Quando se trata de adultos, estamos falando de uma oclusão mais madura. É comum, ter dentes não tão hígidos, presença de extensas restaurações e próteses, posições e adaptações fisiológicas dos dentes; retrações e/ou pequenas trincas em esmaltes, inclusive a ausência de alguns elementos. E muitas vezes a ortodontia nesses casos sim, é muito bem indicada.
Quando?
O tratamento ortodôntico de pacientes adultos deve utilizar uma abordagem direcionada para eliminar a queixa do paciente e estabelecer uma relação oclusal fisiológica, limitando-se às regiões da arcada dentária com algum comprometimento estético ou funcional. Não há como objetivo obrigatório, alcançar os parâmetros clássicos de normalidade e sim restabelecer função.
Quando a ortodontia em adultos poderá então ser bem indicada?
Apinhamentos ou diastemas que prejudicam a correta higienização. Se não tratados poderá levar a doença periodontal.
Ausências dentárias com compensações fisiológicas dos dentes vizinhos, como a extrusão do antagonista, mesialização dos posteriores e abfrações dos anteriores aos espaços.
Mastigação Unilateral, devido a desgastes, peças protéticas desgastadas, ou até mesmo ausências dentárias.
Abfrações locais, demonstrando excesso de força mastigatória em determinado(s) elemento(s), pela falta de outros ou função de.
Desgastes e fraturas incisais, causados pelo errôneo relacionamento interincisivos.
Indicação pré-reabilitação implanto-protética
E o que pode acontecer se o paciente não reabilitar? Entra a segunda pergunta:
Por que?
A mastigação deficiente pode tanto trazer problemas locais como problemas sistêmicos, como alterações gastrointestinais, entre outras doenças sistêmicas que tem relação direta com a saúde bucal.
Então nunca é tarde para pensar em reabilitação. Orientar o paciente e mostrar a importância da ortodontia previa a implantes e reabilitações é fundamental.
O reestabelecimento da função oclusal é primordial para que o adulto continue mastigando bem, tendo qualidade de vida e principalmente com o propósito da saúde bucal contribuir com a saúde sistêmica.
Mas, conseguimos atender bem nosso paciente adulto?
Foi se o tempo que a ortodontia era apenas para adolescentes. Borrachinhas coloridas? Quase inutilizadas, atualmente. A terapia ortodôntica tem como objetivo restabelecer uma oclusão estética e funcional, promovendo condições para um periodonto mais saudável, aumentando assim a longevidade da dentição (Gkantidis et al., 2010).
Como?
Segundo Kokish (2005) há cinco diretrizes para a gestão do paciente com complicações periodontais ou restauradora, mas que necessita de tratamento ortodôntico. Um dos passos mais importantes é determinar os reais objetivos do tratamento que irão atender às necessidades do paciente, desejos, capacidades financeiras e os objetivos multidisciplinares. O tratamento em adultos necessita, na maioria das vezes, de uma abordagem multidisciplinar, com um excelente diagnóstico e um minucioso planejamento.
Atualmente temos um arsenal de tipos de aparelhos, desde sistema mais discretos, como braquetes cerâmicos e alinhadores, até sistemas com menos fricção, como os autoligados.
Não apenas sobre a aparatologia, mas sobre os dispositivos auxiliares, como os microparafusos, que dispensam aparelhos palatais, por vezes e quando bem indicado, extrações dentárias, além de ser um sistema discreto, quando comparados a outros com função parecida. Ou seja, a ortodontia em adultos é uma realidade.
Bibliografia Consultada:
Gkantidis N, Christou P, Topouzelis N. The orthodontic-periodontic interrelationship in integrated treatment challenges: a systematic review. J Oral Rehabil. 2010; 37: 377-90.
Kokich VG. Adult orthodontics in the 21st century: guidelines for achieving successful results. World J Orthod. 2005; 6: 14-23.
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Cirurgiã- Dentista, Especialista em Ortodontia
Professora e Digital Influencer
Membro da Comissão de Mídias Digitais e Sociais em Odontologia do CROSP
Compartilhando conhecimento e o amor pela profissão nas mídias.
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