A adesão revolucionou a Odontologia, permitindo a confecção de preparos conservadores tanto para restaurações diretas como para restaurações indiretas, preservando a estrutura do elemento dental.
O adesivo odontológico é indicado para realizar a adesão entre os tecidos dentários (esmalte e/ou dentina) e materiais restauradores diretos e indiretos.
Atualmente no mercado odontológico há uma grande variedade de adesivos dentários e cabe ao dentista escolher o produto ideal para cada caso clínico, de acordo com as características do elemento dental e a composição do biomaterial.
Neste artigo, vamos abordar sobre a classificação dos sistemas adesivos, indicações e orientar sobre como evitar falhas técnicas ao utilizar um adesivo dental.
Adesivos odontológicos
O adesivo odontológico, também chamado de adesivo dentário e adesivo dental, é um biomaterial indicado para promover a união entre o tecido dental e o material restaurador direto ou indireto.
Os adesivos odontológicos são indicados para os seguintes procedimentos:
- Restaurações diretas;
- Restaurações indiretas;
- Cimentação de retentores intrarradiculares;
- Instalação de contenção ortodôntica fixa.
Para o dentista ter sucesso no procedimento restaurador e evitar sensibilidade pós operatória e infiltrações, é fundamental conhecer as características dos adesivos e as indicações para cada tipo de material restaurador.
Além disso, a aplicação correta do adesivo requer também o conhecimento em relação ao tipo de solvente, umidade da dentina, técnica de aplicação e conservação do produto.
Os solventes têm como função auxiliar na evaporação da água encontrada na superfície da dentina e entre as fibrilas colágenas, para permitir uma maior e melhor penetração dos monômeros resinosos no tecido dental.
Os solventes presentes nos sistemas adesivos são à base de água, álcool ou acetona. Devido à sua importância na performance adesiva, não é recomendado deixar o frasco sem a tampa, para não ocorrer a evaporação do mesmo e interferir na qualidade da adesão.
Outro fator fundamental para a qualidade da performance adesiva é o preparo da superfície dental. Além da limpeza da cavidade, a umidade da dentina é fundamental para o sucesso da adesão.
A dentina não pode ficar excessivamente molhada para não gerar um barreira física que irá impedir a penetração do adesivo, além de diluir os componentes da formulação e interferir na fotopolimerização.
O oposto, a dentina extremamente seca, também não pode acontecer, pois causa o colabamento das fibrilas colagens e impede a penetração dos monômeros adesivos, ocasionando uma baixa resistência de união. É importante lembrar que o jato de ar da seringa tríplice não é indicado para secar o preparo, para não remover a umidade.
Em relação ao condicionamento ácido, a técnica é realizada de acordo com a categoria do adesivo escolhido.
Sobre armazenamento, o produto deve ser mantido fechado, em um local fresco, longe de fontes de calor e de luz direta.
A seleção do adesivo é de acordo com a sua classificação: adesivo odontológico convencional, adesivo odontológico autocondicionante e adesivo odontológico universal.
Para facilitar a compreensão sobre os tipos de adesivo odontológico e técnicas de uso, vamos abordar cada um separadamente.
Adesivo odontológico convencional
O sistema adesivo convencional, também chamado de “etch & rinse”, apresenta como principal característica o condicionamento ácido da estrutura dental antes da aplicação do sistema adesivo.
A apresentação comercial é de acordo com a técnica adesiva, que pode ser de três passos ou dois passos.
Na técnica de três passos é realizado o condicionamento ácido, a a aplicação do primer e depois a aplicação do adesivo (bond). Nesta técnica, o primer e o bond são comercializados em frascos separados.
Já na técnica de dois passos, o primer e o bond são formulados em um único frasco, e aplicados no elemento dental após o condicionamento dos tecidos.
O condicionamento ácido de esmalte e dentina é realizado com ácido fosfórico 37%. Quando o esmalte e dentina são condicionados pelo mesmo ácido (no caso o ácido fosfórico), a técnica de condicionamento é chamada de “total etch”.
Em esmalte, o condicionamento proporcionará a desmineralização superficial do tecido, gerando microrretenções. Já em dentina, o condicionamento removerá o smear layer (lama dentinária), além de realizar a dissolução superficial do tecido e expor os túbulos dentinários e as fibras colágenas.
Saiba mais sobre o sistema adesivo convencional:
- Sistema adesivo convencional de três passos: comercializado em dois frascos, sendo um frasco do primer e um frasco do bond.
Exemplo de marcas: Scothbond multiuso (Solventum), Optibond FL (Kerr).



- Sistema adesivo convencional de dois passos: comercializado em um único frasco (primer e bond na mesma formulação).
Exemplo de marcas: Single Bond 2 (Solventum), Prime & Bond 2.1 (Dentsply Sirona), Ambar (FGM).



Adesivo odontológico autocondicionante
O sistema adesivo autocondicionante, também chamado de “self etch”, elimina a etapa de condicionamento dentinário, pois o primer apresenta um monômero ácido que realiza a desmineralização controlada da dentina, modificando o semear layer sem removê-lo totalmente, tornando a lama dentinária parte da camada híbrida após a infiltração do adesivo no tecido.
Porém, se houver a presença de esmalte no remanescente dental, é necessário realizar o condicionamento seletivo do esmalte com ácido fosfórico 37%, pois a desmineralização causada pelo primer ácido em esmalte é insuficiente para promover uma adesão adequada.
A apresentação comercial dessa categoria de adesivo é de acordo com a técnica adesiva, que pode ser de dois passos ou passo único.
Saiba mais sobre o sistema adesivo autocondicionante:
- Sistema adesivo autocondicionante de dois passos: comercializado em dois frascos, sendo um de primer aucocondicionante e outro frasco de bond.
Exemplo de marcas: Clearfil SE Bond (Kuraray Noritake).

- Sistema adesivo autocondicionante de passo único: primer autocondicionante e bond comercializados em um único frasco.
Exemplo de marcas: Palfique Bond (Tokuyama).

Esse sistema apresenta como benefício a simplificação da técnica e a redução da possibilidade de sensibilidade após o procedimento restaurador.
Adesivo odontológico universal
Os adesivos universais, também chamados de “al-in-one” (tudo em um), sendo indicados tanto para passo único (utilizados como autocondicionantes) como para a técnica de dois passos, utilizando o condicionamento com o ácido fosfórico e posteriormente a aplicação do sistema adesivo, agindo como um adesivo odontológico convencional.
Portanto, são utilizados tanto para a técnica de condicionamento convencional como para a autocondicionante, incluindo a técnica de condicionamento seletivo em esmalte.
Exemplo de marcas: Clearfil Tri-S Bond Universal Quick (Kuraray Noritake), Single bond Universal (Solventum), Ambar Universal APS (FGM), Optibond Universal (Kerr).



Como benefício, os adesivos odontológicos universais apresentam versatilidade, praticidade e excelente adesão.
É importante lembrar, que independente da categoria de adesivo escolhida, é fundamental seguir as orientações do fabricante, pois as instruções de uso variam de acordo com a formulação do produto, mesmo sendo classificados como da mesma categoria.
A seleção do adesivo dental pelo dentista depende das características do caso clínico e do material restaurador.
A escolha adequada do sistema adesivo, aliada à técnicas de condicionamento e aplicação adequadas, impactam significativamente na qualidade dos resultados clínicos e na longevidade do procedimento odontológico.
É fundamental o profissional seguir a recomendação de cada fabricante para aplicação e armazenamento, garantindo a qualidade da adesão.
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