Pessoas com deficiência
As pessoas com deficiência (PcD) devem ser assistidos pelo cirurgião- dentista numa proposta preventiva e curativa. Uma vez que estes pacientes fazem parte de um grupo que pode ser considerado de alto risco para o desenvolvimento de doenças bucais.
Isso está diretamente relacionado com o tipo de patogenia sistêmica, dieta cariogênica, alteração muscular e salivar e ineficácia da higienização, afinal, pessoas com deficiência costumam ter algum tipo de limitação que os impede, por exemplo, de realizar a higiene bucal de forma eficaz, acarretando em alto índice de placa, cáries, gengivite, maloclusões, e até mesmo hábitos parafuncionais.
Contudo, apesar de ser um grande desafio, dependendo do grau de comprometimento do paciente e desde que seja realizado um trabalho prévio de adaptação, o tratamento odontológico destes pacientes é super viável a nível ambulatorial.
O que são pessoas com deficiência?
PcD podem ser classificados como pessoas que tenham:
- Deficiência mental;
- Deficiência física;
- Anomalias congênitas (deformações, síndromes);
- Distúrbios comportamentais (autismo);
- Transtornos psiquiátricos;
- Distúrbios sensoriais e de comunicação;
- Doenças sistêmicas crônicas (diabetes, cardiopatias, doenças hematológicas, insuficiência renal crônica, doenças auto imunes, doenças vesículo bolhosas, etc);
- Doenças infectocontagiosas (hepatites, HIV, tuberculose);
- Condições sistêmicas (irradiados, transplantados, oncológicos, gestantes, imunocomprometidos).
Vale ressaltar que, embora algumas pessoas com deficiência possam estar incluídas neste grupo, isso não impõe, automaticamente, a necessidade de um atendimento diferenciado e especializado na Odontologia. Em suma, o que deve ser levado em conta são o tipo e o grau de limitações de cada paciente.
Atendimento Odontológico à pessoas com deficiência
Segundo a literatura, o atendimento odontológico a esses pacientes, atualmente, pode ser feito em três modalidades:
Normal
Atendimento em que existe a cooperação por parte do paciente, alternando-se somente o tipo de ambiente, instrumental e material odontológico a ser empregado;
Atendimento condicionado
Utilizam-se técnicas de demonstração com todo o aparato odontológico, para que o paciente saiba, antes de ser atendido, o que será utilizado em sua boca, incluindo as de vibrações e ruídos que farão parte do atendimento proposto;
Atendimento sob restrição
- Mecânica – com a finalidade de restringir os movimentos do usuário, sendo utilizados acessórios/equipamentos apropriados;
- Química – utilizando sedação ou anestesias gerais;
- Hipnótica – utilizando a hipnose como forma de controlar as reações do paciente, fazendo com que coopere durante o atendimento.
Abordagem diferenciada
É necessário que o Cirurgião-Dentista insista no estabelecimento de um vínculo com o paciente, familiarizando-o com o profissional, com o ambiente do consultório e com a equipe de saúde. Prendendo-lhe a atenção através da fala ou gestos, com aproximação gradativa, cuidadosa e segura, a fim de reduzir ao máximo o grau de ansiedade e adquirir sua confiança.
Sobretudo, o atendimento a esses pacientes em nível ambulatorial deve ser sempre realizado com auxílio da família. Como muitos deles, muitas vezes, não conseguem fazer a sua higiene bucal adequada, se torna imprescindível a participação e conscientização da família desde a prevenção ao auxílio no tratamento e atendimento.
Além disso, sempre que houver a necessidade, por se tratar de pacientes com histórico médico, é de suma importância a integração das áreas odontológicas médicas e psicológicas, visando sempre o bem estar geral desse paciente.
Fonte:
CRO-SP: Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atencao_saude_bucal_pessoa_deficiencia.pdf
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