A Classificação de Kennedy, desenvolvida em 1925 pelo Dr. Edward Kennedy, é indicada para classificar o edentulismo e muito usada na confecção de prótese parcial removível (PPR).
Compreender a metodologia facilita a comunicação entre os profissionais e otimiza o planejamento da peça protética, impactando na estabilidade da prótese e no sucesso do caso clínico.
Neste artigo, vamos abordar sobre essa classificação, as regras complementares e suas modificações.
O que é a classificação de Kennedy?
A classificação criada por Kennedy estuda a distribuição na arcada dentária dos espaços edêntulos e dos dentes remanescentes, avaliando a presença de dente pilar, dente suporte e a extensão do edentulismo, facilitando a identificação do padrão da perda dentária.
Segundo Kennedy, as ausências dentárias são categorizadas da seguinte forma:
- Classe I de Kennedy: edentulismo bilateral, caracterizada pela ausência de pilares posteriores;
- Classe II de Kennedy: edentulismo unilateral, apresentando apenas um pilar posterior;
- Classe III de Kennedy: área edêntula intercalar, apresentando pilares e um espaço protético principal;
- Classe IV de Kennedy: edentulismo anterior com envolvimento da linha média.
A metodologia apresenta as seguintes características:
- Classificação topográfica: avalia somente a localização dos espaços;
- Não considera a quantidade de elementos perdidos;
- É baseada na presença ou ausência de um pilar posterior.
Cada classe representa um padrão de perda dentária. criando um método que permite o diagnóstico e facilita o desenho da PPR de acordo com as características do caso clínico, facilitando a comunicação entre os profissionais.
Conheça os benefícios da classificação de Kennedy:
- Padronização do tratamento odontológico;
- Distribuição de carga adequada entre os dentes remanescentes;
- Facilita a elaboração do plano de tratamento;
- Otimiza o desenho da PPR.
A Classificação de Kennedy é uma ferramenta indispensável para o planejamento da PPR, proporcionando maior previsibilidade e segurança.
Com base nessas regras, os profissionais identificam o edentulismo parcial, facilitando o diagnóstico odontológico e planejamento protético.
A realização de exame clínico, exame físico, avaliação da dimensão vertical de oclusão (DVO), avaliação da ATM, a realização de exame radiográfico e confecção de modelos de estudo são fundamentais para dentista compreender a relação entre os dentes remanescentes e os espaços edêntulos, otimizando o diagnóstico, planejamento e desenho da prótese removível.
Quais são as Regras de Applegate?
Também chamada de Classificação de Applegate, foi criada em 1935 por Winkler Applegate para padronizar e tornar mais precisa a identificação das classes criadas por Kennedy.
As regras são baseadas nas seguintes diretrizes:
- Localização dos dentes suporte;
- Extensão dos espaços edêntulos;
- Presença de dentes pilares.
Applegate criou 8 regras, que são responsáveis pelas modificações da Classificação de Kennedy.
O objetivo é auxiliar a classificação do arco e identificar corretamente o tipo de edentulismo.
Saiba mais sobre as Regras de Applegate:
- Regra 1: o arco será classificado após a realização de extrações;
- Regra 2: se não houver terceiro molar e o mesmo não for substituído, o espaço não deve ser considerado na classificação;
- Regra 3: se um terceiro molar for utilizado como dente pilar, deve ser considerado na classificação;
- Regra 4: se há ausência de um segundo molar e o mesmo não for substituído devido à ausência do antagonista, o espaço não deve ser considerado para a classificação;
- Regra 5: a área edêntula mais posterior determina a classificação;
- Regra 6: com exceção das áreas edêntulas que determinam a classificação, as demais áreas desdentadas são chamadas de modificação;
- Regra 7: a extensão da modificação não é considerada, apenas a quantidade de áreas edêntulas;
- Regra 8: a Classe IV de Kennedy não admite modificações.
Segundo Applegate, o que determina a modificação não são os elementos ausentes, e sim os os espaços extras adicionais.
Classificação de Kennedy e suas modificações
Nos casos complexos de edentulismo, a classificação pode necessitar de algumas considerações especiais.
Quando as regras elaboradas por Applegate são aplicadas devido às características do caso clínico, são consideradas modificações na classificação criada por Kennedy.
Os subgrupos dentro da classificação permitem distinguir casos com variações dentro de uma mesma classe, considerando a influência da força mastigatória e distribuição das cargas oclusais para o planejamento da peça protética.
Um dos principais desafios é a interpretação correta das normas, pois uma avaliação inadequada pode impactar na adaptação e estabilidade da prótese parcial removível.
Conheça as modificações da Classificação de Kennedy:
- Classe I, modificação 1: ocorre quando há ausência de um novo elemento dental;
- Classe I, modificação 2: apresenta ausência de dois novos elementos;
- Classe II, modificação 1: ausência de um novo elemento dental;
- Classe II, modificação 2: ocorre a ausência de dois novos elementos;
- Classe III, modificação 1: possui uma nova ausência intercalar;
- Classe III, modificação 2: caracterizada pela presença de duas novas ausências intercalares.
- Classe IV: não apresenta modificações.
Como a Classificação de Kennedy apresenta limitações, por não considerar fatores estéticos e o número de elementos perdidos, é fundamental o dentista conhecer e aplicar as regras e modificações, para devolver ao paciente estética e função.
O reconhecimento das diversas categorias de edentulismo, bem como a identificação correta da classificação do arco edêntulo, são fundamentais para o sucesso do caso clínico.
Compreender as variações facilita a comunicação entre profissionais, o planejamento da peça protética e assegura que o tratamento seja adequado às necessidades de cada paciente.
Outro ponto importante é orientar o paciente sobre a importância higiene bucal e realizar o acompanhamento clínico, pois a perda de um elemento dental, bem como o comprometimento da saúde periodontal, causam interferências na estabilidade, função mastigatória e estética da PPR, comprometendo também a classificação do edentulismo.
A metodologia criada por Kennedy e Applegate permite classificar o edentulismo parcial, facilitando o diagnóstico, planejamento protético, desenho da peça e a comunicação entre profissionais.
No entanto, é importante reconhecer suas limitações e utilizá-las como um ponto de partida, e não como uma solução abrangente.
Para garantir o sucessos do caso clínico, além de aplicar as regras citadas nesse artigo, o dentista deve sempre considerar a individualidade de cada paciente, incluindo a saúde oral, saúde sistêmica e expectativas do paciente.
Ao compreender essa classificação e aplicá-la corretamente, os dentistas e técnicos em prótese dentária podem oferecer soluções protéticas direcionadas à necessidade do paciente, reestabelecendo estética e função.
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Referências:
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