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Saiba como fazer o diagnóstico em Periodontia e ter sucesso no tratamento clínico

Segundo o CFO, “Periodontia é a especialidade que tem como objetivo o estudo dos tecidos de suporte e circundantes dos dentes e seus substitutos, o diagnóstico, a prevenção, o tratamento das alterações nesses tecidos e das manifestações das condições sistêmicas no periodonto, e a terapia de manutenção para o controle da saúde.”

Ainda segundo o CFO, “as áreas de competência para atuação do especialista em Periodontia incluem:

  • Avaliação diagnóstica e planejamento do tratamento;
  • Avaliação da influência da doença periodontal em condições sistêmicas;
  • Controle dos agentes etiológicos e fatores de risco das doenças dos tecidos de suporte e circundantes dos dentes e dos seus substitutos;
  • Procedimentos preventivos, clínicos e cirúrgicos para regeneração dos tecidos periodontais e peri-implantares;
  • Planejamento e instalação de implantes e restituição das estruturas de suporte, enxertando materiais naturais e sintéticos;
  • Procedimentos necessários à manutenção de saúde.

A Periodontia está diretamente relacionada com outras especialidades odontológicas, como por exemplo a Endodontia, Implantodontia, Prótese Dentária, Ortodontia e Dentística, pois a saúde periodontal é fundamental para o sucesso do tratamento clinico dessas especialidades.

Neste artigo vamos descrever sobre quais são as doenças periodontais mais comuns, como realizar o diagnóstico e tratamento e os principais instrumentos odontológicos utilizados para realizar o tratamento periodontal.

Como fazer o diagnóstico em Periodontia

Doença periodontal é um termo generalista utilizado para nomear as doenças de origem bacteriana que acometem o tecido periodontal. São muito comuns na população, sendo a principal causa de perda dentária no Brasil.

As principais doenças bucais relacionadas à Periodontia são:

  • Gengivite: inflamação gengival causada pelo acúmulo de biofilme dental. Se não tratada, pode evoluir para periodontite.
  • Periodontite: é uma doença inflamatória crônica que afeta o tecido gengival e os tecidos de suporte, podendo levar à perda do elemento dental.
  • Retração gengival: o tecido gengival se retrai devido à fatores inflamatórios ou mecânicos, expondo a raiz dental, causando sensibilidade dentária e aumenta o risco de infecções.
  • Abscesso periodontal: é um processo infeccioso agudo que resulta na destruição do tecido periodontal.

Desde 2018, temos uma nova classificação para as gengivites e periodontites, que possui três grupos: Saúde Gengival, Doenças e Condições Gengivais, Periodontite e outras condições que afetam o periodonto.

Os aspectos abordados para cada grupo grupos são:

1. Saúde gengival e periodontal

  • Saúde gengival clínica em um periodonto intacto;
  • Saúde gengival clínica em um periodonto reduzido (paciente com periodontite estável e paciente não periodontal).

2. Gengivite Induzida por biofilme

  • Associada somente ao biofilme dental;
  • Mediada por fatores de risco sistêmicos ou locais;
  • Hiperplasia gengival induzida por medicações.

3. Doenças gengivais não induzidas por biofilme

  • Desordens genéticas e de desenvolvimento;
  • Infecções específicas;
  • Condições inflamatórias e imunes;
  • Processor reativos;
  • Neoplasias;
  • Lesões traumáticas;
  • Pigmentação gengival.

4. Periodontite

Formas de Periodontite segundo a classificação de 2018:

a) Doença Periodontal Necrosante:

  • Gengivite necrosante
  • Periodontite necrosante
  • Estomatite necrosante

b) Periodontite como manifestação de doenças sistêmicas

Baseado no diagnóstico da doença primária, de acordo com o CDI.

c) Periodontite:

Estágios: são quatro estágios baseados na severidade e complexidade do tratamento:

  • Estágio I: Periodontite inicial
  • Estágio II: Periodontite moderada
  • Estágio III: Periodontite severa
  • Estagio IV: Periodontite avançada

Extensão e distribuição: localizada, generalizada, molar incisivo

Graus: evidência de risco ou progressão rápida; antecipa a resposta ao tratamento. São três graus:

  • Grau A: progressão baixa
  • Grau B: progressão moderada
  • Grau C: progressão rápida.

Exames a serem realizados:

  • Profundidade de sondagem
  • Nível de inserção clínica
  • Determinação do sangramento à sondagem

São sinais e sintomas de doença periodontal (o paciente pode ter uma ou mais características clínicas):

  • Presença de biofilme dental;
  • Presença de cálculo dental;
  • Sangramento gengival espontâneo ou no momento da higiene bucal (escovação e fio dental);
  • Alterações no contorno gengival;
  • Sensibilidade, edema gengival e alteração de cor;
  • Retração gengival;
  • Mobilidade dentária;
  • Perda óssea;
  • Mau hálito.

Para realizar o diagnóstico em Periodontia, o dentista irá realizar a anamnese, periograma e uma avaliação clínica detalhada, examinando a saúde do tecido periodontal, o grau de inflamação, a presença de sangramento e possíveis sinais de retração gengival. Também serão realizados exames de imagem, para identificar a presença de perda óssea.

Em relação à anamnese é fundamental o dentista identificar:

  • Queixa principal;
  • Histórico médico e odontológico do paciente;
  • Histórico familiar;
  • Doenças psíquicas e emocionais;
  • Doenças sistêmicas;
  • Alergias;
  • Uso de medicamentos;
  • Alimentação;
  • Consumo de álcool;
  • Se o paciente é tabagista;
  • Diagnóstico de alterações hormonais;
  • No caso de pacientes do sexo feminino, se está gestante ou no puerpério;
  • Se o paciente relata sangramento, dor, odor e/ou gosto ruim.

Avaliar se no exame físico há assimetria facial, edemas, presença de nódulos e alteração de coloração da pele.

Ao realizar o exame clínico periodontal, o profissional precisa avaliar:

  • Índice de placa visível (IPV):
  • Índice de sangramento gengival (ISV);
  • Profundidade de sondagem;
  • Nível clínico de inserção (NCI);
  • Sangramento à sondagem (SS);
  • Presença de cálculo dental;
  • Comprometimento de furca;
  • Mobilidade dentária;
  • Necessidade de exames periodontal complementar;
  • Condição dos dentes presentes;
  • Oclusão dentária;
  • Disfunção de ATM.

São indicados os seguintes exames de imagem:

  • Exames radiográficos: avaliar a condição periodontal por meio das tomadas radiográficas (radiografia periapical, radiografia panorâmica e radiografia Bitewing).
  • Tomografia computarizada: avaliação 3D dos tecidos periodontais.

Como tratar a doença periodontal

O tratamento periodontal desempenha um papel fundamental na preservação dos tecidos periodontais e na prevenção de doenças bucais.

É indicado para controlar a inflamação gengival, preservar os tecidos de suporte, prevenir a perda dentária, estabilizar a doença periodontal, melhorar a estética oral, promover a saúde bucal e a saúde sistêmica.

O tratamento pode ser cirúrgico ou não cirúrgico e pode haver a necessidade do profissional prescrever o uso de medicamentos sistêmicos, cremes dentais específicos para o problema e o uso de colutórios.

Conheça as formas de tratamento periodontal:

Tratamentos não cirúrgicos:

  • Profilaxia dental: realizada com pasta profilática e escova de Robson ou taça de borracha ou com jato de bicarbonato. É indicada para a remoção de biofilme dental.
  • Raspagem e alisamento radicular: realizado com curetas manuais ou equipamentos de ultrassom para a remoção de cálculo supra e subgengival e promover a recuperação tecidual.
  • Laserterapia: auxilia na reparação tecidual e diminuição da sintomatologia dolorosa.

Tratamentos cirúrgicos:

  • Raspagem em campo aberto: em alguns casos, é necessário realizar um procedimento cirúrgico para afastar o tecido gengival e realizar a remoção do cálculo dental;
  • Gengivectomia: indicada para remover o excesso de tecido em casos de sorriso gengival, pericoronarite, bolsa periodontal e hiperplasia.
  • Gengivoplastia: indicada para remodelar o tecido gengival.
  • Enxerto gengival: é realizado para recobrir raiz exposta.
  • Enxertos ósseos: são indicados para substituir o osso perdido.
  • Membranas de regeneração: são colocadas sobre a área afetada para estimular a neoformação óssea alveolar.

Para a manutenção do tratamento, é fundamental visitas periódicas ao dentista para controle da doença periodontal e realização de profilaxia, e se necessário, remoção de cálculo dental.

Além disso é fundamental o paciente manter boas condições sistêmicas, alimentação saudável, higiene bucal correta e se possível evitar o consumo de álcool e evitar o tabagismo.

Itens cirúrgicos na dental speed

Instrumentais utilizados na Periodontia

Os instrumentais de Periodontia são ferramentas essenciais para o tratamento odontológico, pois permitem ao profissional realizar procedimentos como profilaxia dental, raspagem e alisamento radicular de forma precisa e cuidadosa.

Conheça os instrumentais mais utilizados na periodontia:

1. Sonda exploradora Nabers: indicada para analisar as características da superfície radicular e áreas de furca.

2. Sonda Periodontal OMS: usada para detectar falhas na estrutura dental e realizar a exploração e medição de bolsas periodontais.

3. Sonda Periodontal Willians: indicada para avaliar o nível de inserção periodontal, a quantidade de gengiva ao redor do elemento dental, profundidade da bolsa periodontal e determinar a característica da superfície dental.

4. Sonda Periodontal Carolina do Norte: utilizada para sondagem da profundidade de bolsa periodontal e avaliar a existência de bolsas periodontais e perda óssea.

5. Cureta Mc Call ou Universal: indicada para raspagem e alisamento supra e subgengival manual de todas as faces de dentes anteriores e posteriores.

6. Curetas Gracey: indicada para raspagem e alisamento supra e subgengival manual de dentes anteriores e posteriores. São indicadas para diferentes grupos dentários:

  • Cureta Gracey 1-2 e 3-4: em todas as faces de dentes anteriores;
  • Cureta Gracey 5-6: em todas as faces de dentes anteriores e pré-molares;
  • Cureta Gracey 7-8 e 9-10: nas faces vestibular e lingual de dentes posteriores;
  • Cureta Gracey 11-12: na face mesial de dentes posteriores;
  • Cureta Gracey 13-14: na face distal de dentes posteriores.

7. Foice Periodontal: indicada para raspagem supragengival e remoção de grandes massas de cálculo, principalmente, em áreas interproximais.

8. Lima Periodontal: indicada para remoção de cálculos sub gengival e remoção de bolsas
profundas, estreitas ou amplas.

9. Pedra de Arkansas: usada para afiação de curetas.

10. Ultrassom periodontal: equipamento indicado para remoção de biofilme e cálculos supra e subgengivais.

11. Polimento da superfície: são utilizadas as escovas de Robinson, taças de borracha e tiras para acabamento e polimento.

A Periodontia é a especialidade odontológica responsável pelo diagnóstico e tratamento das doenças periodontais, recuperando os tecidos e promovendo a saúde sistêmica e a saúde bucal.

Para um diagnóstico preciso, é de extrema importância a realização de uma anamnese detalhada e de exames físicos, periodontais e exames de imagem.

Os instrumentos periodontais são ferramentas fundamentais para promover o tratamento periodontal, auxiiliando no diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças que atingem o periodonto.

Além disso, a prevenção é essencial para evitar problemas periodontais, por meio de consultas periódicas ao consultório odontológico e manutenção de bons hábitos alimentares e de higiene oral.

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Referências:

https://dentelli.com.br/services/tratamento-periodontal

https://www.ident.com.br/cursos-online/curso/663-o-que-e-diagnostico-periodontal

https://eapgoias.com.br/instrumentos-da-periodontia-curetas

https://sistemas.cfo.org.br/visualizar/atos/RESOLUCAO/SEC/2001/22

https://www.dentaltix.com/pt/blog/guia-definitivo-os-instrumentos-periodontia-e-sua-funcao

https://pt.slideshare.net/slideshow/instrumentao-em-periodontia-121616657/121616657

https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/terapias-com-novas-tecnologias-controlam-a-periodontite

Publicado por
Dra. Fernanda Skupien

Cirurgiã-dentista pela Universidade Paulista (UNIP), especialista em endodontia pelo Hospital Geral do Exército de São Paulo (HGESP) e especialista em marketing pela Universidade Mackenzie.

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