A halitose é uma condição ou alteração do hálito, sendo caracterizada por um hálito desagradável emitido pela expiração/fala. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é considerado um problema de saúde, visto que afeta cerca de 40% da população mundial.
De acordo com a etiologia, 90% dos casos têm origem na cavidade oral. Logo, pode estar associada a biofilme dentário, má cicatrização tecidual após cirurgia, saburra lingual, próteses mal-adaptadas ou mal higienizadas, processos cariosos, alterações na composição da saliva, placa bacteriana, gengivite e uso de tabaco.
Do restante, 8% possuem origem de doenças otorrinolaringológicas e respiratórias (ex: faringite, sinusite…), 1% de Doenças do sistema digestivo (ex: refluxo gastroesofágico, esofagite) e 1% origem de outras causas (ex: insuficiência renal, diabetes).
Como ocorre a halitose?
Estudos mostraram que a degradação de aminoácidos, principalmente dos que contêm enxofre, advindos da dieta em consequência da metabolização das bactérias presentes na boca, na maioria as gram-negativas anaeróbicas de vários substratos sulfurados, produzem os Compostos Sulfurados Voláteis (CSV) – causadores do mau hálito.
E ainda, a diminuição do fluxo salivar influencia consideravelmente para agravar o mau hálito. Estudos mostraram que, durante o sono, o fluxo salivar é mais baixo e a produção dos CSV aumenta, devido ao acúmulo de células epiteliais e restos alimentares (Kolbe e Britto1, 2004).
Nesse sentido, a halitose pode se agravar em alguns momentos do dia, como ao levantar-se de manhã, pois existe a presença da halitose matinal, devido à diminuição do fluxo salivar. Bem como, ocorrer também em mulheres grávidas, em período de amamentação e durante o ciclo menstrual, que são períodos de intensa alteração hormonal.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da halitose é feito pelo cirurgião-dentista por meio da avaliação geral da saúde da boca. De antemão, avalia-se a presença de cáries, doença periodontal, saburra lingual, produção de saliva, entre outros.
Além disso, nos casos em que a halitose é persistente, o dentista pode indicar a realização de exames de sangue para investigar se há alguma doença relacionada com o mau hálito e, assim, ser recomendado o tratamento mais adequado.
Sobretudo, é importante também ouvir as queixas do paciente – em qual momento do dia ele sente um odor mais forte; qual a intensidade do odor.
Tratamento da halitose*
Logo, para tratamento da halitose, confira a conduta do profissional:
- Orientação de higiene oral. (orientar para que o paciente escove os dentes 3 vezes ao dia com uma escova macia e use o fio dental em pelo menos uma das escovações);
- Orientar a higiene da língua – escova ou raspador de língua;
- Orientação sobre o consumo de água e sobre o jejum. (quanto mais água o paciente beber, menor a chance de halitose – e quanto mais tempo sem comer, maior a chance também);
- Realizar raspagem periodontal e alisamento radicular periodicamente;
- Orientar quanto ao uso de enxaguante bucal (sem álcool) para complementar a higiene – Uso de Periogard em casos de tratamento periodontal específico.
- Alertar o paciente quanto à importância do consumo de alimentos saudáveis;
- Se o paciente for fumante, orientar quanto aos riscos do tabaco à saúde geral e bucal – sempre alertar sobre o câncer de boca.