Está chegando um dos feriados que, talvez, melhor represente o verão, a alegria e diversão. Seja para quem curte blocos, escolas de samba ou simplesmente o descanso dos quatro dias.
O carnaval é uma festa popular, mundialmente conhecida e celebrada em todo o Brasil, que reúne milhares de pessoas vindas de diferentes lugares, que tendem a se aglomerar durante a folia.
E nesta matéria, trazemos orientações e dicas, com foco em saúde bucal, baseadas em informações provenientes da Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde. E ao final, para quem curte, tem três marchinhas divertidas, combinando com a época. A matéria está enxuta, boa de ler e com informações claras para compartilharem também com seus pacientes.
Nessa época é muito mais frequente a exposição aos riscos do calor, da má alimentação, falta de hidratação e excesso de bebida alcoólica, além das doenças transmitidas sexualmente. Os turistas lotam o país e a transmissão em locais de aglomeração se torna ainda mais fácil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a turistas estrangeiros que estejam pensando em viajar a áreas de risco no Brasil para o carnaval, tomar a vacina contra a febre amarela dez dias antes de embarcar. Estar com as vacinas em dia para os brasileiros, também é recomendado. Isso vale até para doenças já controladas no Brasil, como o sarampo, por exemplo. A vacina antitetânica é outra que não pode estar atrasada. No carnaval, é comum que as ruas estejam mais sujas, com cacos de vidro oriundos de garrafas de bebidas, aumentando as chances de se ferir e causar infecção. Para tétano, difteria e coqueluche, a vacina tríplice bacteriana é a indicada.
Hidratação e o Abuso de Álcool
Pular carnaval em pleno verão brasileiro requer litros de água, principalmente para quem estiver ingerindo bebidas alcoólicas. Água de coco, sucos naturais e bebidas isotônicas ajudam a repor os sais minerais e combinam muito com a estação.
Estar atento contra exageros também é recomendado. O abuso de álcool pode causar descamação mais intensa na mucosa bucal e o efeito solubilizante do álcool pode aumentar a permeabilidade das células aos agentes carcinogênicos.
Segundo a Associação Brasileira de Odontologia (ABO), o consumo de outras drogas pode ser igualmente prejudicial, como por exemplo, os entorpecentes, colocados sob a língua; as inalantes (lança-perfume, éter, clorofórmio), bastante populares no carnaval, podem causar, além de perda de consciência e morte por parada cardíaca ou respiratória, queimaduras na boca, sensibilidade dentinária e maior probabilidade de problema periodontal.
A ABO ressalta também que a boca é porta de entrada para bactérias e vírus. Cerca de dois bilhões de bactérias habitam uma única gota de saliva. Além delas, um vírus, o Epstein-Barr, que causa a mononucleose infecciosa, também conhecida como a doença do beijo. Basta apenas um contato direto da mucosa com a saliva contaminada para ser transmitido. Caracterizada por mal-estar, febre, dor de cabeça e de garganta, aumento de gânglios, ínguas no pescoço e inflamação leve e transitória do fígado (hepatite). Como se trata de um vírus, é importante que o indivíduo não tenha baixa resistência imunológica, alimente-se e durma bem, consuma complementos vitamínicos e outros. Outras doenças que podem ser transmitidas pelo beijo são a tuberculose e hepatite. Uma higienização oral frequente ajuda a evitar outros problemas, como a transmissão de cárie, que também se aproveita da troca de salivas. Outras doenças que podem ser mais facilmente transmitidas por via oral são a gonorreia, caracterizada por vermelhidão, ardência e prurido na mucosa, e a sífilis, ferida indolor no lábio ou língua. A visita regular ao cirurgião-dentista pode ser decisiva por facilitar o diagnóstico precoce de diversas doenças relacionadas à cavidade bucal.
Diversão com consciência e moderação!
Cirurgiã- Dentista, Especialista em Ortodontia
Professora e Digital Influencer
Membro da Comissão de Mídias Digitais e Sociais em Odontologia do CROSP
Compartilhando conhecimento e o amor pela profissão nas mídias.
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