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Biópsia na Odontologia: passo a passo

Biópsia na Odontologia: passo a passo

Biópsia na Odontologia

Quando fazer biópsia na Odontologia? Existem contraindicações para realização? Quais os tipos? Confira mais informações nessa matéria!

O que é uma biópsia?

Na área médica e odontológica, existem métodos de auxílio diagnóstico, dos quais o profissional pode lançar mão com intuito de confirmar e/ou excluir um diagnóstico, eleger a melhor alternativa terapêutica e orientar o prognóstico.

Dentre esses métodos subsidiários encontra-se a biópsia, a qual consiste na remoção de um fragmento de tecido de um paciente para avaliação das alterações eventualmente presentes. A biópsia é um procedimento simples e muito comum na prática médica.

Na odontologia, deveria ser rotina nos consultórios, por ser um exame tecnicamente viável pelo cirurgião dentista clínico geral. No entanto, ainda é um procedimento bastante negligenciado, sendo uma prática mais rotineira dos patologistas, estomatologistas e buco maxilofaciais.

Quando fazer uma biópsia?

Na maioria dos casos a biópsia é solicitada para averiguar alterações suspeitas nas células. Na Odontologia a biópsia é indicada nas seguintes situações:

  • Lesões ulceradas ou não, com suspeita de malignidade (úlceras que não cicatrizam após 10 a 20 dias);
  • Lesões esbranquiçadas ou avermelhadas;
  • Crescimentos teciduais;
  •  Lesões ósseas expansivas ou não;
  • Lesões infecciosas;

Existem contraindicações para a realização da biópsia?

Não existem contraindicações absolutas à realização da biópsia. Essas são relativas e quase sempre dizem respeito ao estado geral ou condição local do paciente, as quais devem ser ponderadas no diagnóstico clínico.

Em alguns casos é necessário ter cautela ou até mesmo não realizá-la:

  • Lesões arroxeadas, avermelhadas, suspeitas de Hemangioma – em casos de diascopia (vitro pressão) positiva não deve-se fazer biópsia.
  •  Lesões em que o diagnóstico clínico é suficiente para o diagnóstico definitivo. Ex. Herpes
  •  Lesões em glândulas salivares maiores.
cirurgia na Dental Speed

Quais os tipos de biópsia?

Existem vários tipos de biópsias capazes de identificar possíveis problemas em diferentes partes do corpo. Na odontologia utiliza-se com maior frequência:

  • Biópsia incisional – trata-se da retirada de um fragmento da lesão, sendo de grande importância a remoção de tecido normal junto com o alterado. É indicada em casos de suspeita de lesões malignas e/ou lesões muito extensas.
  • Biópsia excisional – trata-se da retirada da lesão toda, sendo importante remover todo o tecido alterado e uma faixa de tecido normal ao redor. É indicada em casos, nos quais não há suspeita de malignidade e em lesões pequenas.

Observe o quadro abaixo:

Biópsias na Odontologia

Passo a passo da biópsia na Odontologia

Após realizar a anamnese, exame clínico e o paciente ser classificado como apto a realizar o procedimento, devem ser seguidos os seguintes passos:

1 – Biossegurança

A técnica de execução da biópsia, independente de ser incisional ou excisional, deve seguir os padrões de biossegurança exigidos para a realização de um procedimento cirúrgico.

2- Anestesia

A anestesia deve ser feita ao redor da lesão, e não diretamente sob a mesma. Pois a solução anestésica pode mascarar a lesão.

3- Remoção do tecido

Primeiramente, a remoção do tecido irá depender do tipo de biópsia a ser realizado, assim como do tipo de tecido, ósseo ou mole, e também dos aspectos clínicos da lesão.

É importante que sejam seguidas as orientações faladas anteriormente como, escolher o local ideal para remoção do tecido, remover parte de tecido normal junto com o alterado, remover na profundidade adequada, remover quantidade de material suficiente para análise, etc.

Os instrumentais utilizados são os mesmos utilizados na cirurgia. Geralmente inclui cabo e lâmina de bisturi, tesouras comuns e para divulsão do tecido, pinças clínicas, pinças hemostáticas, porta agulha, fio de sutura, entre outros.

4 – Sutura

Após a remoção do tecido deve ser feita hemostasia e sutura do local.

5- Acondicionamento

O tecido retirado deve ser acondicionado em um frasco de boca larga e tampa de rosca com solução fixadora. A solução fixadora dever ser formaldeído 4% ou formalina 10%. Além disso, não devem ser utilizadas outras soluções como soro, álcool ou água, pois, estas não têm a capacidade de evitar a degradação do tecido.

O volume de fixador deve ser de aproximadamente 10 vezes maior que o volume da peça. O frasco deve ser identificado com as informações nome e idade do paciente, data da realização do procedimento.

Junto com o material coletado deve ser enviado ao laboratório de anatomia patológica, uma ficha com os dados do paciente, queixa principal, história da doença atual, aspectos clínicos da lesão, resultados de exames complementares (raio X, tomografia computadorizada, hemograma, etc) quando houver e a hipótese de diagnóstico do profissional solicitante. Essa ficha é disponibilizada pelo laboratório ou pode ser feita pelo solicitante.

6- Resultado

O resultado será enviado ao profissional solicitante por meio de um laudo, o qual descreverá as condições observadas no tecido e o diagnóstico histopatológico.

Com o resultado em mãos, o profissional pode informar ao paciente sobre a sua patologia e quais as possibilidades terapêuticas.

Qual a importância de realizar uma biópsia?

Apesar de muitas pessoas pensarem que a biópsia é um procedimento restrito às lesões com suspeita de malignidade, como o câncer, esta também é indicada em patologias de origem infecciosa, autoimunes e causada por outros agentes etiológicos.

Sendo assim, na Odontologia, podemos utilizar a biópsia para ajudar no estabelecimento de diversas lesões. O que pode evitar não só um diagnóstico tardio, como também um tratamento equivocado. Por isso, se você Cirurgião-Dentista não se sente apto para realizar uma biópsia encaminhe seu paciente para um Patologista e/ou Estomatologista.

Encaminhar não é sinal de fraqueza, e sim um sinal de nobreza!
Até a próxima.

Referências:
Marcucci G. Fundamentos de Odontologia – Estomatologia. Guanabara Koogan. 2ª edição..São
Paulo. 2016.
Publicado por
Profª Dra. Natália Galvão Garcia

Cirurgiã-dentista pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG), Mestre, Doutora e Pós-Doutora pela Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB/USP), Professora Dra. do curso de Odontologia do Centro Universitário de Lavras (UNILAVRAS – MG). Atua no consultório nas áreas de Diagnóstico Oral, Cirurgia Oral Menor, Pacientes Especiais e Laserterapia. CROMG: 56425

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