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Microrganismos como fontes de contaminação no consultório odontológico

Microrganismos como fontes de contaminação no consultório odontológico

Contaminação no consultório odontológico

Não é de hoje que a prática odontológica encontra-se em uma batalha diária contra microrganismos que se não eliminados podem causar diversas infecções dentro do consultório. No entanto, devido a pandemia da COVID-19 a preocupação com a biossegurança tornou-se ainda mais evidente.

Ao passo que cirurgiões dentistas e demais profissionais da área odontológica na prática de suas atividades, estão expostos constantemente aos mais variados riscos ocupacionais, dentre eles os classificados como riscos biológicos, que ocorrem por meio de microrganismos que em contato com o indivíduo podem provocar inúmeras doenças.

Biossegurança no consultório odontológico

Doenças que podem ocorrer

Primeiramente, os riscos biológicos incluem microrganismos como: vírus, bactérias, parasitas, protozoários, fungos e bacilos; podendo ocasionar doenças comuns como a gripe, até doenças mais severas, como a AIDS.

Com base na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os profissionais da saúde bucal, a negligenciarem as normas de biossegurança, encontram-se susceptíveis às seguintes patologias:

Tabela Doenças

 

Microrganismos e meios de contaminação

Uma vez que o microrganismos se espalham das mais variadas formas pelos equipos, instrumentais,materiais, superfícies, tornam o risco de disseminação muito elevado dentro do consultório. Além disso, os microrganismos podem ser encontrados na saliva, no sangue, entre outros fluídos. Sabe-se que uma gota de sangue contaminada, por exemplo, com o vírus da hepatite possui perto de 100.000.000 milhões de partículas virais.

Logo, a contaminação cruzada se agrava por muitos equipamentos usados em odontologia, principalmente o uso das canetas de alta e baixa rotação, as quais produzem aerossóis (partículas líquidas e/ou sólidas suspensas no ar), e provocam a dissipação dos microrganismos.

Consequentemente o nível de contaminação do ar aumenta significativamente durante o atendimento odontológico. E a presença de climatização artificial também pode atuar como fator preponderante para a contaminação por meio dos aerossóis.

Controle dos riscos

A principio, microrganismos podem sobreviver em locais com variadas condições físicas, porém existem limitações da capacidade desses seres em ambientes desfavoráveis, as quais devem ser aproveitadas como recurso para o controle dos mesmos.  Logo, a adoção das medidas de biossegurança enfatiza as ações de prevenção, diminuição ou eliminação dos riscos biológicos próprios à atividade.

Nesse sentido, a diminuição desses riscos compreende os seguintes procedimentos:

  • uso de isolamento absoluto, sempre que for viável; evitar uso da tríplice em forma de spray;
  • higiene prévia da cavidade bucal do paciente com anti-sépticos;
  • uso de equipamento de proteção individual (EPI) completo durante o atendimento;
  • não fazer uso dos dedos como anteparo quando se fizer uso de perfurocortantes;
  • não encapar, entortar ou retirar as agulhas com as mãos;
  • depósito do perfurocortante em recipiente próprio;
  • higienização das mãos;
  • desinfecção dos artigos contaminados
  • esterilização dos instrumentais.

Além disso, é essencial que todos os pacientes atendidos sejam considerados com risco potencial de infecção, pois, na maioria das vezes, é impossível saber se um determinado paciente é ou não portador de uma doença contagiosa.

Exposição à material biológico – conduta

Por outro lado, mesmo com todas as medidas de biossegurança empregadas, podem ocorrer acidentes ocupacionais com a equipe de saúde bucal. Diante dessa situação, o acidentado deve seguir:

Medidas iniciais

  • promover a lavagem da área acometida em água corrente com sabão; o Caso haja ferimento, promover a secagem e utilizar um anti-séptico à base de PVPI ou clorexidina à 2%;
  • não provocar sangramento do local ferido e nem aumentar a área lesada, a fim de minimizar a exposição ao material infectante;
  • em caso de contato com a mucosa, conjuntiva ocular, nariz ou boca, lavar intensamente com água;

Avaliação

  • identificação do tipo de material biológico envolvido;
  • identificação do paciente e sua condição sorológica (conscientizá-lo da importância de participar também do cumprimento do protocolo);
  • gravidade e tipo de exposição;

Adoção do Protocolo

Finalmente, após os cuidados locais, o acidentado deve seguir os passos do Protocolo de Atendimento ao Acidentado com Material Biológico elaborado pela Comissão de Biossegurança do seu estado ou município.

Para se garantir o máximo de eficácia na atenção pós-acidente de trabalho, o ideal é que a procura por atendimento seja feita em um prazo de até 48 horas.

Até a próxima!

Microrganismos como fontes de contaminação no consultório odontológico
Publicado por
Profª Dra. Natália Galvão Garcia

Cirurgiã-dentista pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG), Mestre, Doutora e Pós-Doutora pela Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB/USP), Professora Dra. do curso de Odontologia do Centro Universitário de Lavras (UNILAVRAS – MG). Atua no consultório nas áreas de Diagnóstico Oral, Cirurgia Oral Menor, Pacientes Especiais e Laserterapia. CROMG: 56425

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