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Harmonização Orofacial: Intercorrências e complicações

Harmonização orofacial é uma especialidade consideravelmente nova na Odontologia e que vem crescendo a cada dia. Como qualquer outra especialidade, é necessário que o Cirurgião-Dentista tenha todos os conhecimentos necessários para a realização de um procedimento seguro, sempre buscando atender as expectativas de seus pacientes tanto no aspecto estético, quanto na segurança durante e depois da intervenção.

A harmonização orofacial é um procedimento que vem crescendo muito nos últimos anos. A tendência é que a técnica se torne ainda mais comum entre homens e mulheres que buscam equilibrar a beleza e a saúde da região bucal.

Contudo, devido a harmonização orofacial estar relacionada com a execução de diversos procedimentos, como a aplicação de toxina botulínica, de ácido hialurônico e demais dermocosméticos, muitas vezes, podem surgir intercorrências e complicações durante e/ou após estes procedimentos.

É de suma importância que o profissional esteja preparado para agir em situações assim. Para isso, ele deve entender exatamente o significado de cada termo para que possa atuar no tratamento de maneira correta e efetiva.

Também é imprescindível que ele conheça os principais tipos de intercorrências e de complicações, bem como as causas mais comuns desses episódios para, se possível, evitar que eles surjam, e saber lidar com os mesmos.

Intercorrência e complicação: qual a diferença

Antes de falarmos sobre o que pode ou não acontecer durante um procedimento de harmonização orofacial, vejamos a diferença entre esses dois termos. Apesar de serem usados, muitas vezes, como sinônimos, são conceitos diferentes.

Intercorrência

A palavra intercorrência é derivada de outra palavra: intercurso. Ou seja, é algo que pode acontecer durante o curso daquele determinado procedimento. Assim, podemos dizer que é um efeito ou reação já esperada pelo profissional.

As intercorrências, portanto, podem acontecer em qualquer tipo de atuação médica, seja ela mais simples ou complexa. Afinal, são reações comuns do corpo àquela invasão exterior. O profissional deve dominar esses eventos para saber como lidar com eles.

A única maneira de não sofrer com intercorrências durante um procedimento médico ou odontológico é não realizando nenhum deles. Todos os métodos e etapas de tratamento estão sujeitos a acontecimentos adversos ou incômodos.

Complicação

Já a palavra “complicação” se refere ao agravamento observado durante a evolução de um problema de saúde. Ou seja, é uma piora no quadro clínico do paciente e pode estar associado ao aparecimento de sintomas derivados do surgimento de alguma doença.

É importante que não só o cirurgião-dentista esteja consciente das intercorrências e complicações que possam surgir durante o procedimento. O paciente, enquanto principal interessado, também deve estar a par de tudo que venha a acontecer.

É uma maneira de deixá-lo preparado para lidar com as adversidades e também é uma forma de estreitar os laços e reforçar a confiança do paciente no profissional que está tratando do seu problema.

Também vale lembrar que tanto as intercorrências como as complicações podem surgir em maior ou menor intensidade de acordo com a situação atual do paciente, seu sistema imunológico e seu quadro clínico de saúde.

Então, é possível que em determinados pacientes os sintomas aconteçam de forma mais grave ou mais branda, dependendo de como o seu organismo está naquele momento.

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Intercorrências na Harmonização Orofacial

Sabendo da definição correta do termo, podemos considerar que uma intercorrência em harmonização orofacial é um fato já esperado e que provavelmente irá acontecer. Em outras palavras, é um fator que não deve causar surpresas.

Um tipo de intercorrência comum na harmonização orofacial é a reação inflamatória aguda, que costuma ocorrer após o início do procedimento e pode durar até 72 horas. Nesse período, pode-se observar alguns sinais da inflamação como: 

  • edema (inchaço);
  • calor;
  • rubor (vermelhidão);
  • dor. 

O profissional, ao saber disso, deve orientar e remanejar as expectativas do paciente, explicando que algumas intercorrências podem aparecer, mas que logo tendem a normalizar.

É um cuidado importante para que ele se sinta seguro e ciente de que os resultados não sofrerão alteração, apesar dos efeitos desagradáveis que surgiram.

Outra situação frequente, por exemplo, é o edema após o preenchimento labial. É comum ocorrer um inchaço local nos primeiros dias após o procedimento. 

Portanto, o paciente precisa saber que esse inchaço irá diminuir de maneira gradual no decorrer dos dias e que ter esse tipo de sintoma está dentro da normalidade esperada.

Complicações na Harmonização Orofacial

Já as complicações na área de Harmonização Orofacial são um sinal de ALERTA, pois significam que o procedimento realizado apresentou uma evolução desfavorável, podendo trazer algum risco para o paciente. 

Como vimos, complicações são sintomas que surgem inesperadamente, devido a algo que não deveria ter acontecido. Significa a piora da situação atual.

Independente do termo utilizado, o fato é que o cirurgião-dentista deve estar preparado para lidar com as intercorrências ou complicações, deve saber diferenciar clinicamente os efeitos adversos e, assim, tratá-los da maneira correta.

As complicações estão mais relacionadas com os preenchedores faciais de ácido hialurônico e são classificadas por alguns autores de acordo com o tempo do surgimento destes efeitos no paciente.

Complicações de início imediato (aguda)

Surgem em até 24 horas após o procedimento, sendo as mais comuns:

  • Eritema;
  • Equimose;
  • Hematoma;
  • Cianose;
  • Branqueamento;
  • Dor grave;
  • Prurido;
  • Alterações visuais e neurológicas, etc.

Complicações de início precoce (subaguda)

Surgem de 24 horas até 30 dias após a aplicação do método. Alguns exemplos:

  • Eritema;
  • Equimose;
  • Hematoma;
  • Cianose;
  • Efeito Tyndall;
  • Nódulos;
  • Cicatriz;
  • Linfadenopatia;
  • Febre, etc.

Complicações de início tardio (tardia)

Surgem no paciente depois de 30 dias após o procedimento. Existem relatos de pacientes que apresentaram algum tipo de complicação depois de 1, 2 ou até 3 anos após a aplicação do produto na pele. Geralmente, são situações irreversíveis. As complicações tardias mais comuns são:

  • Eritema;
  • Hipercromia;
  • Nódulo;
  • Etip (Edema tardio intermitente persistente);
  • Cicatriz;
  • Edema grave, etc.

Existem inúmeros tratamentos possíveis para lidar com diferentes diagnósticos de efeitos adversos. Em alguns casos, há a opção de ações mais conservadoras, como a realização de massagem local, o uso de compressa aliada à utilização de medicamentos ou, até mesmo, a degradação do material com a aplicação da Enzima Hialuronidase.

A enzima hialuronidase reverte a ação do ácido hialurônico, despolimerizando o crescimento do ácido na região aplicada e combatendo o efeito indesejado pelo produto.

E efeitos adversos: o que são?

Outro termo muito comum é o efeito adverso. Por vezes, também é confundido com uma complicação ou intercorrência. Mas, também possui definição diferente.

O efeito adverso é o efeito não esperado de algum medicamento utilizado durante um tratamento. Por exemplo, quando um medicamento é prescrito para aliviar a dor e, ao contrário, piora o sintoma e produz outros, ele provoca um efeito adverso, diferente do esperado.

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Cuidados nos procedimentos de harmonização orofacial

Para reduzir as chances de complicações durante ou após os procedimentos de harmonização orofacial separamos algumas dicas:

  • Uso de cânulas ou agulhas de maior calibre, diminuindo o trauma tecidual e a taxa de complicação;
  • Uso de agente antisséptico na prevenção de contaminação bacteriana na antissepsia da pele antes da realização do procedimento;
  • Escolha de gel com duração específica e conhecida pelo cirurgião-dentista. Um produto com duração maior resulta em intercorrências mais longas também.
  • Conhecer anatomia do rosto e o plano de aplicação;
  • Evitar zonas de risco como região de glabela, sulco nasolabial e dorso nasal. São locais que podem sofrer com complicações graves, como dificuldade respiratória e prejuízo à visão;
  • Ter SEMPRE disponível a enzima Hialuronidase. Ela degrada enzimaticamente o ácido hialurônico e pode ser usada em eventos adversos de início imediato (até 24 horas), precoce (até 30 dias) ou até tardio (após 30 dias). A substância deve estar à disposição para que possa ser usada a tempo, caso seja necessário.
Confira um conteúdo sobre Harmonização Orofacial com Dra. Ana Laura Fontana.

Intercorrências na harmonização orofacial podem ser prevenidas?

Sim, apesar de serem eventos considerados dentro da normalidade e já esperados pelo profissional, as intercorrências não necessariamente devem acontecer e podem, sim, ser evitadas com os cuidados acima citados.

Além disso, essas intercorrências também podem e devem ser aliviadas quando surgirem para garantir ao paciente o maior conforto possível após a realização de um procedimento tão desejado.

Alguns fatores técnicos que podem interferir e aumentar o risco de intercorrências, são:

Falha no diagnóstico do paciente

A avaliação criteriosa do rosto do paciente, o reconhecimento das suas necessidades e também das particularidades de cada indivíduo são pontos determinantes para o bom andamento do processo de harmonização.

É a base de qualquer tratamento e não pode ser negligenciada, pois favorece bastante a incidência de erros. Então, devem ser estudados os aspectos físicos e anatômicos do rosto, bem como as áreas de risco que merecem atenção redobrada.

Falta de domínio dos medicamentos e material cirúrgico

Dominar a prática é fundamental, mas a teoria é igualmente importante. É por meio dos conhecimentos teóricos que o cirurgião-dentista saberá como agir diante de uma intercorrência, efeito adverso ou complicação.

Falha na antissepsia, ou higiene, da região a ser trabalhada;

O rosto do paciente deve estar bastante limpo com sabonete antibacteriano para evitar qualquer infecção causada por agentes nocivos. É um cuidado simples e, ao mesmo tempo, crucial nesse momento.

Escolha errada da densidade do produto a ser aplicado;

Apesar de similares, os produtos de preenchimento possuem densidades diferentes, bem como indicações apropriadas para cada área específica do rosto. Portanto, é preciso conhecer por completo essa característica do produto escolhido.

Agulha com inclinação errada durante a aplicação;

Quando comete esse tipo de erro, o cirurgião-dentista não tem domínio sobre a anatomia facial e nem sobre todos os fatores necessários para um bom resultado da harmonização. 

O uso da agulha em ângulos diferentes provoca resultados diversos do aguardado. Afinal, não basta injetar o produto de qualquer maneira na intenção de obter resultados fantásticos e perfeitos. A inclinação incorreta da agulha, por exemplo, pode causar complicações graves, como necrose da face devido à compressão dos vasos sanguíneos do rosto.

Paciente não seguiu as orientações dadas pelo profissional;

Essa também é uma causa comum de intercorrências, mas que está relacionada ao comportamento do paciente após a execução da técnica de preenchimento e harmonização orofacial.

Sinais como inchaço, vermelhidão, dor e calor local são comuns, mas podem piorar se o indivíduo não seguir as orientações do cirurgião-dentista, não evitar pegar sol, se fizer muito esforço físico ou se submeter a qualquer outro evento prejudicial ao seu rosto. Logo, o paciente também deve contribuir para os bons resultados.

Profissional não sabe identificar as intercorrências;

Imagine um cirurgião-dentista que não tenha domínio sobre as intercorrências que podem surgir durante ou depois da aplicação dos produtos no rosto do seu paciente. 

Em situações assim, o que seria algo comum pode evoluir para uma complicação grave se não for tratada a tempo. A ação do profissional deve ser imediata. O especialista não deve esperar a piora da situação para combater a adversidade.

Outros fatores que podem causar intercorrências ou complicações são:

  • Uso de agulha em leque;
  • Tipo do calibre da agulha;
  • Aplicação rápida do produto;
  • Excesso no volume de gel aplicado.
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Como vimos, as intercorrências podem e devem ser prevenidas e também tratadas para que seus sintomas e desconfortos sejam reduzidos ao máximo, possibilitando uma recuperação mais rápida e agradável ao paciente.

O ácido hialurônico é o tipo de gel mais comum e mais utilizado em procedimentos de harmonização orofacial. É uma substância bastante conhecida, bem como seus possíveis efeitos adversos. Logo, também é um produto cujas intercorrências são mais fáceis de serem solucionadas, apesar de também ser um forte gerador de eventos fora do esperado.

Podemos concluir, então, que a harmonização orofacial, um procedimento que vem se popularizando bastante, está sujeita a intercorrências e também a complicações dos mais variados tipos.

Apesar de não ser possível evitar todas essas alterações, o risco das complicações e das intercorrências pode ser minimizado mediante a atenção aos cuidados necessários em toda a execução do método, especialmente no diagnóstico das necessidades do paciente. Assim, prevenir e tratar os efeitos não esperados são tarefas a serem desempenhadas pelo cirurgião-dentista.

Espero que tenham gostado do assunto aqui tratado. Até a próxima!

Publicado por
Dra. Fernanda Junqueira

Cirurgiã-dentista, realiza atendimentos de adultos e crianças como clínica geral. Apaixonada por Ortodontia e Harmonização Orofacial. CRO 16779

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