O alginato odontológico é um material de moldagem muito utilizado na Odontologia, devido à sua versatilidade e relação custo-benefício.
É indicado para confecção de modelos de estudo, planejamento do caso clínico e produção de peças, como por exemplo a moldeira para clareamento dental e aparelho ortodôntico removível.
Neste artigo vamos apresentar as características, benefícios e indicação clínica, além de dicas sobre a manipulação e desinfecção do molde, para garantir uma moldagem de qualidade e um modelo com detalhes precisos.
Alginato odontológico
O alginato é um hidrocolóide irreversível, formado por um polissacarídeo extraído de algas.
Na Odontologia, é comercializado em pó. Quando manipulado, deve ser misturado com água, formando um gel de alginato de cálcio insolúvel, capaz de reproduzir detalhes da cavidade bucal.
Quimicamente, é composto principalmente por alginato de potássio, sulfato de cálcio e terra diatomácea, mas também pode receber aditivos para aumentar sua performance, como:
- Minimizar a formação de partículas e evitar a aspiração (alginato dust free);
- Aumentar a resistência ao rasgamento;
- Promover maior estabilidade dimensional;
- Aroma para melhorar o sabor;
- Pigmentos para indicar fase de presa.
Quais são as vantagens do alginato odontológico?
- Baixo custo;
- Conforto ao paciente;
- Gelificação rápida;
- Hidrocompatibilidade;
- Boa reprodução de detalhes para as indicações adequadas.
A moldagem com alginato não é indicada para qualquer trabalho protético, pois apresenta limitações devido ao seu caráter hidrofílico e as características de sinérese (perda de água) e embebição (absorção de água).
Quais são as desvantagens do alginato odontológico?
- Baixa estabilidade dimensional;
- Baixa precisão, se comparado aos demais materiais de moldagem;
- Requer vazamento rápido, mesmo armazenado em um umidificador;
- Sensível à manipulação inadequada, como a relação água-pó incorreta e espatulação insuficiente ou excessiva.
Quais são as indicações do alginato na Odontologia?
- Moldagem para modelos de estudo;
- Moldagens preliminares para planejamento protético;
- Moldagem de antagonista;
- Moldagem para confecção de aparelho ortodôntico removível;
- Moldagem para confecção de moldeiras de clareamento dental;
- Moldagem para confecção de placas oclusais.
É importante lembrar que o uso do alginato na Odontologia é excelente para moldagens de estudo e situações clínica em que a reprodução extrema de detalhes não é necessária, mas apresenta limitações devido suas características físico-químicas.
Para moldagens que necessitam de maior reprodução de detalhes, são indicados os seguintes materiais:
Silicone de condensação:
- Prótese total;
- Prótese parcial removível;
- Prótese fixa;
- Restaurações indiretas.
Silicone de adição:
- Laminados cerâmicos;
- Moldagem de implantes dentários;
- Prótese total;
- Prótese parcial removível;
- Prótese fixa;
- Restaurações indiretas.
Para saber mais sobre materiais de moldagem odontológica, leia este artigo:
Quais são os tipos de alginato odontológico?
O alginato na Odontologia é classificado em duas categorias, de acordo com o tempo de presa:
Alginato Tipo I – Presa Rápida:
Características:
- Tempo de trabalho reduzido;
- Menor tempo de presa;
- Necessita de habilidade na manipulação, para não comprometer a qualidade da moldagem.
Indicações clínicas:
- Pacientes com reflexo de vômito;
- Clínicas com grande fluxo de paciente;
- Procedimentos que exigem rapidez;
- Diminuir o desconforto do paciente.
Benefícios:
- Conforto do paciente;
- Menor tempo de atendimento.
Alginato Tipo II – Presa Regular
Características:
- Maior tempo de trabalho;
- Menor risco de erros por pressa na manipulação.
Indicações clínicas:
- Moldagens que requerem maior controle técnico;
- Situações em que o profissional precisa de mais tempo para posicionar a moldeira com precisão;
- Ambiente acadêmico, devido à curva de aprendizado.
Benefícios:
- Maior controle da manipulação;
- Previsibilidade do resultado, especialmente quando o profissional está se familiarizando com a técnica.
A escolha do material depende da colaboração do paciente, idade e tempo disponível para o atendimento.
Tempo de presa do alginato odontológico
O alginato de presa rápida apresenta tempo de presa entre 1,5 a 3 minutos.
Alguns fabricantes comercializam também o alginato de presa extra-rápida, mas esse produto também é um alginato tipo I, variando somente o tempo de gelificação.
Já o alginato de presa normal, o tempo de presa varia de 3 a 4 minutos.
Alterações na temperatura da água também influenciam o tempo de presa de ambos os tipos.
Moldagem odontológica com alginato
Uma boa moldagem começa antes da escolha do material, incluindo a seleção de moldeira, preparo do paciente e organização da bancada.
Segue o passo a passo clínico com dicas práticas:
- Armazenamento:
- Seguir as recomendações do fabricante;
- Armazenar em um pote hermético.
- Seleção da moldeira:
- Utilizar moldeiras com retenções para não distorcer a moldagem;
- Escolher uma moldeira adequada à arcada do paciente;
- Individualizar a moldeira com cera para evitar falhas e distorção.
- Manipulação do alginato:
- Agitar o pó antes do uso por causa da diferença de densidade dos componentes;
- Aguardar 30 segundos para abrir o pote;
- Utilizar medidor pó e líquido da mesma marca do material de moldagem;
- Não alterar a proporção pó e líquido, pois modifica as propriedades do material;
- Utilizar espátula para alginato e manipular até obter uma massa homogênea, lisa e sem bolhas.
Temperatura da água:
- Água morna diminui o tempo de trabalho;
- Água gelada aumenta o tempo de trabalho;
- Cada grau que se diminui na temperatura, aumenta em cerca de seis segundos o tempo de trabalho;
- O tempo de trabalho influencia o tempo de gelificação (presa).
4. Carregamento da moleira
- Acomodar o alginato na moldeira, preenchendo principalmente a região anterior;
- Remover excessos para evitar o transbordamento na boca do paciente;
- Alisar a mistura com a luva levemente úmida (técnica de superfície úmida).
5. Posicionamento da moldeira:
- Inserir a moldeira na cavidade oral com movimento firme e único;
- O material deve fluir, mas sem pressão excessiva;
- Manter a moldeira estável até o tempo de presa.
6. Remoção da moldeira:
- Aguardar o tempo de presa completo;
- Remover com movimento rápido e suave, para evitar rasgamento e distorção.
7. Desinfeção do molde:
- Lavar o molde em água corrente;
- Secar levemente com jato de ar;
- Borrifar hipoclorito de sódio 1% e deixar agir por 10 minutos em um recipiente fechado;
- Após a desinfecção, lavar em água corrente e secar com jatos de ar, antes de vazar o gesso.
Para saber mais sobre o protocolo de desinfecção, veja as recomendações do CRO – RJ aqui.
8. Armazenamento do molde
- Se não for possível vazar o gesso imediatamente, armazenar a moldagem em ambiente úmido, como por exemplo um umidificador;
- Não envolver o molde em gaze ou papel molhados, para não causar embebição.
9. Vazamento do gesso:
- Seguir as orientações do fabricante;
- Remover o modelo logo após a presa do gesso;
- Se não for possível, acondicionar o conjunto (moldeira, molde e modelo) em um umidificador até a remoção do modelo.
Essa etapas são fundamentais para promover a estabilidade dimensional e garantir a qualidade da moldagem e do modelo, evitando o retrabalho.
Principais erros na manipulação do alginato odontológico:
- Proporção incorreta de pó e água: interfere na estabilidade dimensional;
- Armazenamento inadequado da moldagem: causa sinérese ou embibição;
- Moldeira mal adaptada: compromete a reprodução anatômica;
- Retirada lenta da moldagem: causa deformações;
- Não respeitar o tempo de vazamento: distorção da moldagem;
- Seguindo os cuidados na manipulação e dominando a técnica, o profissional mantém as propriedades físico-químicas e garante a reprodução de detalhes, impactando no sucesso do caso clínico.
O alginato odontológico é um material que apresenta excelente relação custo-benefício.
Para obter uma moldagem de qualidade, é fundamental conhecer as indicações, características físico-químicas do material e a técnica adequada de manipulação, para evitar retrabalhos e promover o sucesso do caso clínico.
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