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Amálgama x Resina Composta: Vantagens e desvantagens

Amálgama x Resina Composta: Vantagens e desvantagens.

Amálgama x Resina Composta

Dentro da odontologia atual, uma das dúvidas mais frequentes do clínico geral está relacionada às vantagens e desvantagens da resina composta quando comparada ao amálgama. 

O amálgama é um tipo de liga que possui mercúrio em sua composição. Devido ao mercúrio ser um metal líquido quando em temperatura ambiente, é possível receber a adição de outros tipos de substâncias, como o cobre, por exemplo, em estado sólido.

O amálgama é utilizado há mais de um século na odontologia para casos de restauração dentária, sendo considerado um dos produtos mais eficazes na obtenção dos resultados desejados. Hoje, contudo, o uso é mais limitado.

Já a resina composta é um produto de uso mais atual, também com o objetivo de promover restaurações dentárias. Assim como o amálgama, também possui vantagens e desvantagens. E é sobre isso que falaremos a seguir. 

Amálgama: prós e contras

Sabe-se que, por muitos anos, o amálgama foi o material restaurador mais utilizado no mundo. Hoje, divide o palco com outras substâncias, mas não deixa de ser um produto com excelentes resultados e benefícios.

Vantagens do amálgama

De fácil acesso e permitindo uma execução restauradora relativamente fácil, ele apresenta muitas outras vantagens, como: 

Eficiência

O amálgama cumpre bem o seu papel restaurador, proporcionando recuperação dentária por bastante tempo.

Custo

O valor acessível do amálgama permite o seu uso em pessoas com diferentes poder aquisitivo, ampliando o acesso à restauração e melhora da saúde bucal.

Efetividade

Além de atender à proposta inicial do procedimento, que é a restauração dentária, o amálgama exerce esse papel com qualidade, oferecendo durabilidade à intervenção realizada.

Pequena infiltração marginal

Corrosão marginal proporciona um melhor vedamento da cavidade no que se refere ao selamento da interface/dente da restauração.

Além dessas vantagens, o amálgama oferece alta resistência mastigatória, sendo indicado para o reparo de dentes que recebem impactos mais agressivos durante a mastigação. 

Também apresenta menor reincidência de cárie  (condicionada à adaptação marginal). 

Entretanto, apesar de todas as vantagens, e assim como todos os outros materiais, requer conhecimento e manuseio correto para que os resultados positivos sejam fielmente alcançados.

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Desvantagens do amálgama

Embora o amálgama tenha ótimos pontos, hoje não se cogita sua utilização como primeira escolha exceto em populações em risco de exclusão ou países com recursos extremamente limitados. Ademais, é válido ressaltar a também existência de suas desvantagens:

Aspecto estético

Essa é, sem dúvidas, a maior desvantagem da restauração com amálgama. A cor prateada ou escurecida do produto contrastando com o branco do dente provoca incômodos em diversos pacientes, prejudicando a sua relação com o próprio corpo.

Esse incômodo é bem mais latente quando as restaurações acontecem em dentes de fácil visualização.

Necessidade de gestão de resíduos

O que também pode ser considerado uma desvantagem do amálgama é a necessidade de ser feita a gestão correta e segura dos resíduos do produto após a sua utilização.

O descarte correto é uma necessidade, uma vez que tais substâncias, quando em contato direto com o meio ambiente, podem causar danos e contaminação à natureza.

Incapacidade adesiva

É necessário fazer uma cavidade retentiva, tornando-a uma técnica menos conservadora. 

Desenho cavitário óptimo

É de extrema importância não deixar escassas esperas ou zonas de acumulação de tensões, pelo que é necessário efetuar um desenho específico das paredes que irão alojar a restauração. Além de prestar atenção especial para não deixar o esmalte sem suporte de dentina que pode levar à fratura da restauração. 

Outros pontos negativos do uso do amálgama são:

  • Possibilidade de manchar tecidos próximos, como paredes de dentes saudáveis, mucosa jugal próxima, etc. 
  • Composição feita por ligas metálicas nas quais inclui-se mercúrio, prata e estanho; podendo ser absorvidas de forma tóxica por nosso organismo. 

Assim, o amálgama trata-se de um material com vertentes que se estendem desde fatores estéticos até casos em que sua grande extensão promova risco de fratura do dente em virtude de sua expansão tardia, uma vez que o metal sofre muitas alterações em meio úmido. 

Dessa forma, a redução do uso do amálgama tem sido gerada essencialmente pelos benefícios e aperfeiçoamentos de novos materiais restauradores adesivos, técnicas restauradoras menos invasivas e da grande exigência estética dentro da odontologia. 

Ligas convencionais: prós x contras

As ligas para amálgama podem ser diferenciadas de acordo com a quantidade de cobre em sua composição. As ligas convencionais são aquelas com baixo teor de cobre, cerca de 4% a 6%. Enquanto isso, as ligas com alto teor possuem entre 6% e 30% daquele material.

As ligas convencionais têm a vantagem da quantidade maior de resistência nas primeiras 24 horas após a realização do procedimento, o que viabiliza bastante o sucesso do tratamento em geral.

Já a desvantagem das ligas convencionais é a baixa resistência do amálgama ao longo do tempo, que pode resultar em fraturas, escurecimento, perda de brilho e corrosão.

Amálgama na Odontologia atual

Apesar das suas desvantagens, o fato é que o amálgama odontológico é um produto seguro, fácil de usar, de baixo custo e com excelente eficiência e durabilidade. 

Por isso, continua sendo utilizado na odontologia atual. No entanto, não mais como antes. Com o surgimento e a popularização dos outros produtos de restauração e adesivos odontológicos, o uso de amálgama sofreu uma grande queda.

Contudo, tais mudanças não inviabilizam os seus pontos positivos, especialmente em relação ao custo-benefício dos procedimentos e o amplo acesso à população menos favorecida financeiramente.

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Mitos x verdades sobre amálgama

Por ser um produto repleto de vantagens e desvantagens, o amálgama também é envolvido em uma série de dúvidas e questionamentos. A seguir, os principais mitos e verdades sobre o tema:

Amálgama causa alergia

Mito. Não existem relatos específicos e nem em quantidade adequada que estabeleçam como certa a alergia ao amálgama. É possível que haja alguma hipersensibilidade ao produto, mas não é uma regra.

Amálgama causa intoxicação por mercúrio

Mito e verdade. O mercúrio é uma substância que pode, sim, provocar algumas irritações e desconfortos, como dor de cabeça, mau humor, problemas intestinais, dentre outros. 

Por causa disso, a segurança do amálgama tem sido questionada. Contudo, não é algo que deva ser generalizado.

O que se deve levar em conta para evitar esses transtornos é o manuseio correto do amálgama durante a sua utilização. De uma maneira geral, não há contraindicações do seu uso.

Restaurações com amálgama não são duráveis

Mito. As restaurações com amálgama são duráveis e essa é uma das razões pelas quais ele ainda é um produto indicado. Contudo, a durabilidade do produto depende do seu preparo e de muitos outros fatores.

Reparo em restauração de amálgama com resina

Não é possível e nem recomendado fazer o reparo de apenas uma parte fraturada do amálgama. Ao contrário, essa técnica inapropriada aumenta os riscos de infiltração dentária provocada por cáries ou o surgimento de novas fraturas.

Se a restauração quebrou ou trincou, o ideal e correto é substituí-la por outra. E, se for o desejo do paciente, fazer a nova restauração com a resina.

Pode colocar resina por cima do amálgama?

Assim como não é recomendado fazer reparos com resina em restaurações de amálgama fraturadas, não é ideal colocar resina por cima da mesma. O ideal é fazer a substituição completa de todo o produto.

Substituição de Restaurações em Amálgama: prós x contras

A substituição de restaurações em amálgama tem sido um objetivo comum entre aqueles que se incomodam com o aspecto estético deixado pelo produto de cor metálica. De fato, pode ser uma boa ideia fazer essa alteração, mas não sem antes conhecer as vantagens e desvantagens dessa substituição. Confira:

Prós

  • Dentes sem manchas e/ou aspecto escurecido causado pelo amálgama;
  • Melhora da autoestima;
  • Excelente custo-benefício, principalmente levando em conta o impacto no bem-estar individual;
  • Eficaz no conserto de fraturas que acontecem na parede de restaurações extensas de amálgama;

Contras

Como nem tudo é sempre positivo, temos também as desvantagens na realização dessa troca de produto restaurador. São elas:

  • Baixa durabilidade do procedimento;
  • Necessidade de reparos frequentes;
  • Impacto financeiro devido ao reparo constante da restauração;
  • Na tentativa de realizar essa substituição, é possível que partes sadias do dente sejam retiradas com o intuito de remover todas as manchas deixadas pelo amálgama.

Antes de aderir ou não a uma substituição de restauração dentária, é importante que o paciente converse com seu dentista, relate as suas necessidades e prioridades e obtenha opções e demais informações honestas a respeito de cada procedimento. Assim, ele conseguirá fazer a sua escolha da melhor forma possível. 

Vale lembrar que, para aqueles que não querem mexer na restauração, mas gostariam de melhorar o aspecto estético da mesma, é possível fazer o polimento do amálgama, conferindo a ele uma coloração menos escurecida.

Esse escurecimento ou acinzentamento do produto é decorrente do contato diário do material com a saliva bucal. Mas, a aparência pode ser melhorada com o tratamento adequado. Conversar com o dentista sobre isso também é uma alternativa.

Quando é indicada a substituição de restauração em amálgama por restaurações em resina?

Pacientes que possuem restauração de amálgama há muitos anos e gostariam de modificar o aspecto estético dos dentes estão recorrendo à resina para isso. É uma maneira acessível de voltar a ter um sorriso totalmente “branco”. 

Contudo, outros fatores devem ser considerados, além do efeito estético. Apesar de devolver ao paciente a coloração branca natural dos mesmos, a resina não é indicada para longas restaurações, pois há risco de aumento de infiltrações.

Portanto, a indicação da substituição existe apenas quando a restauração for de menor extensão e em dentes que não possuam uma grande carga mastigatória. São aqueles dentes que receberão menos impacto durante a mastigação.

Além disso, restaurações de cavidades muito profundas também não devem ser substituídas por resina. O tratamento de canal pode ser uma alternativa caso a restauração não esteja sendo suficiente.

Pacientes que sofrem com bruxismo severo também não encontram na resina o material ideal para conservar os dentes, pela mesma razão já citada: a agressão constante recebida pelos dentes em contato com os demais.

Em resumo, é preciso analisar pontos importantes tais como:

  • A condição da integridade marginal;
  • Boa adaptação da resina;
  • Sonda periodontal sem interferência na superfície que abrange restauração/dente;
  • Ausência de fratura;
  • Inexistência de falha entre restauração/dente;
  • Análise para verificar extensão radiográfica;
  • Avaliação sobre possíveis cáries por infiltração;
  • Possuir anatomia correta para executar melhor função.  

Assim, posteriormente caberá a transparência do profissional para com o paciente e bom senso sobre a melhor conduta a ser realizada. 

Resina composta: prós e contras

Ao contrário do amálgama, a resina composta é material que tem ampla indicação. É um dos mais utilizados e possui muitos pontos a serem enfatizados também.  Conheça as vantagens. 

Prós da resina composta

Podemos iniciar por sua adesão química, na qual não é preciso grandes preparos, tornando-se um procedimento mais conservador. Também podemos citar:

Variedade de cores

A diversidade de cores possibilita mimetizar a cor do dente natural, proporcionando estética inquestionável. 

Rapidez no reparo

Em casos de reparo, é corrigida de forma rápida e em sessão única por ser versátil. 

Segurança e resistência

Ademais, os estudos comprovam constantemente que se trata de um material muito seguro e resistente, uma vez que, possui introdução de cerâmica em sua composição. 

Durabilidade

Pesquisas recentes também corroboram as vantagens da resina: “Restaurações diretas em resina composta mostraram desempenho clínico satisfatório e longevidade clínica em avaliação clínica de 17 anos”;  

“Em dentes restaurados com resinas compostas, o índice de fraturas longitudinais é de 4,7%, em amálgama 18,7% 

“O índice de sobrevivência para restaurações em resina é de 91,7% em 5 anos e de 82,2% em 10 anos, sendo a experiência do operador e a correta observância das técnicas adesivas e restauradoras, fatores primordiais para este desempenho”.  

Contras da resina composta

Entretanto, a resina composta também apresenta suas limitações. Existe o fator de contração de polimerização, necessitando que a resina seja inserida em pequenos incrementos, exceto quando usam-se as resinas denominadas “bulk fill”, que permitem incrementos únicos de até 4mm de espessura. Também podemos citar:

Maior risco de infiltrações

Há também uma maior facilidade de comprometimento das margens da restauração por micro infiltrações entre a resina e o dente e subsequentes cáries secundárias. 

Necessidade de reparo

É possível que o dente restaurado com resina precise ser restaurado com uma frequência menor, se comparado ao uso do amálgama.

Perda de brilho dentário

O amarelamento dentário é uma característica comum da resina devido ao seu desgaste com o tempo.

Ademais, como em qualquer outra técnica o domínio do profissional em realizar o procedimento corretamente é ponto notório no sucesso e longevidade. 

Esperamos que as principais dúvidas sobre o uso do amálgama e da resina composta na restauração dentária tenham sido esclarecidas. E, assim, paciente e cirurgião-dentista possam desenvolver uma parceria saudável e segura para ambos. 

Publicado por
Gabrielli Nery Wandscheer

Formada em Administração pela Estácio, especialista em Marketing e redação técnica na área odontológica.

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