O gesso odontológico é um produto bastante requisitado na odontologia, fornecendo modelos que servem de base para execução de diversos procedimentos odontológicos, como ortodônticos, protéticos, bucomaxifaciais e confecção de próteses e restaurações.
Apesar de ser um item comum no laboratório de prótese, a escolha, manipulação e armazenamento do gesso odontológico são fatores que interferem na qualidade final dos modelos e, consequentemente, nos resultados dos tratamentos.
A seguir, confira as principais características dos gessos odontológicos, os principais tipos disponíveis no mercado, bem como os cuidados a serem tomados para garantir o uso adequado do produto em diferentes procedimentos protéticos.
Gesso odontológico: tipos e características
O gesso odontológico é o nome comercial da substância di-hidratado de sulfato de cálcio. Ele surge através de um processo chamado calcinação, que consiste na desidratação parcial da gipsita mineral cristalizada.
As variações no processo de calcinação produzem partículas de hemidratado com composições químicas semelhantes, mas características distintas – como o tamanho dos cristais de sulfato de cálcio, resultando em diferentes tipos de gesso odontológico.
Segundo a American Dental Association (A.D.A.), podemos classificar os gessos odontológicos em cinco tipos: gesso para moldagem (Tipo I), gesso comum (Tipo II), gesso pedra (Tipo III), gesso pedra de alta resistência (Tipo IV) e gesso pedra extra –duro (Tipo V).
A seguir, entenda as características e indicações de cada um deles:
Gesso para moldagem (Tipo I)
O gesso tipo I ou gesso para moldagem é o que apresenta menor resistência mecânica e maior porosidade.
Antigamente, era utilizado para a moldagem de tecidos modelos em pacientes edêntulos. Hoje em dia, o produto é pouco utilizado na odontologia, sendo substituído por materiais como alginato e silicone de condensação.
Gesso comum (Tipo II)
O gesso comum de tipo II apresenta partículas irregulares e porosas, além de coloração branca.
É indicado para confecção de modelos de estudo (onde não será realizado nenhum tipo de intervenção), confecção de modelos anatômicos, fixação de modelos em articuladores, inclusão de prótese totais e removíveis em muflas, entre outros.
Gesso pedra (Tipo III)
O gesso pedra de tipo III possui partículas uniformes e menos porosidade quando comparado aos demais tipos de gesso.
É utilizado na produção de modelos para confecção de aparelhos ortodônticos, modelos para confecção de placas de clareamento e placas oclusais, bem como modelos de estudo. Está disponível nas cores amarela, ocre e marrom.
Gesso pedra de alta resistência (Tipo IV)
O gesso pedra de tipo IV tem como principais características a resistência à compressão, a dureza e a baixa expansão.
Isso o torna ideal para confecção de troqueis para próteses diversas, como próteses fixas e removíveis e para a confecção de modelos para inlays, onlays, facetas e restaurações indiretas.
Gesso pedra extra duro (Tipo V)
O gesso pedra extra duro de tipo V conta com excelentes propriedades mecânicas, incluindo alta resistência e excelente capacidade de expansão.
É usado principalmente em trabalhos protéticos envolvendo a fundição de peças metálicas, pois consegue compensar as contrações sofrida pelos materiais durante a solidificação.
Como manipular o gesso odontológico?
O gesso odontológico utilizado em laboratórios deve ser submetido a um processo de reidratação, que consiste na adição de água destilada para a obtenção de uma pasta fluida, homogênea e de fácil manipulação.
Materiais para manipulação do gesso
Para realizar a mistura do gesso odontológico em laboratório, são utilizados os seguintes materiais:
- plástico de bancada;
- cuba de borracha;
- medidor de água (proveta);
- espátulas para gesso;
- balança para gesso.
Além da técnica convencional, é possível realizar a espatulação mecânica utilizando equipamentos especializados, como dosadores de gesso e espatuladores a vácuo.
Dicas para o preparo e manipulação do gesso
Para assegurar um preparo adequado do material, é importante seguir as instruções presentes na bula do produto.
A relação entre a água e o pó varia de acordo com cada fabricante. Porém, quanto maior for essa relação, mais longo será o tempo de presa, maior será a porosidade e menor será a resistência do material.
A água deve ser adicionada antes do gesso para um melhor molhamento das partículas. Além disso, recomenda-se usar água destilada, substância livre de sais minerais, cloro e outras impurezas.
A espatulação deve ser feita de forma vigorosa com o auxílio de uma espátula metálica, pressionando o material contra as paredes da cuba até que pó e líquido formem uma mistura homogênea. O tempo de espatulação manual é de aproximadamente 1 minuto.
Como evitar desperdícios de gesso em laboratório de prótese
Uma forma de evitar desperdícios, retrabalhos e até mesmo falha humana é utilizar equipamentos específicos para a manipulação do gesso odontológico.
O Dosador de Gesso Odontológico, por exemplo, dispensa o uso de balanças, reduzindo etapas dos procedimentos e permitindo maior precisão durante a mistura do produto.
Outros equipamentos extremamente úteis no laboratório são o Vibrador de Gesso Odontológico, que produz efeito vibratório no gesso odontológico de forma prévia à espatulação e o Espatulador a Vácuo que, por meio de manipulação mecânica, proporciona uma mistura homogênea e evita a formação de bolhas de ar.
Outros cuidados ao manusear o gesso odontológico
A Limpeza das ferramentas que tiveram contato com o gesso também é fator relevante para o sucesso do procedimento.
Resíduos de gesso endurecidos na espátula ou taça para mistura podem acarretar problemas na manipulação, como o endurecimento do produto ou a presença de pedras e grumos.
Logo, é necessário realizar a limpeza e desinfecção adequadas dos acessórios, instrumentais e equipamentos utilizados durante a manipulação, tanto para manter a qualidade do gesso quanto para evitar contaminações cruzada.
Dicas para armazenamento do gesso em laboratório de prótese
O gesso odontológico é suscetível à umidade, por isso, deve ser armazenado de maneira adequada para manter a durabilidade do produto e garantir a confecção de um modelo de qualidade.
Como armazenar?
O gesso em laboratório de odontologia precisa ser guardado em um lugar seco e fresco, longe de fontes de calor. Armazená-lo em um recipiente que possua fechamento hermético ajuda a manter as suas características finais.
Além disso, é importante agitar a embalagem diariamente para evitar que determinadas partículas se desloquem para o fundo do pote e garantir que o material manterá todas as suas propriedades até a próxima espatulação.
Como manter o estoque em dia?
Para evitar sobras, desperdícios ou falta do produto, é necessário realizar um controle de estoque rigoroso. O acompanhamento pode ser feito através de planilhas eletrônicas, aplicativos e softwares de gestão de estoque.
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Leia também 👉 Como organizar seu estoque e otimizar seu tempo clínico
Nesta matéria, vimos que:
- o gesso odontológico é um produto essencial para os profissionais de odontologia, auxiliando na confecção de bases para próteses, modelos de estudo e outros trabalhos;
- existem diferentes tipos de gesso odontológicos, sendo que os de tipo III, IV e V são os mais utilizados em laboratórios de prótese dentária;
- é importante tomar alguns cuidados durante a manipulação e o armazenamento do gesso odontológico para garantir que suas características e propriedades sejam mantidas.
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Leia também:
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Fontes consultadas:
Blog Maxilaris. Disponível em> https://www.maxilaris.com.br/maxilaris/wp-content/uploads/2015/10/GESSOS-ODONTOLOGICOS.pdf
Codental. Disponível em> https://www.codental.com.br/blog/gesso-odontologico-guia-completo-sobre-sua-utilizacao/
Blog Simples Dental. Disponível em> https://www.simplesdental.com/blog/controle-de-estoque-para-clinicas-odontologicas/
Gessos Odontológicos, Aula online para a disciplina de Materiais Odontológicos – UNIAVAN. Disponível em> https://www.youtube.com/watch?v=wt1h67DsFt*s
Modelos mestres. Folheto Renfert. Disponível em> https://cdn.dentalcremer.com.br/conteudos/Folheto%20da%20Renfert%20sobre%20Modelos%20Mestres%20%E2%80%93%20Fabrica%C3%A7%C3%A3o%20do%20modelo%20funcional.pdf
Manipulação do gesso e obtenção do modelo de trabalho. Vídeo por Ana Beatriz Vilela Teixeira. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-d4WUoDT3Sk
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