas;
- Fazer exercícios físicos adequados;
- Manter uma dieta equilibrada;
- Dormir pelo menos 6 a 8 horas por dia, pois alguns problemas ocorrem devido a distúrbios do sono;
- Evitar ficar tocando os dentes durante o dia, desnecessariamente.
Pode-se também indicar o uso de aplicativos para auxiliar o paciente, como por exemplo, uso do Desencoste seus dentes disponível no App Store e na Play Store. Esse aplicativo traz a importância de se manter os dentes desencostados e emite lembretes totalmente customizados pelo usuário.
Por fim, é muito importante orientar os pacientes de que não deve ser feita automedicação e que ao sentir alguma dor sempre marque uma consulta. Uma boa dica é trazer esse assunto como conteúdo nas redes sociais, afinal, é provável que muitos passem por isso sem procurar os cuidados necessários.
Até mais!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
OKESON, J.P. TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES E OCLUSÃO. 4 ED. SÃO PAULO : ARTES MÉDICAS, 2000. EWMAN, TAKEI, KLOKKEVOLD E CARRANZA, PERIODONTIA CLÍNICA, 11A. EDIÇÃO ED.SAUNDERS-ELSEVIER. NEVILLE, BRAD W. PATOLOGIA ORAL E MAXILOFACIAL. RIO DE JANEIRO: ELSEVIER, 2009.
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