A busca por procedimentos de Harmonização Facial é cada vez mais comum no consultório odontológicos e, considerando que existem diversos tipos e formatos de rostos, cada tratamento precisa ser individualizado. Logo, o Cirurgião-Dentista, ao atender um paciente que busca mudanças estéticas na face, precisa compreender os desejos do paciente para então poder planejar o que será feito.
Além disso, existem pontos importantes que precisam ser analisados antes da aplicação de qualquer substância na face do paciente. Desde a anamnese, utilização de fotografias para auxiliar no planejamento e na aplicação, medicamentos que serão prescritos de acordo com o tipo de procedimento, entre outros.
Conhecendo o paciente e sua história
Primeiramente, para iniciar um bom planejamento facial, nada melhor do que conhecer o paciente e os motivos que o fizeram procurar esse tipo de tratamento. Devemos ouvir sua queixa principal e coletar todos os dados referentes a sua saúde geral.
É necessário questionar sobre problemas sistêmicos, sobre alergias, sobre seus hábitos e estilo de vida, etc. Também é importante questionar sobre o seu histórico de procedimentos faciais: Quais procedimentos já realizou? Quantas vezes? Há quanto tempo?
De fato, grandes tratamentos requerem tempo, tanto para execução, quanto para explicação do paciente. Logo, o paciente deve ser informado das possíveis complicações e das etapas até chegar no resultado, onde, muitas vezes, não é obtido em um primeiro momento.
Protocolo Medicamentoso de Harmonização Facial
Quando observamos que uma grande quantidade de produto precisará ser utilizada é recomendado um protocolo medicamentoso incluindo comprimidos por via oral de Dexametasona 4mg, 01 hora antes do procedimento a fim de auxiliar na diminuição do edema que irá surgir.
Fotografias e planejamento da Harmonização Facial
Podemos contar com a ajuda das fotografias da face para auxiliar no planejamento, afinal, muitas vezes a imagem nos mostra detalhes que pessoalmente não conseguimos observar.
Dicas de fotografias
Primeiramente, podemos posicionar o paciente em frente a uma parede branca ou em estúdio fotográfico, com os olhos em direção a linha do horizonte. A cabeça do paciente deve estar posicionada de forma que o plano horizontal de Frankfurt esteja paralelo ao solo e o plano sagital mediano esteja perpendicular ao solo.
Conforme o procedimento a ser realizado é possível variar algumas técnicas e posições para evidenciar alguns pontos na face. Por exemplo, ao realizar o preenchimento de malar é interessante acrescentar uma fotografia com o paciente deitado na cadeira odontológica 45º posicionando a câmera de cima e por trás do paciente, assim é possível observar a falta de projeção da maça do rosto e a necessidade do preenchimento.
As fotografias podem ser feitas também durante os procedimentos para comparar um lado preenchido com o outro que ainda não recebeu o produto. Além disso, sempre opte por luz natural e uma boa câmera. Ofereça uma tiara/arco para aqueles que possuem cabelos que, por ventura, poderiam cobrir o rosto. Lembre-se de que quanto mais padronizadas estiverem as fotografias mais fácil será a comparação com o resultado final.
Analise das fotografias
Ao avaliar as fotografias frontais é interessante observar a presença de alguma assimetria, comparando o lado direito com o esquerdo, proporcionalidade dos terços da face, lábios em relação aos dentes de maneira geral e posicionamento do lábio superior em relação ao incisivo central superior no repouso e no sorriso.
Nas fotografias de perfil podemos observar a projeção dos lábios, do nariz e do mento, e ainda a relação entre eles, a deficiência de terço médio da face (falta de projeção malar), o sulco mandibular, ângulo e bordo mandibular e a linha cervico-mandibular (papada).
Antes do procedimento
Após a tomada fotográfica o paciente deverá ser posicionado na cadeira odontológica para o início da antissepsia da pele. Nesta etapa, se se utiliza álcool 70% em gaze estéril. Depois é indicado realizar um bochecho de digluconato de clorexidina 0,12% por 01 minuto antes de iniciar o procedimento.
Após, é realizada a marcação das estruturas que serão trabalhadas com lápis, aplicada a anestesia e, por fim, realiza-se o procedimento planejado. O tempo do procedimento depende muito de qual produto será utilizado – toxina botulínica, preenchedores, fios, entre outros – da quantidade e da experiência profissional.
O mais importante é não ter pressa! Faça o procedimento com calma e se necessário posicione o paciente de frente novamente para você e reavalie. Lembre-se também de que a própria anestesia por si só já pode gerar um edema e até mesmo uma assimetria. Se isso acontecer, é recomendado voltar às fotografias iniciais e informar o paciente que no retorno alguns correções podem ser necessárias.
Após o procedimento
Após finalizado o procedimento novas fotografias podem ser realizadas, principalmente em casos de preenchimento onde é possível visualizar o volume ocasionado pelo produto assim que é feita a aplicação.
Da mesma maneira que medicamentos prévios podem ser prescritos, se no dia seguinte ao procedimento, o edema incomodar, o medicamento também pode ser necessário. Por isso, antes de liberar o paciente, não deixe de passar todas as orientações, até mesmo repassar por escrito ou via WhatsApp.
Além disso, importante também reforçar quanto as intercorrências que podem surgir, dependendo do procedimento, e agendar um retorno em 15 dias.
Até a próxima!
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