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Principais erros ao abrir seu próprio consultório

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O sonho do próprio consultório é uma realidade hoje para milhares de dentistas e estudantes de Odontologia. Ser seu próprio chefe e ter autonomia e liberdade para fazer tudo do seu jeito é uma ideia tentadora, bem como o desejo de muitos profissionais. Porém, a realidade é que grande parte dos consultórios acabam fechando nos primeiros anos de funcionamento.

Hoje não quero entrar no mérito do por quê tudo isso vem acontecendo, e sim ajudá-los a não passar por tantas dificuldades. Com base em minha experiência pessoal, vou contar para vocês quais são os principais erros que cometemos ao abrir um consultório odontológico e o que podemos fazer para fugir disso, tendo sucesso nos nossos negócios. 

Primeiramente, preciso dizer que a grande maioria desses erros esbarram na FALTA DE PLANEJAMENTO.

Quando não sabemos o que vamos fazer, de que maneira vamos fazer, acabamos nem sabendo onde queremos chegar, e com frequência chegamos ao insucesso, exatamente como quando estamos tratando um paciente! Desta forma, precisamos, em primeiro lugar, tratar nossos consultórios como empresas que são, e da mesma forma que fazemos um planejamento e elaboramos um plano de tratamento pros nossos pacientes, precisamos fazer isso pros nossos negócios. 

Uma das primeiras coisas que pensamos quando temos intenção de abrir um consultório é na ESTRUTURA, onde vai ser, como vai ser e aí entram os primeiros erros: 

Localização errada

Antes de abrir seu consultório você precisa saber qual seu público alvo. Já pensou você gastar rios de dinheiro para abrir um consultório lindo, destinado a um público Classe A/B, se ele fica em uma região pouco privilegiada? Esse público não quer estar ali. A localização do seu consultório deve estar alinhada ao seu público alvo! E aqui entram duas dicas que podem ajudar muito:  

Dica nº1: Faça um plano de negócios (você pode contratar uma consultoria, ou ter ajuda de órgãos como o SEBRAE, por exemplo). Isso vai te ajudar a ter clareza do que e como você vai fazer. 

Dica nº2: Se você puder, faça um projeto para sua MARCA. Há várias empresas de Design e Branding que fazem desde a elaboração do nome, criação da identidade visual e te ajudam a definir seu posicionamento. No fim do projeto, você vai saber exatamente quem você quer atender, de que forma, como se posicionar no mercado, como falar com suas personas, etc. Eu fiz e posso dizer com a mais absoluta certeza que foi um dos melhores investimentos que fiz até hoje no meu consultório, Vale muito a pena! 

Não realizar um projeto de execução

Há uma série de regras e normas que o espaço físico do consultório deve seguir, metragem dos consultórios, metragem da esterilização, presença ou não de expurgo, disposição dos cômodos, tamanho das portas e banheiros e etc! São muitas variáveis a serem observadas e além disso, cada município tem suas próprias leis para isso.

Muitas pessoas, na tentativa de economizar, resolvem executar a obra sem uma assessoria adequada e na hora da emissão do alvará pela prefeitura, o projeto acaba não sendo aprovado! Dessa forma, os gastos e as dores de cabeça serão muito maiores! Então antes de começar a executar, contrate um arquiteto, de preferência com experiência em obras de saúde! 

Contratar mão de obra desqualificada

Já imaginou comprar a cadeira dos sonhos e acabar perdendo a garantia? Isso pode acontecer se você contratar um técnico que não seja autorizado para a instalação do equipamento.

Muitas vezes, na tentativa de minimizar custos, acabamos caindo em algumas armadilhas e essa é uma delas. Na hora de instalar seus equipamentos, procure sempre por profissionais qualificados e que sejam certificados/autorizados pela empresa. 

Não ter um capital de giro

Como já dito anteriormente, um consultório odontológico é uma empresa! E mesmo com todo o planejamento e trabalhando direitinho ele vai demorar algum tempo para começar a “se pagar” (em média 6 meses) e a dar lucro (em média 2 anos).

Claro que esse tempo vai depender do seu modelo de negócio e de outras variáveis, de qualquer forma, você precisa ter dinheiro em caixa e estar preparado para arcar com os custos do consultório (e os seus também) até lá.

Não separar as contas

Dentista tem uma super fama de ser desorganizado financeiramente, e eu bem sei como pode ser difícil separar as nossas contas pessoais das do consultório. Mas isso é essencial! Mesmo que você não tenha um CNPJ, é necessário ter duas contas separadas, uma para os seus gastos pessoais e a outra para as entradas e saídas do consultório. Ao meu ver, a melhor forma é fazer a retirada de um salário mensal

Não ter um bom controle financeiro

Aqui entra um erro crucial, e muito comum no nosso tipo de negócio. Não aprendemos a fazer isso e acabamos nos perdendo, saímos da faculdade sem saber como cobrar pelos procedimentos, como calcular nossa hora clínica, como controlar nossas finanças.

Nesse sentido, eu tenho uma dica de ouro: contrate uma consultoria financeira que te ajude a fazer a precificação dos seus procedimentos, a calcular sua hora clínica, seu salário e que te oriente a fazer um fluxo de caixa. Faça isso para que você saiba exatamente quanto está entrando e saindo de dinheiro, e a partir daí, você consiga identificar e planejar futuras ações (desde onde você pode economizar, até onde você está ganhando mais dinheiro e deve investir mais, por exemplo).

Querer fazer tudo sozinho

É muito comum pensarmos: “Não tenho dinheiro para contratar isso agora, vou fazer sozinho” e aí queremos carregar o mundo nas costas e ser: dentistas, auxiliares, secretárias, contadores, administradores, especialistas em marketing, designers. Isso é humanamente impossível! Agindo assim não conseguimos fazer NADA bem feito! Até porque não sabemos, não temos qualificação, afinal pessoas estudam anos e anos pra isso. E é por isso que precisamos admitir que precisamos de ajuda, SIM! Desde o início.

Tudo bem você não contratar uma auxiliar de cara, mas coloque no seu planejamento para fazer isso o quanto antes. E quanto a todo o resto, admita que você precisa de ajuda, seja para terceirizar ou para aprender a fazer. Contrate um contador que vá te ajudar a se enquadrar da melhor maneira pro seu  modelo de negócio atual. Faça um curso de marketing ou contrate alguém que te ajude, afinal marketing é ESSENCIAL atualmente. Relacionado ao financeiro? Busque os serviços de uma consultoria, ou faça cursos. Isso também serve para o administrativo e vendas.

Fazer toda especialização e curso que aparecer

A qualificação profissional é sim fundamental pro nosso desenvolvimento. E não estou dizendo que não devemos investir nisso!! Porém, nossa classe costuma achar que o sucesso está diretamente ligado ao número de especializações que o profissional tem. E sabemos que não está! Invista em uma área e permaneça ali. Se aprofunde e se qualifique nisso, mas sem deixar de lado todos os pontos acima mencionados.

Antes de partir para uma segunda especialização, pare e avalie o quanto você sabe sobre financeiro, marketing e vendas e como você tem se saído nessas aéreas. Provavelmente será muito mais vantajoso investir num curso ou consultoria nessas áreas do que começar mais uma especialização. 

Finalmente, espero que esse artigo te faça refletir! Que essas dicas sejam úteis para evitar as dificuldades pelas quais eu e grande parte dos dentistas que tem consultórios próprios, já passaram!  

Tem mais alguma dica útil? Deixe nos comentários!

Dra. Carla G Lohn

Publicado por
Dra. Carla Lohn

Cirurgiã-dentista pela UFSC, especialista em Implantodontia, especialista em Saúde da família. Proprietária da Odontocure.

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